sábado, 8 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"Desde a Montanha", Tomas Tranströmer
Tomas Tranströmer Prémio Nobel da Literatura 2011 |
Estou na montanha e vejo a enseada.
Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
"Somos sonâmbulos. Luas vagabundas."
Isso dizem as velas brancas.
"Deslizamos por uma casa adormecida.
Abrimos as portas lentamente.
Assomamo-nos à liberdade."
Isso dizem as velas brancas.
Um dia vi navegar os desejos do mundo.
Todos, no mesmo rumo - uma só frota.
"Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém."
Isso dizem as velas brancas.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
República, essa grande porca
Comemoram-se (???) hoje os 101 anos da implantação da República em Portugal.
Para celebrar a data, deixam-se aqui três opiniões de três figuras que viveram e participaram no processo.
Porfírio Rodrigues, um dos responsáveis militares pelo 5 de outubro, em declarações a Joaquim Madureira, autor da obra Na formosa estrivaria (1912): «Se eu soubesse que a República que tinha idealizado era a porca que me saiu, não me tinha sacrificado.»
Afonso Costa, em 1914: «O Partido Republicano Português tem a obrigação de defender o povo, mesmo contra a vontade do próprio povo.»
Brito Camacho, político, escritor, jornalista (fundador do jornal republicano A Luta) e chefe do Partido Unionista, aliado de Afonso Costa e do Partido Democrático: «As moscas mudam, mas a merda é a mesma.»
terça-feira, 4 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
Fernando Pessoa
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio de alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém.
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio de alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Reclamação / Protesto
1. Definição
A reclamação é um texto em que se reivindica um direito e se exige a reparação dos prejuízos sofridos pelo reclamante / queixoso.
3. Tipos
4. Estrutura
» Reclamação escrita - Livro de reclamações
* Identificação do fornecedor do bem / serviço;
* Identificação do reclamante;
* Motivo da reclamação:
- apresentação sumária da situação;
- apresentação da reivindicação;
* Data;
* Assinatura.
» Reclamação escrita - Carta de reclamação:
. Cabeçalho:
* Identificação do reclamante (canto superior esquerdo):
- Nome;
- Morada;
* Identificação do destinatário (canto superior direito):
- Nome / Designação da empresa;
- Morada;
* Local e data (de envio);
. Corpo:
* Assunto;
* Forma de tratamento / saudação inicial;
* Relato resumido da situação / dos factos (queixa / reclamação);
* Caraterização da situação atual;
* Reivindicação do direito e pedido de reparo / ressarcimento;
. Fecho:
* Fórmula de fechamento;
* Assinatura (do reclamante);
* Indicação dos anexos.
5. Caraterísticas
* Escrita na 3.ª pessoa;
* Uso do registo formal;
* Utilização de linguagem clara, objetiva, concisa e correta;
* Registo expositivo-argumentativo.
6. Protesto
O protesto é uma forma de reação solitária ou em grupo, de caráter público, contra ou a favor de determinado(a) evento/situação.
Muitas vezes, assume o modelo de uma manifestação pública de desagrado, em que os manifestantes expressam as suas opiniões para que estas sejam ouvidas / conhecidas com vista a influenciar a opinião das massas e / ou mudar políticas, circunstâncias, medidas adotadas, etc.
É comum, nos protestos, recorrer-se à utilização de slogans e de palavras de ordem (por exemplo, A luta continua; governo para a rua; Assim não pode ser trabalhar sem receber, etc.).
A reclamação é um texto em que se reivindica um direito e se exige a reparação dos prejuízos sofridos pelo reclamante / queixoso.
2. Etimologia
Protestar vem do latim protestare, que significa afirmar solenemente ou declarar publicamente um facto.
Reclamar provém do latim reclamare e significa exigir ou reivindicar.
3. Tipos
4. Estrutura
» Reclamação escrita - Livro de reclamações
* Identificação do fornecedor do bem / serviço;
* Identificação do reclamante;
* Motivo da reclamação:
- apresentação sumária da situação;
- apresentação da reivindicação;
* Data;
* Assinatura.
» Reclamação escrita - Carta de reclamação:
. Cabeçalho:
* Identificação do reclamante (canto superior esquerdo):
- Nome;
- Morada;
* Identificação do destinatário (canto superior direito):
- Nome / Designação da empresa;
- Morada;
* Local e data (de envio);
. Corpo:
* Assunto;
* Forma de tratamento / saudação inicial;
* Relato resumido da situação / dos factos (queixa / reclamação);
* Caraterização da situação atual;
* Reivindicação do direito e pedido de reparo / ressarcimento;
. Fecho:
* Fórmula de fechamento;
* Assinatura (do reclamante);
* Indicação dos anexos.
5. Caraterísticas
* Escrita na 3.ª pessoa;
* Uso do registo formal;
* Utilização de linguagem clara, objetiva, concisa e correta;
* Registo expositivo-argumentativo.
6. Protesto
O protesto é uma forma de reação solitária ou em grupo, de caráter público, contra ou a favor de determinado(a) evento/situação.
Muitas vezes, assume o modelo de uma manifestação pública de desagrado, em que os manifestantes expressam as suas opiniões para que estas sejam ouvidas / conhecidas com vista a influenciar a opinião das massas e / ou mudar políticas, circunstâncias, medidas adotadas, etc.
É comum, nos protestos, recorrer-se à utilização de slogans e de palavras de ordem (por exemplo, A luta continua; governo para a rua; Assim não pode ser trabalhar sem receber, etc.).
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Artigo técnico-científico
1. Artigo técnico
O artigo técnico é um texto de caráter expositivo-argumentativo cujo autor apresenta os resultados da aplicação prática de uma teoria, transmitindo conhecimentos do domínio da técnica.
O artigo técnico é um texto de caráter expositivo-argumentativo cujo autor apresenta os resultados da aplicação prática de uma teoria, transmitindo conhecimentos do domínio da técnica.
2. Artigo científico
O artigo científico é um texto também de caráter expositivo-argumentativo em que um cientista apresenta / defende uma tese ou refuta posições assumidas por outrem. Deste modo, funciona como difusor de conhecimentos científicos a um determinado público, exprimindo o pensamento do seu autor.
2.1. Tipos
. Artigos: textos que consistem numa descrição de descobertas originais feitas em pesquisas atuais.
. Letters (também designadas cartas ou comunicações): descrições breves de descobertas importantes resultantes de pesquisas atuais.
. Notas breves: textos / descrições breves de descobertas em pesquisas atuais.
. Revisão de literatura: narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo; resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico.
. Documento suplementar: grande volume de dados tabulados que são o resultado de uma pesquisa atual.
3. Estrutura
A estrutura de um artigo técnico ou científico é variável, todavia muitos apresentam um esquema próximo do recomendado pelo International Comittee of Medical Journal Editors.
1. Título: identificação do tema principal do artigo.
2. Resumo: descrição sumária dos tópicos fundamentais do artigo (1 a 4 parágrafos).
3. Corpo do texto:
» Introdução:
. Definição do contexto do trabalho a que se refere o artigo, podendo ser
acompanhado pela discussão de fontes primárias relevantes da literatura
(com recurso a citações), sintetizando a visão atual da questão abordada;
. Apresentação dos objetivos do estudo, sob a forma de hipótese, questão
ou problema que está a ser estudado;
. Breve explicação do raciocínio e da abordagem e, sempre que possível,
dos eventuais resultados do estudo.
» Materiais e métodos:
. Descrição do procedimentos adotados;
. Descrição dos métodos e técnicas utilizados;
. Descrição do modo como os dados foram recolhidos e analisados.
» Resultados: apresentação dos resultados, sem interpretação, de acordo
com uma sequência lógica e usando materiais ilustrativos
(tabelas e figuras).
» Discussão: interpretação dos resultados, fazendo referência a outros
estudos sobre o assunto e ao novo entendimento do problema,
à luz dos resultados da investigação.
» Conclusão: síntese que reforça as ideias principais desenvolvidas ao longo do texto.
4. Elementos finais:
» Agradecimentos (opcionais): pessoas que ajudaram na elaboração do
trabalho ou na sua redação.
» Referências bibliográficas: referência às fontes utilizadas ou citadas no texto,
sob a forma de lista.
» Apêndice ou Anexos: opcionais e pouco comuns nos artigos científicos.
4. Linguagem
. Rigorosa, precisa e objetiva;
. Predomínio de frases curtas;
. Uso da terceira pessoa do singular.
. Letters (também designadas cartas ou comunicações): descrições breves de descobertas importantes resultantes de pesquisas atuais.
. Notas breves: textos / descrições breves de descobertas em pesquisas atuais.
. Revisão de literatura: narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo; resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico.
. Documento suplementar: grande volume de dados tabulados que são o resultado de uma pesquisa atual.
3. Estrutura
A estrutura de um artigo técnico ou científico é variável, todavia muitos apresentam um esquema próximo do recomendado pelo International Comittee of Medical Journal Editors.
1. Título: identificação do tema principal do artigo.
2. Resumo: descrição sumária dos tópicos fundamentais do artigo (1 a 4 parágrafos).
3. Corpo do texto:
» Introdução:
. Definição do contexto do trabalho a que se refere o artigo, podendo ser
acompanhado pela discussão de fontes primárias relevantes da literatura
(com recurso a citações), sintetizando a visão atual da questão abordada;
. Apresentação dos objetivos do estudo, sob a forma de hipótese, questão
ou problema que está a ser estudado;
. Breve explicação do raciocínio e da abordagem e, sempre que possível,
dos eventuais resultados do estudo.
» Materiais e métodos:
. Descrição do procedimentos adotados;
. Descrição dos métodos e técnicas utilizados;
. Descrição do modo como os dados foram recolhidos e analisados.
» Resultados: apresentação dos resultados, sem interpretação, de acordo
com uma sequência lógica e usando materiais ilustrativos
(tabelas e figuras).
» Discussão: interpretação dos resultados, fazendo referência a outros
estudos sobre o assunto e ao novo entendimento do problema,
à luz dos resultados da investigação.
» Conclusão: síntese que reforça as ideias principais desenvolvidas ao longo do texto.
4. Elementos finais:
» Agradecimentos (opcionais): pessoas que ajudaram na elaboração do
trabalho ou na sua redação.
» Referências bibliográficas: referência às fontes utilizadas ou citadas no texto,
sob a forma de lista.
» Apêndice ou Anexos: opcionais e pouco comuns nos artigos científicos.
4. Linguagem
. Rigorosa, precisa e objetiva;
. Predomínio de frases curtas;
. Uso da terceira pessoa do singular.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
"Cinco ideias para os próximos cinco anos»
Visiona o vídeo apresentado (extraído daqui) e resolve, no teu caderno diário, as atividades da página 35 do manual adoptado.
sábado, 24 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Campo lexical e campo semântico
Campo lexical é o conjunto de palavras ou expressões que se referem ao mesmo domínio da realidade.
Por exemplo, se quisermos construir o campo lexical de vestuário, poderemos usar palavras como calças, camisola, meias, camisa, chapéu, sapatos, saia, vestido, etc.
Outros exemplos:
. campo lexical de futebol: estádio, jogador, bola, equipa, árbitro, golo...;
. campo lexical de escola: biblioteca, quadro, livros, cadernos, disciplina...;
. campo lexical de escola: biblioteca, quadro, livros, cadernos, disciplina...;
. campo lexical de pintura: quadro, pincel, tinta, cavalete, tela, exposição...;
. campo lexical de floresta: pinheiros, faia, carvalhos, urso, caverna, pânta-
nos, lobo, javali, veado...
. campo lexical de mar: barco, areia, onda, marinheiro...
Já campo semântico designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto.
Por exemplo, «as palavras navegar, marear, velejar, sulcar, vogar, singrar, num determinado contexto podem ter um mesmo significado: NAVEGAR. Este campo semântico consiste, então, no conjunto de palavras que têm entre si o valor semântico comum de NAVEGAR. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo conceito. » (in Infopedia).
Outros exemplos:
. campo semântico de bola: bola de futebol, bola de neve, bola de Berlim,
estás uma bola, etc.;
. campo semântico de morte: bater a bota, partir, falecer, ir desta para
melhor, dar o badagaio, apagar-se;
. campo semântico de pé:
- O bebé não queria comer a sopa, mas a bateu o pé.
- Isaltino jurou a pés juntos que não era culpado.
- O texto da Filomena não tem pés nem cabeça.
- Depois da luta, Agamemnon saiu com pés de lã.
- Os teus pés são feitos.
. campo semântico de nota:
- A nota de cinco euros mudou.
- A minha nota musical preferida é o «mi».
- Que nota tiveste a Português?
- O golo do Messi é digno de nota.
. campo semântico de luz:
- Os meus filhos são a luz dos meus olhos. (= são o meu orgulho,
são muito amados)
- A Maria já deu à luz. (= teve um filho)
- Subimos a persiana para dar luz à sala. (= iluminar)
- O esclarecimento do professor fez luz sobre a dúvida do
aluno. (= esclarecer)
- A direção da escola tem luz verde para fazer obras. (= autorização)
. campo semântico de coração:
- O coração é um órgão do corpo humano.
- A minha tia tem um coração mole.
- És um coração de manteiga.
- A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
- O Chiado é o coração de Lisboa.
- A minha mãe tem o coração perto da boca.
- A Vitória partiu o coração ao ex-namorado.
- Ela fez das tripas coração para manter o coração.
. campo semântico de justiça:
- Praticar a justiça de Fafe. (= forma violenta de resolver os assuntos)
- O João disse de sua justiça. (= disse aquilo que pensava)
- Isso é justiça de funil. (= ser parcial mo uso da justiça)
- A polícia atuou com justiça. (= atuou de maneira justa, imparcial)
- A população fez justiça pelas próprias mãos. (= castigou ela própria,
sem recorrer as poderes competentes para tal)
- Os adeptos fizeram justiça a Jorge Jesus. (= reconheceram-lhe razão)
. campo semântico de conta:
- Paguei a conta da água. (= despesa, fatura)
- Ele abriu uma conta fantasma. (= conta em nome de um cliente fictício)
- O João ajustou contas com a Joaquina. (= castigar, vingar-se)
- A justiça vai chamar Jorge jesus a contas. (= exigir explicações)
- O Pedro deu conta da limpeza da casa. (= realizar, fazer)
- Ela fez de conta que não ouviu. (= fingiu)
- A Sónia trabalha por conta própria. (= independentemente, por si
própria)
- Isso não são contas do meu rosário. (= não é da minha competência,
do meu interesse)
- As silvas tomaram conta do jardim. (= invadiram)
. campo semântico de noite:
- noite dos tempos (tempo muito remoto, do qual não se tem muita
informação ou lembrança, apenas vagas noções)
- noite e dia (constantemente, sem parar, a todas as horas)
- noite eterna (estar morto)
- a noite é uma criança (ser cedo, a noite está apenas a começar)
- passar a noite em branco/claro (não dormir durante toda a
noite)
- da noite para o dia (de repente, com grande rapidez)
. campo semântico de nuvem:
- Aquela nuvem está a tapar o sol.
- O professor foi às nuvens com a minha resposta. (=irritou-se)
- Caí das nuvens com a derrota no Porto. (= fiquei desiludido)
- O incêndio provocou uma nuvem escura que escondeu o céu.
(= fumo espesso)
- Uma nuvem de gafanhotos devastou o Egito. (= grande quantidade)
- A Joana anda nas nuvens com o novo namorado. (= anda feliz)
- Uma nuvem abateu-se sobre o rosto da Miquelina após a notícia
da morte da avó. (= ficou muito triste)
. campo semântico de olho:
- olho da rua (ser despedido; no meio da rua)
- ter olhos de gato (ter olhos verdes)
- olho de lince (ter vista apurada)
- olho por olho, dente por dente (executar uma vingança em
proporção igual ou equivalente ao mal sofrido)
- olho vivo (ser sagaz, perspicaz)
- abrir o olho (ter cuidado)
- a olhos vistos (de forma clara, evidente)
- custar os olhos da cara (ter um preço muito alto)
- comer com os olhos (desejar muito, fixar um olhar cobiçoso
na pessoa amada ou objeto desejado)
. campo semântico de verde:
- A mação ainda está verde. (= não está madura)
- Aquela professora ainda não está muito verde. (= é muito
inexperiente)
- Que saudades dos meus verdes anos! (= juventude)
- A carne verde é desagradável. (= não salgada)
. campo semântico de céu:
- O golo do Benfica caiu do céu. (= foi bem vindo ou foi casual)
- A Josefina foi para o céu. (= morreu)
- Os dejetos correm a céu aberto. (= ao ar livre, a descoberto)
- Os candidatos autárquicos prometem o céu e a terra. (= superou
obstáculos, usou todos os meios possíveis)
- Ele moveu céu e terra para provar a inocência do filho. (= fez todo
o possível)
- Aquilo foi de bradar aos céus. (= foi escandaloso, censurável)
. campo lexical de floresta: pinheiros, faia, carvalhos, urso, caverna, pânta-
nos, lobo, javali, veado...
. campo lexical de mar: barco, areia, onda, marinheiro...
Já campo semântico designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto.
Por exemplo, «as palavras navegar, marear, velejar, sulcar, vogar, singrar, num determinado contexto podem ter um mesmo significado: NAVEGAR. Este campo semântico consiste, então, no conjunto de palavras que têm entre si o valor semântico comum de NAVEGAR. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo conceito. » (in Infopedia).
Outros exemplos:
. campo semântico de bola: bola de futebol, bola de neve, bola de Berlim,
estás uma bola, etc.;
. campo semântico de morte: bater a bota, partir, falecer, ir desta para
melhor, dar o badagaio, apagar-se;
. campo semântico de pé:
- O bebé não queria comer a sopa, mas a bateu o pé.
- Isaltino jurou a pés juntos que não era culpado.
- O texto da Filomena não tem pés nem cabeça.
- Depois da luta, Agamemnon saiu com pés de lã.
- Os teus pés são feitos.
. campo semântico de nota:
- A nota de cinco euros mudou.
- A minha nota musical preferida é o «mi».
- Que nota tiveste a Português?
- O golo do Messi é digno de nota.
. campo semântico de luz:
- Os meus filhos são a luz dos meus olhos. (= são o meu orgulho,
são muito amados)
- A Maria já deu à luz. (= teve um filho)
- Subimos a persiana para dar luz à sala. (= iluminar)
- O esclarecimento do professor fez luz sobre a dúvida do
aluno. (= esclarecer)
- A direção da escola tem luz verde para fazer obras. (= autorização)
. campo semântico de coração:
- O coração é um órgão do corpo humano.
- A minha tia tem um coração mole.
- És um coração de manteiga.
- A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
- O Chiado é o coração de Lisboa.
- A minha mãe tem o coração perto da boca.
- A Vitória partiu o coração ao ex-namorado.
- Ela fez das tripas coração para manter o coração.
. campo semântico de justiça:
- Praticar a justiça de Fafe. (= forma violenta de resolver os assuntos)
- O João disse de sua justiça. (= disse aquilo que pensava)
- Isso é justiça de funil. (= ser parcial mo uso da justiça)
- A polícia atuou com justiça. (= atuou de maneira justa, imparcial)
- A população fez justiça pelas próprias mãos. (= castigou ela própria,
sem recorrer as poderes competentes para tal)
- Os adeptos fizeram justiça a Jorge Jesus. (= reconheceram-lhe razão)
. campo semântico de conta:
- Paguei a conta da água. (= despesa, fatura)
- Ele abriu uma conta fantasma. (= conta em nome de um cliente fictício)
- O João ajustou contas com a Joaquina. (= castigar, vingar-se)
- A justiça vai chamar Jorge jesus a contas. (= exigir explicações)
- O Pedro deu conta da limpeza da casa. (= realizar, fazer)
- Ela fez de conta que não ouviu. (= fingiu)
- A Sónia trabalha por conta própria. (= independentemente, por si
própria)
- Isso não são contas do meu rosário. (= não é da minha competência,
do meu interesse)
- As silvas tomaram conta do jardim. (= invadiram)
. campo semântico de noite:
- noite dos tempos (tempo muito remoto, do qual não se tem muita
informação ou lembrança, apenas vagas noções)
- noite e dia (constantemente, sem parar, a todas as horas)
- noite eterna (estar morto)
- a noite é uma criança (ser cedo, a noite está apenas a começar)
- passar a noite em branco/claro (não dormir durante toda a
noite)
- da noite para o dia (de repente, com grande rapidez)
. campo semântico de nuvem:
- Aquela nuvem está a tapar o sol.
- O professor foi às nuvens com a minha resposta. (=irritou-se)
- Caí das nuvens com a derrota no Porto. (= fiquei desiludido)
- O incêndio provocou uma nuvem escura que escondeu o céu.
(= fumo espesso)
- Uma nuvem de gafanhotos devastou o Egito. (= grande quantidade)
- A Joana anda nas nuvens com o novo namorado. (= anda feliz)
- Uma nuvem abateu-se sobre o rosto da Miquelina após a notícia
da morte da avó. (= ficou muito triste)
. campo semântico de olho:
- olho da rua (ser despedido; no meio da rua)
- ter olhos de gato (ter olhos verdes)
- olho de lince (ter vista apurada)
- olho por olho, dente por dente (executar uma vingança em
proporção igual ou equivalente ao mal sofrido)
- olho vivo (ser sagaz, perspicaz)
- abrir o olho (ter cuidado)
- a olhos vistos (de forma clara, evidente)
- custar os olhos da cara (ter um preço muito alto)
- comer com os olhos (desejar muito, fixar um olhar cobiçoso
na pessoa amada ou objeto desejado)
. campo semântico de verde:
- A mação ainda está verde. (= não está madura)
- Aquela professora ainda não está muito verde. (= é muito
inexperiente)
- Que saudades dos meus verdes anos! (= juventude)
- A carne verde é desagradável. (= não salgada)
. campo semântico de céu:
- O golo do Benfica caiu do céu. (= foi bem vindo ou foi casual)
- A Josefina foi para o céu. (= morreu)
- Os dejetos correm a céu aberto. (= ao ar livre, a descoberto)
- Os candidatos autárquicos prometem o céu e a terra. (= superou
obstáculos, usou todos os meios possíveis)
- Ele moveu céu e terra para provar a inocência do filho. (= fez todo
o possível)
- Aquilo foi de bradar aos céus. (= foi escandaloso, censurável)
Ortografia - AO
Nova Ortografia
1. Rescreva as frases tendo em conta as
regras estipuladas no (novo) Acordo Ortográfico.
a) O tractor avariou
enquanto arava as terras do director da escola.
b) A erupção de um
vulcão na Islândia provocou uma reacção violenta colectiva das pessoas afectadas
pelo cancelamento de voos em diversos aeroportos.
c) Ocorreu, ontem, um
violento sismo no Chile que causou a morte da actriz Agatha Christie.
d) Os súbditos de D.
Carlos ficaram decepcionados com o seu assassinato.
e) A próxima colecção
será protagonizada pelo nosso excepcional professor de Português.
2. Nos pares de palavras a seguir
apresentados, apresentam-se diferentes grafias da mesma palavra. Algumas destas
grafias são incorretas enquanto outras correspondem a variantes não europeias
da língua que falamos.
2.1. Assinale a opção
que representa a grafia correta na norma portuguesa.
a) electrofone □ eletrofone □
b) perspectivar □ perspetivar □
c) corrupto □ corruto □
d) reator □ reactor □
e) núpcias □ núcias □
f) activamente □ ativamente □
g) exacto □ exato □
h) acto □ ato □
i) eucalipto □ eucalito □
j) cético □ céptico □
k) bissectriz □ bissetriz □
l) Egipto □ Egito □
m) suntuoso □ sumptuoso □
n) desafectação □ desafetação □
o) óptimo □ ótimo □
p) carácter □ caráter □
q) adoptar □ adotar □
r) indemnizar □ indenizar □
s) elétrico □ eléctrico □
t) convicto □ convicto □
u) perspectiva □ perspetiva □
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