Assinale
a alínea que completa corretamente cada uma das afirmações e / ou responda às
perguntas formuladas.
1. O
sentido que a evocação do sino desperta no sujeito poético é
a) o tato.
b) a audição.
c) o olfato.
d) a visão.
2. O
modificador do nome apositivo usado para qualificar o sino na primeira quadra é
a) “Ó sino da minha aldeia”;
b) “Dolente na tarde calma”;
c) “Cada tua badalada”;
d) “dentro da minha alma”.
3.
Esse modificador funciona como
a) hipérbole do estado de espírito do sujeito
poético.
b) hipérbole da calma da tarde.
c) hipálage do sujeito poético.
d) metáfora da cadência do sino.
4. Os
versos 3 e 4 da primeira estrofe significam que
a) cada badalada do sino ressoa na alma do
sujeito poético, perturbando-lhe o sossego.
b) o soar do sino é uma
presença efetiva que traz memórias de infância ao sujeito poético e não é
comparável a outro toque de uma qualquer igreja.
c) o soar do sino é
extremamente perturbador, pela lentidão e caráter repetitivo das badaladas,
sempre em tom monocórdico.
d) o sujeito poético recusa
a dor de pensar, procurando recuperar os tempos felizes vividos na sua aldeia
natal.
5. Com
os versos “Soa dentro da minha alma” (v. 4) e “Soas-me na alma distante” (v.
12), o sujeito poético destaca
a) o seu estado de espírito
contraditório e a indefinição que caracteriza a sua existência.
b) os efeitos da visão do
sino na sua conceção do tempo psicológico.
c) os resultados da audição
do sino na sua perceção do tempo cronológico.
d) os efeitos da audição do
sino na sua conceção do tempo psicológico.
6. O
verso “Tão como triste da vida” (v. 6) apresenta uma construção pouco habitual.
A construção correta seria
a) “Tão lento como triste da
vida”.
b) “Tão triste como da
vida”.
c) “Tão triste como o soar
da vida”.
d) “Da vida tão triste como
lento”.
7. Na
segunda estrofe, o sujeito poético afirma que “(…) a primeira pancada / Tem um
som de repetida.” (vv. 7-8), visto que
a) produz eco na sua cabeça.
b) produz eco nas casas
vizinhas, confundindo a sua perceção da realidade.
c) desperta as suas
memórias, propiciando uma vivência “repetida” pela lembrança.
d) exprime, metaforicamente,
a monotonia que pauta a sua vida.
8. O
adjetivo “errante” (v. 10) caracteriza o eu lírico como alguém que
a) possui uma natureza
inconstante e sem rumo e esperança na vida.
b) caminha pela aldeia sem
um rumo concreto e definido.
c) procura uma luz que
ilumine a sua existência e lhe dê um rumo.
d) comete sistematicamente
os mesmos erros.
9. Os
dois últimos versos do poema contêm
a) uma metáfora e a
repetição “mais (…) / mais”.
b) uma comparação e um
paradoxo.
c) um paradoxo e uma
antítese.
d) uma antítese e uma
anáfora.
9.1.
Esses versos
a) o passado como um tempo
longínquo, distante, como se de um sonho se tratasse, despertando no sujeito a
saudade esse tempo.
b) contrastam o sentir do
sujeito poético em dois momentos confluentes.
c) caracterizam o sujeito
poético como um ser em permanente conflito com o seu passado, que o atormenta
continuamente.
d) representam o sentir do
adepto benfiquista, que assiste, incrédulo, à decadência do seu clube, ficando
o passado glorioso como uma ténue lembrança.
10. A
presença, nos últimos dois versos do poema, de diversos recursos estilísticos –
a antítese, a anáfora, a aliteração do /s/, o quiasmo ‑
a) reflete a influência
barroca na poesia de Pessoa, pela acumulação de figuras de estilo.
b) enriquece o texto do
ponto de vista retórico.
c) anuncia a feição
modernista do poema.
d) traduz a eufonia que
caracteriza a poesia de Pessoa.
11. De
acordo como sentido do poema, para Pessoa a categoria tempo
a) restringe-se ao sentir ao
sentir do presente enquanto continuidade natural do passado e antecipação do
futuro.
b) é sempre encarada como algo
negativo e perturbador.
c) é constituída por uma
série de momentos que não se excluem e surgem em simultâneo na sua memória.
d) não existe no processo de
criação poética.
12. O
tema do poema é
a) o sino da aldeia do
sujeito poético.
b) o estado de alma do
sujeito poético, caracterizado pela saudade e nostalgia da sua aldeia natal.
c) a nostalgia de um passado
distante e irreversível, que persiste através da memória.
d) a dor, motivada pelo
facto de o eu lírico ser incapaz de sentir e intelectualizar os sentimentos e
as emoções.
13. O
sino simboliza
a) a aldeia do sujeito
poético.
b) as tardes calmas vividas
na aldeia.
c) a nostalgia de uma
felicidade perdida, a da infância, recuperada através da memória.
d) o desconforto e a
ausência de sentido para a vida.
13.1.
Transcreva os versos do texto que justificam a sua opção.
14. Por
sua vez, a aldeia (o sino e a aldeia referem-se, na verdade, ao sino da Igreja
dos Mártires, no Chiado, e ao Largo de S. Carlos, zona de Lisboa onde o poeta
nasceu)
a) constitui o espaço
preferido do eu lírico.
b) é a antítese do espaço
citadino.
c) é o espaço que recorda ao
eu lírico o som do sino.
d) constitui a metáfora da
interioridade do eu lírico, um espaço de intimidade.
15. As
formas verbais encontram-se no presente do indicativo e
a) traduzem uma vivência
passiva do momento, pela recordação saudosista do passado.
b) situam a aldeia e o sino
no presente do sujeito poético.
c) apontam para a noção de
que o sujeito poético se encontra preso no presente.
d) fixam o estado de alma do
sujeito poético.
16. As
aliterações em /t/, /d/ e /p/
a) sugerem o disparar de uma
arma.
b) sugerem o soar das
badaladas do sino.
c) prenunciam o estado de
alma do sujeito poético.
d) são uma característica da
poesia de Pessoa.
17. A
predominância de sons nasais
a) deve-se ao facto de
Pessoa ser fanhoco.
b) está associada ao ritmo
do soar do sino.
c) traduz a nostalgia que o
sujeito poético sente relativamente à sua aldeia.
d) confere ao texto um tom de tristeza e dolência.