Um homem dirigiu-se ao palácio real para fazer um pedido ao rei: desejava um barco. A casa real tinha várias portas, dentre as quais a porta da petição e a porta do obséquio, tendo-se o homem dirigido à primeira, supondo que seria atendido pelo rei. No entanto, quem acabou por o receber foi a mulher da limpeza, pois sua alteza real estava muito ocupada na porta dos obséquios, pelo que enviou o primeiro-secretário, que por sua vez mandou o segundo-secretário, que enviou o terceiro e assim sucessivamente, até chegar a vez da mulher.
Ela abriu, pois, a porta da petição e perguntou ao homem o que desejava do rei, ao que ele respondeu que desejava falar-lhe e que só abandonaria o local quando fosse recebido. Tal «teimosia» fez com que a fila da petição fosse aumentando e a do obséquio diminuindo. Passados alguns dias, muito contrariado, o rei abandonou o seu trono e veio falar com o homem à porta. Quando este lhe explicou que desejava um barco, a personagem real perguntou-lhe porquê, tendo o homem explicado que desejava encontrar a ilha desconhecida. Inicialmente, o rei negou satisfazer o pedido, pois os geógrafos afirmavam que já não havia ilhas por conhecer, mas, perante tanta insistência e perante o apoio dos aspirantes que se encontravam junto à porta da petição, o pedido acabou por ser satisfeito.
Assim, foi-lhe dito que se dirigisse ao porto e que solicitasse aí o seu barco. A mulher da limpeza, cansada da vida monótona que levava, abandonou o palácio e o rei e acompanhou-o. Chegado ao porto, o capitão, duvidando da viabilidade da empresa a que o homem se propunha, deu-lhe uma caravela. Já na posse do barco, o protagonista deparou com outro problema: nenhum marinheiro o quis acompanhar, pois não o levavam a sério. Partiu, pois, acompanhado apenas pela mulher. Após discutirem o facto de não terem tripulação, durante o jantar, o homem reparou na beleza da mulher.
Durante a noite, o homem sonhou que tinha encontrado uma tripulação, animais a bordo, terrenos com plantas, faltando apenas a mulher, que tinha ficando em terra. Posteriormente, sonhou com uma terra, que não era a ilha desconhecida, e a tripulação quis sair, levando consigo as mulheres e os animais, deixando na embarcação somente as plantas destinadas à agricultura. Quando o homem do leme decidiu ir tratar das terras, que pareciam uma floresta (a navegar), o homem viu uma sombra ao lado da sua e acordou. Ao seu lado, encontrava-se a mulher da limpeza: sem saberem como, encontravam-se os dois no mesmo beliche.
Por fim, resolveram nomear o barco - "A Ilha Desconhecida" - e fizeram-se ao mar.
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