A imagem aqui presente é um quadro
intitulado “Torre de Babel”, pintado em 1563 por Pieter Bruegel (1525-1569), pintor flamengo nascido em Bree, Ducado de
Brabante (atual Bélgica), que faleceu em Bruxelas. Há três versões desta pintura:
a original, uma de dimensões mais pequenas (ao lado) e uma em marfim; porém,
esta última foi perdida já há muitos anos. A apresentada acima é uma das duas
restantes, sendo a mais pequena destas pintada numa tela de 60 cm x 74.5 cm.
Esta versão mais pequena está atualmente exposta no Museu Boijmans Van
Beuningen, em Roterdão, Países-Baixos.
No
quadro, podemos observar a suposta Torre de Babel, torre fictícia mencionada e
descrita no Livro de Génesis. A torre aparenta ter uma altura enormíssima,
ultrapassando até as nuvens do céu. A mesma tem uma forma cónica, com uma base
larga e redonda, que vai ficando mais estreita à medida que a subimos, e com o
topo ainda por acabar. Há várias janelas, portas e entradas com arco à volta da
torre. No plano de fundo, podemos ver terra e árvores, assim como mar e barcos
a atracar perto da torre. Analisando ao pormenor, podemos também observar
pessoas perto da base e ao pé das entradas e portas. A torre faz parte da mitologia
hebraica e foi construída por um suposto único povo unido, com uma só língua,
com os mesmos valores e costumes. Para mostrar a sua grandiosidade, ele decidiu
construir uma torre tão alta que chegasse aos céus; o edifício pode ser
comparado à cidade de Roma, que foi governada pelos Césares com a intenção de
ser uma cidade eterna. Ao mesmo tempo, a torre é também um símbolo de um
orgulho castigado, e uma das principais intenções do pintor é mostrar e
condenar o orgulho das pessoas, pois, segundo a lenda, Deus veio à Terra ver o
que este povo fez e, descontente, espalhou-o por todos os cantos do mundo,
confundindo as línguas destas novas populações, para que estas não se
entendessem entre si, encerrando assim a construção da torre. O trabalho dos
construtores e engenheiros (a estrutura apresenta uma forma irregular e mal
construída) remete-nos para uma segunda moral, que é a futilidade de muito
esforço humano.
No
fundo, este quadro dá-nos uma lição, que é apenas não tentar algo de grandes
proporções só pela questão de orgulho, pois, no fim, pode-se dar uma reviravolta
e todo o nosso esforço é desperdiçado. A outra versão deste quadro dá-nos a
mesma moral e não é muito diferente deste quadro: tem apenas umas ligeiras
alterações e um maior detalhe. Os quadros de Bruegel representam frequentemente
símbolos que nos dão uma lição de moral, e aconselho todos a experimentar
analisar um quadro deste grande pintor, pois são quadros muito bem pintados e
detalhados, e porque, no fim, podemos também todos aprender uma nova lição de
vida.
Pedro M.
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