segunda-feira, 10 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"Desde a Montanha", Tomas Tranströmer
Tomas Tranströmer Prémio Nobel da Literatura 2011 |
Estou na montanha e vejo a enseada.
Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
"Somos sonâmbulos. Luas vagabundas."
Isso dizem as velas brancas.
"Deslizamos por uma casa adormecida.
Abrimos as portas lentamente.
Assomamo-nos à liberdade."
Isso dizem as velas brancas.
Um dia vi navegar os desejos do mundo.
Todos, no mesmo rumo - uma só frota.
"Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém."
Isso dizem as velas brancas.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
República, essa grande porca
Comemoram-se (???) hoje os 101 anos da implantação da República em Portugal.
Para celebrar a data, deixam-se aqui três opiniões de três figuras que viveram e participaram no processo.
Porfírio Rodrigues, um dos responsáveis militares pelo 5 de outubro, em declarações a Joaquim Madureira, autor da obra Na formosa estrivaria (1912): «Se eu soubesse que a República que tinha idealizado era a porca que me saiu, não me tinha sacrificado.»
Afonso Costa, em 1914: «O Partido Republicano Português tem a obrigação de defender o povo, mesmo contra a vontade do próprio povo.»
Brito Camacho, político, escritor, jornalista (fundador do jornal republicano A Luta) e chefe do Partido Unionista, aliado de Afonso Costa e do Partido Democrático: «As moscas mudam, mas a merda é a mesma.»
terça-feira, 4 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
Fernando Pessoa
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio de alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém.
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio de alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Reclamação / Protesto
1. Definição
A reclamação é um texto em que se reivindica um direito e se exige a reparação dos prejuízos sofridos pelo reclamante / queixoso.
3. Tipos
4. Estrutura
» Reclamação escrita - Livro de reclamações
* Identificação do fornecedor do bem / serviço;
* Identificação do reclamante;
* Motivo da reclamação:
- apresentação sumária da situação;
- apresentação da reivindicação;
* Data;
* Assinatura.
» Reclamação escrita - Carta de reclamação:
. Cabeçalho:
* Identificação do reclamante (canto superior esquerdo):
- Nome;
- Morada;
* Identificação do destinatário (canto superior direito):
- Nome / Designação da empresa;
- Morada;
* Local e data (de envio);
. Corpo:
* Assunto;
* Forma de tratamento / saudação inicial;
* Relato resumido da situação / dos factos (queixa / reclamação);
* Caraterização da situação atual;
* Reivindicação do direito e pedido de reparo / ressarcimento;
. Fecho:
* Fórmula de fechamento;
* Assinatura (do reclamante);
* Indicação dos anexos.
5. Caraterísticas
* Escrita na 3.ª pessoa;
* Uso do registo formal;
* Utilização de linguagem clara, objetiva, concisa e correta;
* Registo expositivo-argumentativo.
6. Protesto
O protesto é uma forma de reação solitária ou em grupo, de caráter público, contra ou a favor de determinado(a) evento/situação.
Muitas vezes, assume o modelo de uma manifestação pública de desagrado, em que os manifestantes expressam as suas opiniões para que estas sejam ouvidas / conhecidas com vista a influenciar a opinião das massas e / ou mudar políticas, circunstâncias, medidas adotadas, etc.
É comum, nos protestos, recorrer-se à utilização de slogans e de palavras de ordem (por exemplo, A luta continua; governo para a rua; Assim não pode ser trabalhar sem receber, etc.).
A reclamação é um texto em que se reivindica um direito e se exige a reparação dos prejuízos sofridos pelo reclamante / queixoso.
2. Etimologia
Protestar vem do latim protestare, que significa afirmar solenemente ou declarar publicamente um facto.
Reclamar provém do latim reclamare e significa exigir ou reivindicar.
3. Tipos
4. Estrutura
» Reclamação escrita - Livro de reclamações
* Identificação do fornecedor do bem / serviço;
* Identificação do reclamante;
* Motivo da reclamação:
- apresentação sumária da situação;
- apresentação da reivindicação;
* Data;
* Assinatura.
» Reclamação escrita - Carta de reclamação:
. Cabeçalho:
* Identificação do reclamante (canto superior esquerdo):
- Nome;
- Morada;
* Identificação do destinatário (canto superior direito):
- Nome / Designação da empresa;
- Morada;
* Local e data (de envio);
. Corpo:
* Assunto;
* Forma de tratamento / saudação inicial;
* Relato resumido da situação / dos factos (queixa / reclamação);
* Caraterização da situação atual;
* Reivindicação do direito e pedido de reparo / ressarcimento;
. Fecho:
* Fórmula de fechamento;
* Assinatura (do reclamante);
* Indicação dos anexos.
5. Caraterísticas
* Escrita na 3.ª pessoa;
* Uso do registo formal;
* Utilização de linguagem clara, objetiva, concisa e correta;
* Registo expositivo-argumentativo.
6. Protesto
O protesto é uma forma de reação solitária ou em grupo, de caráter público, contra ou a favor de determinado(a) evento/situação.
Muitas vezes, assume o modelo de uma manifestação pública de desagrado, em que os manifestantes expressam as suas opiniões para que estas sejam ouvidas / conhecidas com vista a influenciar a opinião das massas e / ou mudar políticas, circunstâncias, medidas adotadas, etc.
É comum, nos protestos, recorrer-se à utilização de slogans e de palavras de ordem (por exemplo, A luta continua; governo para a rua; Assim não pode ser trabalhar sem receber, etc.).
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Artigo técnico-científico
1. Artigo técnico
O artigo técnico é um texto de caráter expositivo-argumentativo cujo autor apresenta os resultados da aplicação prática de uma teoria, transmitindo conhecimentos do domínio da técnica.
O artigo técnico é um texto de caráter expositivo-argumentativo cujo autor apresenta os resultados da aplicação prática de uma teoria, transmitindo conhecimentos do domínio da técnica.
2. Artigo científico
O artigo científico é um texto também de caráter expositivo-argumentativo em que um cientista apresenta / defende uma tese ou refuta posições assumidas por outrem. Deste modo, funciona como difusor de conhecimentos científicos a um determinado público, exprimindo o pensamento do seu autor.
2.1. Tipos
. Artigos: textos que consistem numa descrição de descobertas originais feitas em pesquisas atuais.
. Letters (também designadas cartas ou comunicações): descrições breves de descobertas importantes resultantes de pesquisas atuais.
. Notas breves: textos / descrições breves de descobertas em pesquisas atuais.
. Revisão de literatura: narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo; resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico.
. Documento suplementar: grande volume de dados tabulados que são o resultado de uma pesquisa atual.
3. Estrutura
A estrutura de um artigo técnico ou científico é variável, todavia muitos apresentam um esquema próximo do recomendado pelo International Comittee of Medical Journal Editors.
1. Título: identificação do tema principal do artigo.
2. Resumo: descrição sumária dos tópicos fundamentais do artigo (1 a 4 parágrafos).
3. Corpo do texto:
» Introdução:
. Definição do contexto do trabalho a que se refere o artigo, podendo ser
acompanhado pela discussão de fontes primárias relevantes da literatura
(com recurso a citações), sintetizando a visão atual da questão abordada;
. Apresentação dos objetivos do estudo, sob a forma de hipótese, questão
ou problema que está a ser estudado;
. Breve explicação do raciocínio e da abordagem e, sempre que possível,
dos eventuais resultados do estudo.
» Materiais e métodos:
. Descrição do procedimentos adotados;
. Descrição dos métodos e técnicas utilizados;
. Descrição do modo como os dados foram recolhidos e analisados.
» Resultados: apresentação dos resultados, sem interpretação, de acordo
com uma sequência lógica e usando materiais ilustrativos
(tabelas e figuras).
» Discussão: interpretação dos resultados, fazendo referência a outros
estudos sobre o assunto e ao novo entendimento do problema,
à luz dos resultados da investigação.
» Conclusão: síntese que reforça as ideias principais desenvolvidas ao longo do texto.
4. Elementos finais:
» Agradecimentos (opcionais): pessoas que ajudaram na elaboração do
trabalho ou na sua redação.
» Referências bibliográficas: referência às fontes utilizadas ou citadas no texto,
sob a forma de lista.
» Apêndice ou Anexos: opcionais e pouco comuns nos artigos científicos.
4. Linguagem
. Rigorosa, precisa e objetiva;
. Predomínio de frases curtas;
. Uso da terceira pessoa do singular.
. Letters (também designadas cartas ou comunicações): descrições breves de descobertas importantes resultantes de pesquisas atuais.
. Notas breves: textos / descrições breves de descobertas em pesquisas atuais.
. Revisão de literatura: narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo; resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico.
. Documento suplementar: grande volume de dados tabulados que são o resultado de uma pesquisa atual.
3. Estrutura
A estrutura de um artigo técnico ou científico é variável, todavia muitos apresentam um esquema próximo do recomendado pelo International Comittee of Medical Journal Editors.
1. Título: identificação do tema principal do artigo.
2. Resumo: descrição sumária dos tópicos fundamentais do artigo (1 a 4 parágrafos).
3. Corpo do texto:
» Introdução:
. Definição do contexto do trabalho a que se refere o artigo, podendo ser
acompanhado pela discussão de fontes primárias relevantes da literatura
(com recurso a citações), sintetizando a visão atual da questão abordada;
. Apresentação dos objetivos do estudo, sob a forma de hipótese, questão
ou problema que está a ser estudado;
. Breve explicação do raciocínio e da abordagem e, sempre que possível,
dos eventuais resultados do estudo.
» Materiais e métodos:
. Descrição do procedimentos adotados;
. Descrição dos métodos e técnicas utilizados;
. Descrição do modo como os dados foram recolhidos e analisados.
» Resultados: apresentação dos resultados, sem interpretação, de acordo
com uma sequência lógica e usando materiais ilustrativos
(tabelas e figuras).
» Discussão: interpretação dos resultados, fazendo referência a outros
estudos sobre o assunto e ao novo entendimento do problema,
à luz dos resultados da investigação.
» Conclusão: síntese que reforça as ideias principais desenvolvidas ao longo do texto.
4. Elementos finais:
» Agradecimentos (opcionais): pessoas que ajudaram na elaboração do
trabalho ou na sua redação.
» Referências bibliográficas: referência às fontes utilizadas ou citadas no texto,
sob a forma de lista.
» Apêndice ou Anexos: opcionais e pouco comuns nos artigos científicos.
4. Linguagem
. Rigorosa, precisa e objetiva;
. Predomínio de frases curtas;
. Uso da terceira pessoa do singular.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
"Cinco ideias para os próximos cinco anos»
Visiona o vídeo apresentado (extraído daqui) e resolve, no teu caderno diário, as atividades da página 35 do manual adoptado.
sábado, 24 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Campo lexical e campo semântico
Campo lexical é o conjunto de palavras ou expressões que se referem ao mesmo domínio da realidade.
Por exemplo, se quisermos construir o campo lexical de vestuário, poderemos usar palavras como calças, camisola, meias, camisa, chapéu, sapatos, saia, vestido, etc.
Outros exemplos:
. campo lexical de futebol: estádio, jogador, bola, equipa, árbitro, golo...;
. campo lexical de escola: biblioteca, quadro, livros, cadernos, disciplina...;
. campo lexical de escola: biblioteca, quadro, livros, cadernos, disciplina...;
. campo lexical de pintura: quadro, pincel, tinta, cavalete, tela, exposição...;
. campo lexical de floresta: pinheiros, faia, carvalhos, urso, caverna, pânta-
nos, lobo, javali, veado...
. campo lexical de mar: barco, areia, onda, marinheiro...
Já campo semântico designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto.
Por exemplo, «as palavras navegar, marear, velejar, sulcar, vogar, singrar, num determinado contexto podem ter um mesmo significado: NAVEGAR. Este campo semântico consiste, então, no conjunto de palavras que têm entre si o valor semântico comum de NAVEGAR. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo conceito. » (in Infopedia).
Outros exemplos:
. campo semântico de bola: bola de futebol, bola de neve, bola de Berlim,
estás uma bola, etc.;
. campo semântico de morte: bater a bota, partir, falecer, ir desta para
melhor, dar o badagaio, apagar-se;
. campo semântico de pé:
- O bebé não queria comer a sopa, mas a bateu o pé.
- Isaltino jurou a pés juntos que não era culpado.
- O texto da Filomena não tem pés nem cabeça.
- Depois da luta, Agamemnon saiu com pés de lã.
- Os teus pés são feitos.
. campo semântico de nota:
- A nota de cinco euros mudou.
- A minha nota musical preferida é o «mi».
- Que nota tiveste a Português?
- O golo do Messi é digno de nota.
. campo semântico de luz:
- Os meus filhos são a luz dos meus olhos. (= são o meu orgulho,
são muito amados)
- A Maria já deu à luz. (= teve um filho)
- Subimos a persiana para dar luz à sala. (= iluminar)
- O esclarecimento do professor fez luz sobre a dúvida do
aluno. (= esclarecer)
- A direção da escola tem luz verde para fazer obras. (= autorização)
. campo semântico de coração:
- O coração é um órgão do corpo humano.
- A minha tia tem um coração mole.
- És um coração de manteiga.
- A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
- O Chiado é o coração de Lisboa.
- A minha mãe tem o coração perto da boca.
- A Vitória partiu o coração ao ex-namorado.
- Ela fez das tripas coração para manter o coração.
. campo semântico de justiça:
- Praticar a justiça de Fafe. (= forma violenta de resolver os assuntos)
- O João disse de sua justiça. (= disse aquilo que pensava)
- Isso é justiça de funil. (= ser parcial mo uso da justiça)
- A polícia atuou com justiça. (= atuou de maneira justa, imparcial)
- A população fez justiça pelas próprias mãos. (= castigou ela própria,
sem recorrer as poderes competentes para tal)
- Os adeptos fizeram justiça a Jorge Jesus. (= reconheceram-lhe razão)
. campo semântico de conta:
- Paguei a conta da água. (= despesa, fatura)
- Ele abriu uma conta fantasma. (= conta em nome de um cliente fictício)
- O João ajustou contas com a Joaquina. (= castigar, vingar-se)
- A justiça vai chamar Jorge jesus a contas. (= exigir explicações)
- O Pedro deu conta da limpeza da casa. (= realizar, fazer)
- Ela fez de conta que não ouviu. (= fingiu)
- A Sónia trabalha por conta própria. (= independentemente, por si
própria)
- Isso não são contas do meu rosário. (= não é da minha competência,
do meu interesse)
- As silvas tomaram conta do jardim. (= invadiram)
. campo semântico de noite:
- noite dos tempos (tempo muito remoto, do qual não se tem muita
informação ou lembrança, apenas vagas noções)
- noite e dia (constantemente, sem parar, a todas as horas)
- noite eterna (estar morto)
- a noite é uma criança (ser cedo, a noite está apenas a começar)
- passar a noite em branco/claro (não dormir durante toda a
noite)
- da noite para o dia (de repente, com grande rapidez)
. campo semântico de nuvem:
- Aquela nuvem está a tapar o sol.
- O professor foi às nuvens com a minha resposta. (=irritou-se)
- Caí das nuvens com a derrota no Porto. (= fiquei desiludido)
- O incêndio provocou uma nuvem escura que escondeu o céu.
(= fumo espesso)
- Uma nuvem de gafanhotos devastou o Egito. (= grande quantidade)
- A Joana anda nas nuvens com o novo namorado. (= anda feliz)
- Uma nuvem abateu-se sobre o rosto da Miquelina após a notícia
da morte da avó. (= ficou muito triste)
. campo semântico de olho:
- olho da rua (ser despedido; no meio da rua)
- ter olhos de gato (ter olhos verdes)
- olho de lince (ter vista apurada)
- olho por olho, dente por dente (executar uma vingança em
proporção igual ou equivalente ao mal sofrido)
- olho vivo (ser sagaz, perspicaz)
- abrir o olho (ter cuidado)
- a olhos vistos (de forma clara, evidente)
- custar os olhos da cara (ter um preço muito alto)
- comer com os olhos (desejar muito, fixar um olhar cobiçoso
na pessoa amada ou objeto desejado)
. campo semântico de verde:
- A mação ainda está verde. (= não está madura)
- Aquela professora ainda não está muito verde. (= é muito
inexperiente)
- Que saudades dos meus verdes anos! (= juventude)
- A carne verde é desagradável. (= não salgada)
. campo semântico de céu:
- O golo do Benfica caiu do céu. (= foi bem vindo ou foi casual)
- A Josefina foi para o céu. (= morreu)
- Os dejetos correm a céu aberto. (= ao ar livre, a descoberto)
- Os candidatos autárquicos prometem o céu e a terra. (= superou
obstáculos, usou todos os meios possíveis)
- Ele moveu céu e terra para provar a inocência do filho. (= fez todo
o possível)
- Aquilo foi de bradar aos céus. (= foi escandaloso, censurável)
. campo lexical de floresta: pinheiros, faia, carvalhos, urso, caverna, pânta-
nos, lobo, javali, veado...
. campo lexical de mar: barco, areia, onda, marinheiro...
Já campo semântico designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto.
Por exemplo, «as palavras navegar, marear, velejar, sulcar, vogar, singrar, num determinado contexto podem ter um mesmo significado: NAVEGAR. Este campo semântico consiste, então, no conjunto de palavras que têm entre si o valor semântico comum de NAVEGAR. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo conceito. » (in Infopedia).
Outros exemplos:
. campo semântico de bola: bola de futebol, bola de neve, bola de Berlim,
estás uma bola, etc.;
. campo semântico de morte: bater a bota, partir, falecer, ir desta para
melhor, dar o badagaio, apagar-se;
. campo semântico de pé:
- O bebé não queria comer a sopa, mas a bateu o pé.
- Isaltino jurou a pés juntos que não era culpado.
- O texto da Filomena não tem pés nem cabeça.
- Depois da luta, Agamemnon saiu com pés de lã.
- Os teus pés são feitos.
. campo semântico de nota:
- A nota de cinco euros mudou.
- A minha nota musical preferida é o «mi».
- Que nota tiveste a Português?
- O golo do Messi é digno de nota.
. campo semântico de luz:
- Os meus filhos são a luz dos meus olhos. (= são o meu orgulho,
são muito amados)
- A Maria já deu à luz. (= teve um filho)
- Subimos a persiana para dar luz à sala. (= iluminar)
- O esclarecimento do professor fez luz sobre a dúvida do
aluno. (= esclarecer)
- A direção da escola tem luz verde para fazer obras. (= autorização)
. campo semântico de coração:
- O coração é um órgão do corpo humano.
- A minha tia tem um coração mole.
- És um coração de manteiga.
- A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
- O Chiado é o coração de Lisboa.
- A minha mãe tem o coração perto da boca.
- A Vitória partiu o coração ao ex-namorado.
- Ela fez das tripas coração para manter o coração.
. campo semântico de justiça:
- Praticar a justiça de Fafe. (= forma violenta de resolver os assuntos)
- O João disse de sua justiça. (= disse aquilo que pensava)
- Isso é justiça de funil. (= ser parcial mo uso da justiça)
- A polícia atuou com justiça. (= atuou de maneira justa, imparcial)
- A população fez justiça pelas próprias mãos. (= castigou ela própria,
sem recorrer as poderes competentes para tal)
- Os adeptos fizeram justiça a Jorge Jesus. (= reconheceram-lhe razão)
. campo semântico de conta:
- Paguei a conta da água. (= despesa, fatura)
- Ele abriu uma conta fantasma. (= conta em nome de um cliente fictício)
- O João ajustou contas com a Joaquina. (= castigar, vingar-se)
- A justiça vai chamar Jorge jesus a contas. (= exigir explicações)
- O Pedro deu conta da limpeza da casa. (= realizar, fazer)
- Ela fez de conta que não ouviu. (= fingiu)
- A Sónia trabalha por conta própria. (= independentemente, por si
própria)
- Isso não são contas do meu rosário. (= não é da minha competência,
do meu interesse)
- As silvas tomaram conta do jardim. (= invadiram)
. campo semântico de noite:
- noite dos tempos (tempo muito remoto, do qual não se tem muita
informação ou lembrança, apenas vagas noções)
- noite e dia (constantemente, sem parar, a todas as horas)
- noite eterna (estar morto)
- a noite é uma criança (ser cedo, a noite está apenas a começar)
- passar a noite em branco/claro (não dormir durante toda a
noite)
- da noite para o dia (de repente, com grande rapidez)
. campo semântico de nuvem:
- Aquela nuvem está a tapar o sol.
- O professor foi às nuvens com a minha resposta. (=irritou-se)
- Caí das nuvens com a derrota no Porto. (= fiquei desiludido)
- O incêndio provocou uma nuvem escura que escondeu o céu.
(= fumo espesso)
- Uma nuvem de gafanhotos devastou o Egito. (= grande quantidade)
- A Joana anda nas nuvens com o novo namorado. (= anda feliz)
- Uma nuvem abateu-se sobre o rosto da Miquelina após a notícia
da morte da avó. (= ficou muito triste)
. campo semântico de olho:
- olho da rua (ser despedido; no meio da rua)
- ter olhos de gato (ter olhos verdes)
- olho de lince (ter vista apurada)
- olho por olho, dente por dente (executar uma vingança em
proporção igual ou equivalente ao mal sofrido)
- olho vivo (ser sagaz, perspicaz)
- abrir o olho (ter cuidado)
- a olhos vistos (de forma clara, evidente)
- custar os olhos da cara (ter um preço muito alto)
- comer com os olhos (desejar muito, fixar um olhar cobiçoso
na pessoa amada ou objeto desejado)
. campo semântico de verde:
- A mação ainda está verde. (= não está madura)
- Aquela professora ainda não está muito verde. (= é muito
inexperiente)
- Que saudades dos meus verdes anos! (= juventude)
- A carne verde é desagradável. (= não salgada)
. campo semântico de céu:
- O golo do Benfica caiu do céu. (= foi bem vindo ou foi casual)
- A Josefina foi para o céu. (= morreu)
- Os dejetos correm a céu aberto. (= ao ar livre, a descoberto)
- Os candidatos autárquicos prometem o céu e a terra. (= superou
obstáculos, usou todos os meios possíveis)
- Ele moveu céu e terra para provar a inocência do filho. (= fez todo
o possível)
- Aquilo foi de bradar aos céus. (= foi escandaloso, censurável)
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