[episódio]
terça-feira, 8 de agosto de 2023
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
Séries de animação do meu tempo: "Marco"
"Marco" é uma série de desenhos animados, constituída por 52 episódios, produzida em 1976 e baseada numa parte do romance Heart, da autoria do escritor Edmondo De Amicio. O primeiro episódio passou na televisão portuguesa, na RTP, em 22 de maio de1977.
A série relata a jornada dramática de uma criança - Marco - em busca da sua mãe, que o leva da Itália à Argentina, em plena época da depressão de 1881. O pai do protagonista é um médico que vive na cidade de Génova e que cuida de pacientes pobres, o que faz com que a família enfrente dificuldades económicas, as quais obrigam a mãe a emigrar para a Argentina, para trabalhar como empregada doméstica.
Um dia, as cartas que a progenitora lhe enviava periodicamente deixam de chegar e Marco, o único disponível para tal, parte à sua procura, acompanhado do seu macaco de estimação. Durante a viagem e após inúmeras aventuras, reencontra a mãe, bastante frágil e doente. No final, voltam ambos para Génova, ao encontro do pai e do irmão.
domingo, 6 de agosto de 2023
Séries de animação do meu tempo: "As Fábulas da Floresta Verde"
As Fábulas da Floresta Verde são uma série de animação japonesa baseada na obra do escritor norte-americano Thornton W. Burgess.
Composta por 52 episódios, com cerca de 30 minutos de duração cada, passou na RTP em 1985 e contava as aventuras dos animais que habitavam numa densa floresta verde.
As personagens principais eram Joca e Mara, um casal de marmotas, sempre acompanhados por diversos outros animais (o Gaio Avelar, o tio Rodolfo, Nestor, Zeca, Raposinho, entre tantos outros), que procuravam evitar o encontro com quem os colocasse em perigo, nomeadamente o ser humano, a doninha ou a raposa.
sábado, 5 de agosto de 2023
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
quinta-feira, 3 de agosto de 2023
Séries de animação do meu tempo: "Abelha Maia"
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
Séries de animação do meu tempo: "D. Qixote de la Mancha"
"Don Quixote de la Mancha" é uma série de animação, baseada numa das obras-primas da literatura, da autoria de Miguel de Cervantes.
O primeiro episódio foi transmitido pela TVE em 1979. No total, a série é constituída por 39 episódios com a duração de cerca de 26 minutos, os quais narram as aventuras e desventuras do fidalgo D. Quixote e do seu fiel escudeiro, Sancho Pança, nomeadamente o enlouquecimento do primeiro devido à leitura compulsiva de romances de cavalaria e à sua queima, a peripécia dos moinhos de vento, o combate com os rebanhos que ele confunde com exércitos rivais, o encontro com Sansón Carrasco, o encantamento de Dulcineia, a batalha com o Cavaleiro de Espelhos, a entrega de uma ilha ao governo de Sancho, o combate com o Cavaleiro da Lua Branca e, por fim, a recuperação da razão de D. Quixote no leito de morte.
terça-feira, 1 de agosto de 2023
Governo congela valores da Ação Social Escolar
Análise do poema "Se eu fosse apenas", de Cecília Meireles
Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava
já que a vida é tão dolorosa
e não sei dizer mais nada!
Se eu fosse água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vai desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
– de ser menos breve do que a
água,
mais durável que o vento e a rosa…
Como
sucede com frequência, o título fornece pistas sobre a mensagem do
poema, implicando o «eu», que são confirmadas nas duas estrofes iniciais. De
facto, nelas encontramos as possíveis atitudes do sujeito poético caso ele
fosse cada um dos elementos que desejaria ser, atitudes essas que seriam
tomadas face à visão do mundo do sujeito poético e de que dispõe justamente por
não ser rosa, nem vento nem água.
O «eu»
pode sentir “que a vida é tão dolorosa”, e não existem palavras que sejam
necessárias para exprimir os seus sentimentos (“e não sei dizer mais nada”),
bem como que não se pode permanecer por muito tempo nos pensamentos das outras
pessoas (“como em teu próprio pensamento / vais desfazendo a minha vida!”).
Note-se, porém, que, na segunda estrofe, entra em cena um interlocutor, o qual
é afetado pela mágoa, por causa da ação do «eu» de “ser menos breve do que a
água, / mais durável que o vento e a rosa…”.
O título
é constituído por uma forma verbal que se encontra no modo conjuntivo (“fosse”),
a qual traduz o desejo do sujeito lírico de ser algo que não é, enquanto que o
advérbio «apenas» sugere uma ideia de simplicidade, ao passo que as reticências
marcam uma suspensão do raciocínio, que será retomado na primeira estrofe.
A
presença do indefinido «uma» em “uma rosa” significa que o desejo do sujeito
poético se refere a qualquer rosa e não a uma específica. Assim sendo, pode
concluir-se que o que o leva a desejar ser uma rosa terá a ver com algo inerente
a todas essas flores e não a algo característico de uma flor desse tipo. E que
«algo» é esse? Todas se desfolham. Note-se que o desfolhar-se constituiria um
ato que lhe daria prazer, visto que a vida para ele é dolorosa. O uso do
presente do indicativo do verbo «ser» (“é”) permite encarar a afirmação como
uma verdade absoluta.
O outro
fator que leva o «eu» a considerar um prazer o ato de se desfolhar, isto é, em
«morrer» (note-se que a queda das folhas se relaciona com a ideia de morte), é
a incapacidade ou a impossibilidade de expressar por meio das outras uma ideia
diferente da “que a vida é dolorosa”: “e não sei dizer mais nada!” (atente-se
na força da exclamação com que encerra o verso 4).
O
primeiro verso da segunda estrofe volta a repetir, ainda que parcialmente, o
título, mas desta vez com outros elementos da Natureza que não a rosa: a água e
o vento. Neste caso, os elementos não são antecedidos de qualquer artigo, o que
pode apontar para uma generalização desses elementos.
O
segundo versa dessa estrofe retoma a ideia do prazer em se extinguir, desta vez
através do vocábulo «desfaria». A comparação presente no terceiro verso anuncia
a presença de um interlocutor que vai esquecendo o sujeito poético pouco a
pouco, até porque o pensamento é fugaz, rápido, além de nunca ser estático.
A
terceira estrofe abre com um pedido de perdão do «eu» ao interlocutor por o
magoar por causa da sua “humana, amarga demora”. O terceiro verso inicia-se com
um traço (–), como se introduzisse uma explicação da afirmação anterior.
A “amarga
demora” que gera mágoa no interlocutor do «eu» é “menos breve do que a água, /
mais durável que o vento e a rosa”. Mas o que significa ser menos breve do que
a água? Desde logo, este elemento é um dos mais duráveis do planeta, o que
tornaria o verso e a comparação ilógicos. Para a sua interpretação, é
necessário recorrer ao poeta grego Heraclito (séc. VI a.C.) e à sua máxima de
que não nos podemos banhar duas vezes no mesmo rio, visto que, ao entrar nele
pela segunda vez, não será a mesma água que estará lá nesse momento. Assim
sendo, o sujeito poético refere-se à brevidade que caracteriza a passagem da
água e não ao elemento em si. Ser menos breve do que essa mudança é permanecer
por mais tempo do que a mudança dessa água que passa, que escoa rapidamente,
dura apenas alguns instantes.
O
último verso recupera os elementos naturais vento e rosa, neste caso para
enfatizar a demora do «eu» lírico em “se acabar”, dado que este é “mais durável”
do que ambos. A partir das comparações estabelecidas – água, vento, rosa –, o
sujeito poético procura comprovar que a sua condição humana dura algum tempo.
Ou seja, os elementos naturais são convocados para contrastar a brevidade da
sua existência com a maior duração da do «eu».
Em
suma, para o sujeito poético a sua condição de ser humano, mais longa do que a
vida dos elementos da Natureza referidos, é pouco valiosa; pelo contrário,
preferiria uma existência mais efémera, visto que a vida não lhe proporciona
alegria e felicidade. Nem mesmo as pessoas mais próximas – atente-se no determinante
possessivo «teu» (v. 7), que indicia proximidade entre o «eu» e o «tu» - o têm
no pensamento mais do que um breve instante.
O
recurso ao verso «ser» é significativo, pois, ao desejar ser algo, o sujeito
lírico aponta para o que é.
Análise do poema "Palinódia", de Manuel Bandeira
«Palinódia»
é um vocábulo que designa uma retratação poética, uma correção presente, atual,
sobre algo que foi dito no passado.
No
primeiro verso, o sujeito poético alude a uma prima, no entanto esta palavra
possui um significado que vai para além do sentido que lhe é geralmente
atribuído. De facto, o segundo verso informa que, se se mantivesse o
significado coloquial, “arruinaria em mim o conceito / De teogonias velhíssimas”.
A palavra «teogonia» quer dizer “a origem dos deuses”, o que implica que a visão
da “prima” está associada a um momento especial: o do nascimento de Afrodite, a
deusa grega do amor.
A
segunda estrofe confirma o conteúdo da primeira, visto que o sujeito poético
recorda o momento em que viu a prima a tomar banho, num inverno específico (“Naquele
inverno”). Note-se que, no Nordeste do Brasil, a palavra «inverno» designa os
meses da chuva, que coincidem com o verão. Essa visão parece constituir a
primeira lembrança da manifestação do desejo erótico, por isso o sujeito
poético associa a imagem da prima à da deusa grega. Sucede, contudo, que as
atitudes da prima não condizem com as da divindade, dado que aquela visita as
igrejas o que constitui um comportamento caracteristicamente cristão.
Na
terceira estrofe, o «eu» poético justifica o título do poema, porque para ele
aquela imagem da prima vista na infância é agora (“Hoje”), embora percebida de
outra forma: “Que não és prima só / Senão prima de prima / Prima-dona de prima
/ – Primeva”, ou seja, ela é a representação mítica da primeira mulher (“primeva”
= prima + Eva), permanecendo na memória do sujeito poético como símbolo da
descoberta do desejo erótico. Deste modo, essa imagem da prima transcende o
mero parentesco para se converter em símbolo da descoberta do amor sensual. A
visão da prima pode ser entendida como um acontecimento epifânico que permite
ao «eu» a descoberta de significados até então ocultos na sua vida.
Análise do poema "Pensão familiar", de Manuel Bandeira
“Pensão
familiar” é um poema constituído por uma oitava e uma quintilha.
A
primeira estrofe começa por descrever a pensão. Ela, de caráter burguês, é
limitada / pequena (como se depreende pelo uso do diminutivo “pensãozinha”),
com um jardim, onde se destacam o gato ao sol, a tiririca, que é um tipo de
mato, as boninas (margaridas) murchas ao sol, a beleza dos girassóis e as
dálias, flores vistosas e sem perfume. Esta caracterização da pensão sugere que
se trata de um espaço descuidado e algo abandonado, pois a erva daninha domina
o canteiro, ofuscando assim a beleza dos girassóis e das dálias. A figura do
gato ao sol reforça a impressão de um lugar “parado”, tranquilo, sem agitação
alguma.
Na
época, as pensões eram moradias coletivas destinadas a pessoas de baixa renda
que procuravam manter alguma dignidade e conforto, condizentes com as suas
posses financeiras. O título revela que a pensão retratada no poema é “familiar”,
isto é, dá guarida a pessoas que ganham a vida honestamente, tendo em conta que
havia outras pensões que eram destinadas à prostituição. Por outro lado, de
acordo com o verso 1, é uma “pensãozinha burguesa”.
A
segunda estrofe centra-se no gato, quebrando a estagnação do ambiente da primeira,
dado que descreve a atividade do felino. O dinamismo da sua ação é dado pelo
uso das formas verbais “faz”, “encobre”, “sai” e “vibrando” (gerúndio). Por
outro lado, o comportamento do animal é natural, espontâneo e elegante aos
olhos do sujeito poético.
Além
disso, o último verso enfatiza a elegância do gato: “– É a única criatura fina
na pensãozinha burguesa”. Dado que a ação do felino se opõe ao descuido e à
estagnação do ambiente, pode deduzir-se que o comportamento das pessoas que
residem naquele espaço é artificial. Aliás, a caracterização da pensão como “familiar”
(título) e “burguesa” (verso 1) realça a passividade dos seus moradores e o
conformismo rotineiro que nega a beleza da vida. O comportamento do gato, de
início, não parece motivo poético, como o comprova o calão “mijadinha”, contudo
o contraste entre a sua ação e a neutralidade dos moradores (que nem sequer são
referidos diretamente) revela a negação de uma vida marcada por valores
mesquinhos que aviltam a existência e condicionam as pessoas a uma vida
medíocre e conformista.
Análise do poema "O último poema", de Manuel Bandeira
No
primeiro verso, o sujeito poético manifesta o seu desejo: “Assim eu quereria o
meu último poema”. De seguida, apresenta uma série de comparações que traduzem
esse seu desejo. Através da primeira, o «eu» afirma que deseja a simplicidade
que provém da espontaneidade, capaz de traduzir sem artifícios prévios o
carinho e o afeto: “Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais”. A segunda mostra que o «eu» deseja produzir um poema que parte
toda a intensidade característica da emoção sem, entretanto, resvalar para a
pieguice sentimental, sobretudo a dos românticos: “que fosse ardente como um
soluço sem lágrimas”. A terceira demonstra que o sujeito poético deseja
produzir um poema com uma beleza discreta, incapaz de alarde, comedida a ponto
de se revelar discretamente, impondo-se pela forma, sem necessidade de espraiar
as suas intenções: “que tivesse a beleza das flores quase sem perfume”. A
quarta indicia que o sujeito lírico almeja elaborar um poema que contenha toda
a beleza e preciosidade dos sentimentos e emoções raros, mas que toda a
preciosidade possa ser consumida, isto é, dissolvida por uma «chama», por um
estilo simples capaz de conter, na sua simplicidade e pureza, a nobreza dos
sentimentos: “A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos”.
A última mostra que esse poema deveria ser capaz de conter os sentimentos mais
intensos, sem, no entanto, ser sentimental, sem anunciar de forma dramática a
intensidade das emoções, guardando em si o mistério que caracteriza a alma
humana.
Séries de animação do meu tempo: Jacky, o Urso de Tallac
Jacky, o Urso de Tallac, também conhecida como Jacky e Nuca, conta a história de um ursinho e da sua irmã que, depois de perderem a mãe, são adotados pelo pequeno índio Senda e vivem uma série de aventuras.
Como era característica da época, estamos na presença de uma obra de animação que mexia com as emoções e os sentimentos. O último episódio foi chocante!
Pessoalmente, entre Jacky e Tom Sawyer é difícil eleger a melhor série da nossa infância. E para quê escolher também?
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