▪ Camilo Castelo Branco foi um dos escritores mais prolíficos
da segunda fase do Romantismo português e a sua obra é a mais vasta e
diversificada de todo o século XIX. Ele foi poeta, panfletário, prefaciador, tradutor,
crítico, polemista, romancistas, dramaturgo, bibliógrafo, historiador, cultor
de todos os géneros. A sua intensa atividade literária justifica-se pelo facto
de Camilo ser um escritor profissional, isto é, viver daquilo que publicava.
▪ Camilo Castelo Branco foi uma figura ímpar do Romantismo em
Portugal, nomeadamente da segunda geração romântica, cujas vida e obra
se entrelaçaram de forma muito intensa.
▪ A existência do escritor foi uma vida de amor e de perdição:
uma vida repleta de amores vários, mas também de sofrimento, dor e morte. No
fundo, estamos na presença de uma novela ou de um romance tipicamente
românticos.
▪ As principais circunstâncias biográficas que o caracterizam
podem sintetizar-se da seguinte forma:
▪ bastardia: Camilo é um filho bastardo – a sua
mãe era criada do seu pai;
▪ orfandade: a mãe morre antes de Camilo
completar dois anos, e o pai quando ele tem dez, por isso vai viver para casa
de uma tia paterna, em Vila Real;
▪ educação religiosa: em determinado momento, Camilo passa
a viver em Vilarinho de Samardã, em casa de uma irmã mais velha, onde recebe
uma educação religiosa e literária, ensinado por um padre;
▪ aventuras sentimentais:
→ em 1841, casa, pela primeira vez,
com Joaquina Pereira de França, uma camponesa de quem tem uma filha, mas
abandona-as pouco tempo depois;
→ em 1846, rapta Patrícia Emília e por
essa razão é preso na Cadeia da Relação do Porto, mas acaba igualmente por
abandonar essa mulher e a filha que dela tivera;
→ a permanência no Porto, a partir de
1848, acentua a sua inconstância amorosa: envolve-se com uma freira, mantém uma
paixão simultânea por duas senhoras, vive em mancebia com uma costureira;
→ conhece Ana Plácido, casada com um
rico comerciante brasileiro, Manuel Pinheiro Alves: a partir de 1850, a paixão
por essa mulher domina a vida sentimental do escritor, levando-o a cometer
vários atos desregrados por causa desse amor – entra no seminário do Porto,
como forma de aniquilar a paixão, rapta Ana Plácido e foge, entra na Cadeia da
Relação do Porto (Camilo e Ana Plácido são acusados de adultério). Absolvidos e
libertos em 1861, não mais se separam e acabam mesmo por casar em 1888 (o
marido de Ana Plácido falecera em 1863). Têm três filhos;
▪ vida boémia e turbulenta: no Porto, o escritor leva uma vida
agitada. Por causa de amores, por questões jornalísticas (Camilo colabora em
vários jornais) ou por outros motivos, Camilo envolve-se em polémicas, em rixas
e desacatos;
▪ convívio com a paisagem física e
humana das províncias do Norte: a vida do escritor decorre praticamente toda no Norte do
país (à exceção de curtos períodos na capital) – primeiro, em Vila Real e em
Samardã, depois em Friúme, sempre em casa de familiares; entre 1844-45, reside
na cidade do Porto, onde frequenta, sem sucesso, o curso de Medicina; posteriormente,
desloca-se para Coimbra para cursar Direito (o que acaba por não acontecer); a
partir de 1864, Camilo e Ana Plácido vivem em São Miguel de Seide, uma existência
marcada pelo isolamento, pela doença e por vários dramas (morte do primeiro
filho, loucura do filho Jorge, comportamento desregrado do filho Nuno; Camilo
arquiteta, inclusive, o rapto de uma jovem para casar com esta o seu último
filho);
▪ conhecimento íntimo do meio
portuense: as largas
temporadas que passa no Porto dão ao escritor uma visão profunda e realista da
sociedade portuense e dos seus diferentes elementos;
▪ pobreza e doença: os seus últimos anos de vida são
marcados por dificuldades económicas (Camilo chega mesmo a vender parte da sua
biblioteca em leilão) e pelo avanço da cegueira, doença que já lhe havia sido
detetada anos antes;
▪ profissionalismo: Camilo vive exclusivamente do
que escreve, o que faz com que seja um verdadeiro profissional das Letras.
Assim se explica o seu ritmo febril de produção, bem como a extensa obra
literária que nos legou: 173 títulos, não contando traduções, prefácios e
outros textos dessa natureza.
1825 (ou 1826) – Nasce em Lisboa, na Rua da Rosa, no
seio de uma família da pequena burguesia de raízes transmontanas, Camilo
Ferreira Botelho Castelo Branco, a 16 de março, filho natural de Manuel Joaquim
Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa, criada do próprio Manuel. A 14 de
abril é batizado na Igreja dos Mártires. Não obstante, o escritor sempre se
apresentou e contou os anos da sua vida e dos acontecimentos que nela o
marcaram como tendo nascido em 1826, algo que era reconhecido pelos seus
contemporâneos. De facto, na sua certidão de óbito, ocorrido a 1 de junho de
1890, regista-se a idade de 64 anos.
1827 (6 de fevereiro)
– Morre a mãe.
1835 (22 de dezembro)
– Morre o pai.
Acompanhado pela irmã Carolina, mais velha, vai viver para Vila Real, para casa
de uma tia paterna (Rita Emília). Nestes anos, frequenta, em Lisboa, a escola
do mestre Minas Júnior, onde, entre outros, tem como colega o futuro Conde de
Ouguela.
1839-1840 – Vai habitar em Vilarinho de Samardã
com a irmã, que ali casa com um estudante de medicina, com cujo irmão, o Padre
António José de Azevedo, convive e que o inicia na leitura dos clássicos e o
ajuda a desenvolver o seu gosto pelas humanidades e pela escrita.
1841 – Em agosto, casa-se com Joaquina
Pereira de França, de 14 anos, em Friúme, aldeia do concelho de Ribeira de
Pena, onde passa a viver e trabalha como escrevente num tabelião. Com ela, tem
uma filha, logo abandonando as duas. Entretanto, perde parte da herança
paterna.
1843 – Regressa a Vilarinho da Samardã.
Morrem a mulher e a filha de ambos pouco tempo depois. Em outubro, no Porto,
faz exames em disciplinas de Humanidades e inscreve-se na Escola Médica, que
frequenta até 1845, e na Academia Politécnica do Porto, mas não chega a
concluir os estudos.
1844 – Começa a viver a vida literária e
boémia (“do espírito”) portuenses e estreia-se como jornalista. Começa a
publicar artigos em periódicos do Porto (“O Nacional”, “O Eco Popular”, “O
Jornal do Porto”, “A Semana”, “O Portugal”, “O Portuense”, “O Mundo Elegante”,
“O Porto e a Carta”, “O Clamor Público”, “Gazeta Literária do Porto”),
atividade que continuará intensamente nos anos seguintes e que exercerá até ao
final da vida. Escreve e publica poemas, assinando, a princípio, com as
iniciais C. C. B. Além disso, usa diversos pseudónimos, entre eles os
seguintes: Um Académico Conimbricense, Anastácio das Lombrigas, Anacleto dos
Coentros, O Antigo Juiz das Almas de Campanhã, José Mendes Enxúndia, Rosário
dos Cogumelos, A. E. Y. O. U. Y., Manuel Coco, João Júnior, Barão de Gregório.
1845 – Publica Os Pundonores Desagravados,
poema heroico burlesco.
1846 – Rapta Patrícia Emília e por essa
razão dá entrada na cadeia da Relação do Porto. Eventualmente, abandona-a
também e a filha que dela tivera algum tempo depois. Na sequência da revolta da
Maria da Fonte, terá combatido nas hostes de D. Miguel, o que lhe vale a
nomeação para amanuense do Governo Civil em Vila Real, mas foge da cidade
depois de ter publicado, no jornal “O Nacional”, duas cartas contra o
governador civil. Vai viver sozinho para o Porto. Inscreve-se em Direito, em
Coimbra, mas não conclui o curso.
1847 – Publica o drama histórico Agostinho
de Ceuta.
1848 – Falece a filha que tivera com
Joaquina Pereira e nasce-lhe outra, Bernardina Amélia, que tem com Patrícia
Emília. Instala-se no Porto, onde vai viver permanentemente, até mudar, em
1864, para São Miguel de Seide, onde residirá até ao final da vida, na companhia
de Ana Plácido. Neste e nos anos seguintes, publica, nos periódicos, no espaço
do «folhetim», ou noutros, inúmeros artigos, crónicas e os primeiros embriões
de narrativa ficcional. Publica, em folheto, sob anonimato (“Mandada Imprimir
por Um Mendigo”), um relato onde está já presente a figura de narrador que dará
o cunho camiliano dos seus romances e novelas posteriores, Maria! Não me
Mates Que Sou Tua Mãe, a partir de um crime ocorrido em Lisboa.
1850 – Afirma ser, de profissão, “escritor
público” e dedica-se totalmente ao ofício da escrita. Vive em Lisboa durante
algum tempo e aí, na Imprensa Nacional, publica o seu primeiro romance, Anátema.
Ser-lhe-á atribuído o folhetim “O Clero e o Sr. Alexandre Herculano”, publicado
anonimamente, também na capital, em defesa do amigo. Conhece Ana Plácido,
casada com Manuel Pinheiro Alves, cujo amor impossível quase o leva a abraçar o
sacerdócio, que lhe é vedado por causa da vida aventurosa que levara até então.
1850-1851 – Matricula-se no curso de Ciências
Teológicas, no Porto.
1852 – Submete-se a exame para obter ordens
menores, que lhe são recusadas devido à sua vida aventurosa. Abando o Curso de
Ciências Teológicas. É cofundador do jornal “O Cristianismo”. Colabora em
publicações de poesia.
1853-1854 – Publica, primeiro em folhetim, no
diário portuense “O Nacional”, depois em volume, Mistérios de Lisboa,
novela de “terror grosso”, resposta, no panorama da literatura portuguesa, a Les
Mystêres de Paris, de Eugène Sue (1842-1843). A maioria dos seus romances
foi publicada inicialmente em folhetim, em periódicos, antes de sair em volume,
como era costume na época.
1854 – Publica o livro de poemas Folhas
Caídas Apanhadas na Lama, sob o pseudónimo Um Antigo Juiz das Almas de
Campanha. Com Augusto Soromenho, é redator de A Cruz. Semanário Religioso.
1855 – Publica, no Porto, O Livro Negro
do Padre Dinis.
1855-1856 – Publica os três volumes de «Cenas
Contemporâneas», a que pertencem, entre outras pequenas novelas, os romances A
Filha do Arcediago e A Neta do Arcediago.
1856 – Publica Onde Está a Felicidade?
1857 – Reside durante cerca de dois meses em
Viana do Castelo, como redator do jornal “A Aurora do Lima”, e aí publica Cenas
da Foz. Regressa ao Porto e publica, entre outras obras, Duas Horas de
Leitura.
1858 – Publica, em Viana do Castelo, o
«romance original» Carlota Ângela, que saíra em folhetins n’”A Aurora do
Lima”. Publica também Vingança e O que fazem Mulheres. No final
do ano, Camilo é aprovado para sócio correspondente da Academia de Ciências,
por proposta de Alexandre Herculano.
1859 – Nos últimos anos, vê frustradas as
diversas tentativas de ocupar cargos em instituições públicas, segundo alguns,
devido à relação que mantém com Ana Plácido, uma mulher casada. Neste ano, vão
viver ambos para Lisboa. O marido move-lhes “querela de adultério”. Antes do
final do ano, regressam ao Porto. Camilo continua a publicar em jornais. De
facto, a ligação adúltera entre Camilo e Ana Plácido é censurada pela sociedade
portuense, por ela ser casada com um homem respeitado na cidade e ser cunhada
de Bernardo Ferreira, filho da famosa Ferreirinha da Régua. Nessa sequência, os
escritos do autor passam a ser recusados pelos jornais do Porto, o que o deixa
sem meios de subsistência. Depois de Ana Plácido ter dado à luz um filho,
presumivelmente de Camilo, Pinheiro Alves move aos dois amantes em processo de
adultério.
1860 – Ana Plácido é presa (o adultério era
crime na época), enquanto Camilo anda fugido à Justiça, que também o procura.
Em outubro, entrega-se na Cadeia da Relação, no Porto, onde ambos recebem a
visita do rei, D. Pedro V. Entrementes, continua a publicar em jornais e traduz
romances franceses; em simultâneo, são feitas reedições de algumas das duas
obras anteriores. A reedição de parte considerável dos seus romances torna-se,
a partir de agora, regular. Estreia-se em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria
II, a 10 de maio, o seu drama Abençoadas Lágrimas.
1861 – Publica Amor de Perdição (a
data impressa no rosto é 1862), que diz ter escrito em quinze dias (“os mais
atormentados da [sua] vida”, de acordo com a Introdução da novela), durante a
sua prisão na Cadeia da Relação do Porto por adultério. Esta obra, de tipo passional,
será considerada, por Miguel de Unamuno, como o maior romance da Península
Ibérica no género. Publica ainda O Romance d’Um Homem Rico. É editada,
no Porto, uma biografia de Camilo, da autoria de J. C. Vieira de Castro. Em
outubro, Camilo e Ana Plácido são julgados, o tribunal absolve-os, saem em
liberdade e vão viver para Lisboa.
1862 – Publica Memórias do Cárcere.
1863 – Nasce Jorge, seu filho com Ana
Plácido, em Lisboa, que vem juntar-se a Manuel, que nascera quando Ana ainda
vivia com o marido. Publica diversas obras (como O Bem e o Mal e Noites
de Lamego, entre outras). Começa a sair em folhetins de periódico no Rio de
Janeiro, um romance seu.
1864 – Instala-se em São Miguel de Seide, em
Vila Nova de Famalicão, juntamente com Ana Plácido, Jorge e Manuel, na casa que
ela herda do marido, entretanto falecido, que se tornará, a partir deste
momento, a residência permanente do casal até ao final da vida do escritor. Nasce-lhes
o terceiro filho, Nuno. Publica Amor de Salvação e Vinte Horas de
Liteira, entre outros. Inicia colaboração no “Diário de Notícias”. Camilo vê-se
obrigado a viver da sua pena e a escrever abundantemente para dar uma
existência condigna à família.
1865 – Publica novas obras, como, por
exemplo, A Sereia e O Morgado de Fafe.
1866 – Publicado A Que de Um Anjo,
que virá a ser considerado um dos seus melhores romances de sátira da vida política,
O Judeu, um dos seus mais apreciados romances históricos, A Enjeitada,
Vaidades Irritadas e Irritantes, etc.
1867 – Publica O Senhor do Paço de Ninães,
cuja ação se desenrola desde a partida de D. Sebastião para Alcácer Quibir até
às conquistas na Índia, e A Bruxa do Monte Córdova.
1868 – Publica Mistérios de Fafe e Retrato
de Ricardina, entre outras obras. Publica, ao longo de dez meses, uma série
de artigos na “Gazeta Literária do Porto”, que reúne em Mosaico e Silva de
Curiosidades Históricas, Literárias e Biográficas. O filho Jorge, a quem,
mais tarde, dedica carinhosamente um livro, é dado como louco. De facto, os filhos
são uma preocupação: Jorge pelos seus problemas mentais e os outros dois pela
vida boémia e desorientada que levam.
1869 – Vive cerca de um ano em Lisboa.
Publica Os Brilharetes do Brasileiro.
1870 – É-lhe recusado o título de Visconde
que solicita, por viver «amancebado».
1871 – É representado no Teatro D. Maria II,
em Lisboa, o seu drama O Condenado, em defesa do amigo Vieira de Castro,
condenado por ter assassinado a mulher, supostamente adúltera. Publica Voltareis,
ó Cristo?. Faz um primeiro leilão da sua biblioteca, por causa das difíceis
condições de subsistência.
1872 – Publica-se em Madrid a tradução em
castelhano de Amor de Perdição. D. Pedro II, Imperador do Brasil,
concede-lhe a Ordem da Rosa. Publica, entre outros, o romance O Carrasco de
Victor Hugo José Alves.
1873-1874 – Publica O Demónio do Ouro e O
Regicida. Em janeiro de 1874, sai o n.º 1 de Noites de Insónia,
oferecidas a quem não pode dormir, publicação mensal. Publica o volume Correspondência
Epistolar entre José Cardoso Vieira de Castro e Camilo Castelo Branco. (O
amigo tinha, entretanto, morrido no degredo, em Angola). Quase toda a sua
restante correspondência e as polémicas serão publicadas postumamente, em
grande parte por Alexandre Cabral.
1875 – Publica A Filha do Regicida,
um romance histórico.
1875-1877 – Saem, em “publicação mensal”, a
público, sucessivamente, as Novelas do Minho, que o integrarão na escola
realista, anteriormente inaugurada programaticamente por Eça de Queirós. Em
1876, publica um Curso de Literatura Portuguesa. Os seus problemas de
saúde, nomeadamente as dificuldades de visão, agravam-se.
1879 – Publica Eusébio Macário,
apresentado, na edição d’O Primeiro de Janeiro de 27 de julho, como “primeiro
romance da longa coleção faceta, sob o título geral de ‘Sentimentalismo e
História’”.
1880 – A referida coleção consta de três
obras: neste ano, publica a Corja e, em 1882, A Brasileira de Prazins.
Apresenta-se com o objetivo de fazer «destroços», através da paródia de alguns
recursos da «nova escola», mas o último é considerado como uma magistral
adaptação da já antiga e consagrada escrita camiliana às características do
novo programa realista.
1885 – Por lei de 20 de julho, o rei D. Luís
concede-lhe o título de Visconde de Correia Botelho. É nomeado Académico
Correspondente da Real Academia Sevilhana de Buenas Letras, a 1 de abril.
1885-1886 – Publica a «Crónica mensal de
Literatura amena», Serões de São Miguel de Seide, «novelas, polémica
mansa, crítica suave dos maus livros e dos maus costumes». Saem seis
fascículos. Em 1886, publica Boémia do Espírito e Vulcões de Laura, o
seu último romance.
1888 – Apesar da consulta cada vez mais
assídua a médicos, no Porto e em Lisboa, o seu estado de saúde é cada vez mais
débil. Casa, finalmente, com Ana Plácido, a 9 de março, a fim de garantir a
segurança financeira aos filhos, num período em que a relação estava gasta pela
erosão e por uma convivência tensa. Envia ao amigo Freitas Fortuna uma carta
que ele próprio considera como uma “cláusula testamentária”, com disposições
sobre o seu “cadáver” e o local onde quer ser sepultado. É feito Visconde de
Correia Botelho.
1889 – Funda com Tomás Ribeiro Mensageiro,
cujo n.º 1 é “consagrado a Sua Majestade Imperial o Sr. D. Pedro d’Alcântara”,
e reúne um conjunto de textos memorialísticos em Delitos da Mocidade.
Obtém uma pensão vitalícia para o filho Jorge, cuja loucura é irreversível.
1890 – A 1 de junho, suicida-se com um tiro
na fronte, após a visita que lhe faz o oftalmologista Edmundo Machado, que lhe
confirma a cegueira irremediável. De acordo com J. Viale Moutinho (2009), Camilo
escrevera ao especialista a solicitar que o visitasse e examinasse, com estas
palavras: “Sou o cadáver representativo de um nome que teve alguma reputação
gloriosa neste país, durante 40 anos de trabalho. Chamo-me Camilo Castelo
Branco e estou cego.” Na verdade, no final da vida, sente-se atormentado pela
doença e pela ameaça da cegueira. É frequentemente assolado pela instabilidade
psíquica e por período de grande desânimo. É sepultado no Porto, no cemitério
da Lapa, no jazigo do velho amigo Freitas Fortuna. A certidão de óbito regista
que morreu aos 64 anos. Nas Trevas – Sonetos Sentimentais e Humorísticos
é a última obra do escritor publicada em vida.
Bibliografia:
. imprensanacional./pt/camilo-castelo-branco/;
. Jacinto do Prado Coelho, Introdução ao Estudo da
Novela Camiliana, 2.ª ed., 2.º vol., 1983.
. José Viale Moutinho, Memórias Fotobiográficas
(1825-1890), Lisboa, Ed. Caminho, outubro, 2009.
. Amor de Perdição, Coleção Resumos, Porto
Editora;
. livro.dglab.gov.pt
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