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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Análise do poema "A Viagem", de João Cabral de Melo Neto
A
partir da obra Os três mal amados (1943), a poesia de J. Cabral pauta-se
pela:
=- construção
=-
racionalidade
=-
objetividade
Estes
elementos estão presentes em obras como O Engenheiro (1945) e Psicologia
da Composição (1947).
Em Pedra
de Sono, o domínio do Surrealismo pode verificar-se em duas vertentes:
=-
alucinatória, pois o Surrealismo dá total liberdade à mente, às imagens tal
como elas vão surgindo;
=-
construtivistas: nesta vertente, o rigor da construção sobrepõe-se ao domínio
onírico.
Estas
duas vertentes já aparecem em Pedra de Sono, mas aqui a vertente alucinatória
sobrepõe-se à construtivista, mas não com o relevo que vai ter nos livros que
se seguiram.
No Engenheiro,
verifica-se ainda o embate das duas venturas; o problema não foram ainda
resolvido, mas o projeto construtivista começa a ganhar espaço e relevo na
construção dos poemas. Mas mantém-se ainda o clima surrealista, evidente na
abundância de palavras ligadas ao domínio onírico: sonho, sono, noite, morte.
Nesta
obra, temos que distinguir dois tipos de poemas:
. os poemas que são
escritos segundo o ritmo da expansão onírica;
.
os poemas que, embora mantendo as palavras derivadas da expansão onírica, já
estão sujeitos a um projeto de construção. Assumem, assim, uma forma mais racional
e objetiva.
Este
poema é um exemplo vido do primado da expansão onírica; continuamos a ter
presentes os três temas comuns, que são a noite, o sonho e a morte e uma
sucessão de imagens oníricas.
No
poema “Poesia”, a interrogação mostrava uma clara tentativa de racionalização;
aqui esta função de objetivar as coisas não é tão evidente.
Outra
característica do poema é o domínio da subjetividade. Mas esta característica
está igualmente presente na vertente construtivista. O poeta aparece à deriva
entre as sugestões com que se depara e relaciona-se com elas de forma
diferente: umas vezes, tenta separar-se e outras funde-se com elas.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Análise do poema "Poesia", de João Cabral de Melo Neto
O
discurso é interrogativo e está ligado a um clima de mistério e também de
racionalização. O discurso parece ser o único elemento que permite chegar à
racionalização e nunca o conteúdo, apesar de haver palavras que só por si são racionais,
claras e objetivas: sol, luz, saúde (são palavras que fogem ao domínio da
noite, do escuro e do sonho). Mas toda a “luz” e “saúde” são subordinadas a um
mistério maior. Por isso, toda a tentativa de racionalização pelo uso de certas
palavras desaparece, ficando apenas o discurso interrogativo.
A
conquista de um território diurno esbarra com um território em que se produz a
poesia. Há uma desistência do real enquanto instância passível de organização
pela consciência. Apesar do poeta procurar ordenar o real, pela sua consciência
acaba rendido à evidência de o não conseguir. A poesia surge como ato de
criação, onde é valorizada a mente onírica, do sonho, da evasão do criador, que
não consegue ter uma atitude crítica perante o que cria.
Como
conclusão, poderemos dizer que a poesia é o resultado da mente do criador e,
como dizia o Surrealismo, é um conjunto de expansões oníricas. A interrogação
surge ao poeta como única forma de colocar em causa o que foi dito.
Análise do poema "Composição", de João Cabral de Melo Neto
O Surrealismo tem como principal característica a expressão de imagens oníricas, que também neste poema são abundantes.
Ao lado da vertente de organização consciente e objetiva, sobressaem no poema três ideias fundamentais: a ideia de noite, de sonho e de morte. Mas em J. Cabral, estas imagens são submetidas a um processo de racionalização, concretizado no final pelo verbo “digo”, que marca a separação do mundo onírico e a consciência de criação desse mundo pelo “eu” lírico. O sujeito lírico compactua com o onírico, mas não o subscreve, não o “celebra”.
Pedra de Sono, de João Cabral de Melo Neto
Os poemas reunidos nesta obra foram escritos entre 1939 e 41.
A obra tem uma epígrafe constituída por um verso de Mallarmé: "Solicitude, récife, etoile",que mostra uma certa influência do Simbolismo. Apesar de não ser simbolista, João Cabral apresenta alguns traços comuns ao Simbolismo:
- espírito crítico
- traçar artes poéticas. Este
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