Pela cronologia apresentada, facilmente se constata que a vida de Fernando Pessoa ficou marcada por diversos acontecimentos e circunstâncias:
- a morte do pai, a 13 de Julho de 1893;
- o segundo casamento da mãe com João Miguel Rosa, que obrigou à mudança da família para a África do Sul;
- o percurso universitário falhado (Letras e Filosofia, opções académicas abandonadas cedo);
- as sucessivas crises depressivas;
- os sucessivos fracassos empresariais;
- as frustrações amorosas, de que é exemplo o romance epistolar pueril e platónico com Ofélia Queiroz);
- os projectos não concretizados: o plano para uma reforma ortográfica, o desejo de abrir um consultório de astrologia e grafologia;
- a inconstância profissional (Pessoa teve mais de vinte empregos, recusando sempre um lugar fixo);
- as experiências esotéricas, nomeadamente a proximidade com as ciências ocultas, que lhe acarretaram alguns problemas com as entidades policiais, aquando da visita de Alister Crowlley;
- a frequência de diversos cafés, espaços predilectos, nos quais Pessoa encontra os amigos e consome álcool;
- a errância por diversas habitações, nomeadamente por quartos alugados na baixa lisboeta (os últimos quinze anos da vida foram passados num quarto na Rua Coelho da Rocha, edifício onde funciona actualmente a Casa Fernando Pessoa);
- a existência desregrada, marcada pelo insucesso académico, profissional e empresarial, pelos amores frustrados (existência «entre a irrealidade da vida quotidiana e a realidade das suas ficções»);
- a permanência da língua inglesa no seu universo: as suas últimas palavras terão sido escritas no leito de morte, num pedaço de papel e em inglês - «I know not what tomorrow will bring», isto é, «Não sei o que [o] amanhã trará.»;
- a morte de crise hepática, a 30 de Novembro de 1935, com 47 anos;
- o enterro no cemitério dos Prazeres, no jazigo da sua avó louca, Dionísia, numa cerimónia discreta, à qual compareceram poucos parentes e alguns amigos próximos.
Fontes:
» Poemas de Fernando Pessoa - Colecção RESUMOS, Porto Editora;
» Dicionário de Fernando Pessoa.
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