O
vídeo proposto para observação apresenta um retrato
cómico do que outrora foi D. João V. Certos humorista agarraram nas características
mais caricatas do rei, ampliaram-nas na forma mais ridícula possível e construindo
este pequeno ato que de certa forma retrata a impressão que o povo possuía do
seu monarca.
José
Saramago descreve o rei D. João V como um homem vaidoso, absoluto, arbitrário e
extravagante, pois gostava de implementar estrangeirismos em Portugal. Era
conhecido por ser infiel à mulher por qual se casou por conveniência, era caracterizado
pela sua flatulência e por ser nomeado como “irrifatigável cobridor”.
No
vídeo humorístico apenas pegam nos traços que o próprio José Saramago redigiu e
tentam retrata-los numa cena que começa com um apresentador que primeiramente
apresenta o entrevistador como sendo D. João V, este último senta-se numa outra
cadeira ao pé do apresentador mas antes de se sentar obriga o apresentante a beijar
o chão que pisou, numa forma de mostrar a sua superioridade e a partir desse
momento começa a “entrevista”. Essa “entrevista” começa logo com o rei a perguntar
se havia algo para comer, de seguida o apresentador tenta perguntar algumas
perguntas ao entrevistado e o rei o manda-o calar “Está calado” pois estava
ocupado a tentar “seduzir” a servente que lhe trazia comida.
“D. João” durante a entrevista responde o
porquê da construção do convento de Mafra, fala sobre o voto que fez devido à sua
doença fatal (“…a minha vida era flat, insiste, flat, insiste…”) que teve na
época e a incapacidade da sua mulher gerar filhos (“Quando tava mesmo a
conseguir…pausa…flat”). Na entrevista o “rei” passa metade do tempo a querer ir
embora “Falta muito para isto acabar”, “És um bocado seca…”, demonstra que não
queria estar ali, na outra parte do tempo a entrevista é interrompida pelos
flates de sua majestade. O monarca faz piadas sobre a localização e como lançou
a primeira pedra (“O arquiteto estava armado em mete nojo (…) agarrarei numa
pedra e truz”), fala de uma maneira descuidada como se não importasse em ser
bem ou não mal-educado. Disse que depois da construção do convento, que fora dedicado
a Nossa Senhora e a St. António, a sua flatulência aumentou mas a sua mulher
conseguiu finalmente conceber um filho, Maria Barbara e a seguir mais cinco
outros e “depois o resto”, fala abertamente sobre a sua infidelidade (“A partir
daí tive uma vida extra conjugal muito animada”) sentindo-se orgulhoso por isso.
Falam
também sobre a introdução da ópera italiana em Portugal que se deveu a D. João
e por fim conversam sobre a sua morte que foi considerada uma morte feliz que
se deveu a uma congestão (“Eu comi muito ao pequeno-almoço (…) e nisto chega
mais uma cantora italiana que eu queria induzir em Portugal (…) dá-se-me um
flat maior que os outros (… daí dá-se o flat mestre (…) estando a italiana a
“cantar”).
Podemos
concluir que este vídeo goza com os modos de vida de D. João exercia, até mesmo
os motivos e o momento da sua morre são ridicularizados na cena, o apresentador
tenta manter-se apresentável durante toda a entrevista enquanto o humorista que
representa o rei tenta demonstrar superioridade, alguma malicia, um pouco de extravagância
e também autoridade, isto enquanto dá flates que estragam qualquer alusão a
essa impressão, tornando assim alguém por qual deveríamos ter respeito e
afeição, em uma pessoa “nojenta”, sem princípios e no mínimo ridícula.
Daniela E.
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