Os Maias foi publicado em de Junho de 1888, no último quartel do século XIX. Atrás de si, tem uma década de 50 que constituiu uma fase de apreciável desenvolvimento das vias de comunicação e do sector económico, coincidente com um período de estabilidade política, conhecido por Regeneração. A figura que coordenou esta surto de desenvolvimento foi Fontes Pereira de Melo, que actuou sobretudo na área das infra-estruturas de comunicação, nomeadamente estradas, pontes, caminhos-de-ferro, telégrafo; todavia, os desequilíbrios entre o litoral e o interior do país acentuaram-se.
2. O contexto cultural
Em termos culturais, este período coincidiu com a vigência do Ultra-Romantismo e pela sua figura emblemática, António Feliciano de Castilho, uma espécie de padrinho oficial dos escritores mais jovens, visto que possuía grande influência e relações com o poder que lhe possibilitavam atapetar o caminho literário a esse grupo de iniciados na literatura, o que era recompensado pelo elogio mútuo. Tal levou a que Antero de Quental, figura central da nova geração - a Geração de 70 -, apelidasse o grupo ultra-romântico de «escola do elogio mútuo».
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