A nossa saúde e a nossa vida, por extensão, estão entregues a gente para a qual escasseiam os adjetivos.
Há doentes (já identificados como portadores do coronavírus) que só foram detetados por iniciativa própria e cujos diagnósticos só foram feitos depois de os pacientes terem decidido fazer os testes nas instituições de saúde privadas, pagando do seu bolso os exames.
Alguns deles ligaram para a linha SNS24 a explicar que tinham elevadas suspeitas de estarem contaminados, por causa de determinados sintomas e de terem estado ausentes de Portugal em férias. No entanto, os técnicos que os atenderam explicaram-lhes que não seriam eleitos para testagem e a parte deles nem sequer foi sugerida a quarentena.
Atente-se no depoimento de uma dessas pessoas: «Liguei para a Linha de saúde, mas disseram-me que o caso não era de risco e garantiram que eu podia fazer a vida normal, incluindo os meus filhos.». Nestas circunstâncias, desconfiadas de que poderão estar infetadas, acabam por agir por conta própria.
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