● Esta é uma
cena rápida, girando em torno de Maria, após a sua saída de cena para se
preparar para a viagem a Lisboa.
● Manuel
argumenta em defesa da filha, afirmando que a ida lhe fará bem, pois ela
necessita de se distrair, de sair de casa, mudar de espaço. Só assim se evitará
que esteja sempre a pensar nos mesmos assuntos.
● D. Madalena
declara que quer que Telmo acompanhe Maria: “Telmo que vá com ela; não o quero
cá.” Por que razão deseja ela tal coisa? D. Madalena não quer ficar sozinha com
o velho aio de D. João de Portugal, pois teme que se repita o diálogo da cena
II do Ato I e que a atormente com os
seus presságios, nomeadamente com as dúvidas em torno do regresso de D. Sebastião
e D. João. Assim sendo, deseja que ele esteja longe, sobretudo naquele dia tão
marcante para ela. Perante o marido, justifica-se dizendo que Telmo e Maria
necessitam um do outro e que ele, estando velho, a põe a cismar: “… e entra-me
com cismas que…”. Tal como sucede ao longo da peça, D. Madalena receia a
presença de Telmo.
● Nas falas de
D. Madalena, assumem grande relevância as reticências, que
indiciam a falta de argumentos de D. Madalena para explicar o desejo de que
Telmo não fique em Almada. De facto, as reticências mostram que a personagem interrompe
as suas frases, como se procurasse um argumento minimamente convincente. O seu
discurso é o de quem fala movido pela emoção e não pela razão, por razões
convincentes.
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