João da Ega é o amigo inseparável de Carlos da Maia. Travam conhecimento e amizade em Coimbra, enquanto estudantes universitários.
O primeiro retrato que nos é fornecido pelo narrador é elucidativo quanto à personalidade e caráter da personagem;
- irreligioso e erético: «... o maior ateu, o maior demagogo...»;
- irreverente, «espantava pela audácia e pelos ditos»;
- exuberante, «exagerou o seu ódio à Divindade, e a toda a Ordem social...»;
- revolucionário, «queria o massacre das classes médias, o amor livre das ficções do matrimónio, a repartição das terras...»;
- satânico, defende o culto de Satanás;
- magro: «... figura esgrouviada e seca...» - traço comum a Eça de Queirós, de quem constituirá o alter-ego;
- usa bigode;
- nariz adunco;
- boémio: «... renovara as tradições da antiga boémia...»;
- romântico e muito sentimental: «... enleado sempre em amores por meninas de quinze anos, filhas de empregados...».
João da Ega representa o Naturalismo, daí que se oponha a Alencar, poeta ultrarromântico. Representa também o intelectual dos grandes ideais, das revoluções facínoras, das grandes alterações sociais, no entanto nada faz para a sua concretização, vivendo num amplo parasitismo, refugiando-se por detrás da figura de Carlos e à custa da fortuna da mãe.
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