Gerrit Dou, Escola nocturna (c. 1660) |
Este quadro foi pintado no século XVII e foca o tema da escola noturna.
Antes da invenção da eletricidade, estudar à noite exigia ainda mais esforço e sacrifício do que aquele que ainda hoje implica a escola em regime pós-laboral. A iluminação era fraca, dependente da luz bruxuleante de velas e lamparinas, e esse constrangimento ao labor de alunos e professores é aqui magistralmente explorado pela mestria do pintor, que introduz no quadro nada menos de que quatro distintas fontes de luz.
A penumbra em que a cena se desenrola esbate contornos e pormenores: percebemos o professor e uma aluna debruçados em torno de um texto que esta lê, enquanto o mestre lhe chama a atenção para algo importante. Em volta, outros alunos leem, escrevem, estudam as matérias.
Contudo, o esquematismo da cena transporta consigo uma ideia poderosa; a luz e as trevas são uma metáfora feliz e recorrente da eterna luta do conhecimento contra a ignorância. As luzes que aqui se iluminam representam a vontade de aprender, de vencer a escuridão do desconhecimento, da superstição e do preconceito. E essa sempre foi e será a missão fundamental da escola, em todos os tempos.
Fonte: Escola Portuguesa.
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