Português

terça-feira, 1 de abril de 2014

Texto instrucional

Passeio turístico à cidade de Évora

     Venha visitar a cidade histórica de Évora, situada no coração do Alentejo, herdeira de um rico e variado património cultural, construída e preservada ao longo do tempo. A sua abundância de monumentos levou à sua classificação como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO, em 1986.
     Além deste património único no país, a região que rodeia Évora tem muito para lhe oferecer: infindáveis campos dourados com oliveiras e sobreiros, montes, albufeiras e riachos. As aldeias encontram-se junto às muralhas medievais, enquanto artesãos mantêm vivas as tradições.
     Esperam por si as suas gentes hospitaleiras, o artesanato, a rica gastronomia, os cheiros e os sabores que caracterizam esta bela região. Seguramente, vai desejar voltar!
     O percurso inicia-se em F... e termina em Évora. Para chegar a esta cidade, siga em direção à A25, depois à A23 e, em Portalegre, siga para o IP2.
     A saída está marcada para as 7H 00 da manhã do dia 25 de abril da vila de F..., com destino a Évora. São 344 km, sendo a duração média da viagem de 5 horas. O horário de chegada previsto será às 12H 00.
     Pare na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe e contemple o maior monumento megalítico da Península Ibérica, o cromeleque dos Almendres. Às 13H 00, almoce no restaurante "O Antão" e delicie-se com a cozinha tradicional alentejana.
     Pelas 15H 00, visite o Templo Romano, um dos grandes marcos da cidade construída no século I. Visite também o Jardim Diana, que se situa junto ao monumento, e é um belíssimo miradouro sobre a cidade e a planície alentejana. Não deixe, ainda, de visitar a Sé Catedral, que é a maior do país.
     Às 19H 00 siga em direção ao Hotel Dom Fernando, localizado numa das principais artérias da cidade e jante no restaurante "São Brás".
     No segundo dia, 26 de abril, de manhã, passeie no jardim público de um harmonioso espaço verde que conta com três monumentos: o Palácio D. Manuel, as Ruínas Fingidas e o coreto centenário. De seguida, almoce no restaurante "O Aqueduto".
     De tarde, visite o Aqueduto de Água Prata e a original Capela dos Ossos, na Igreja Matriz. Às 16H 00, termine o seu passeio histórico na famosa Praça do Giraldo e tome um café numa das muitas esplanadas aí existentes. Para mais tarde recordar, tire uma fotografia no célebre chafariz do século XVI.
     O regresso a F... ocorrerá pelas 17H 00.
     Espero que se delicie com a gastronomia, com a beleza dos monumentos e desfrute da tranquilidade de uma paisagem maravilhosa.

Diana G.

Análise de "O último andar" - Cecília Meireles


1       No último andar é mais bonito:
         do último andar se vê o mar.
         É lá que eu quero morar.

         O último andar é mais longe:
5       custa muito a lá chegar.
         Mas é lá que eu quero morar.

         Todo o céu fica a noite inteira
         sobre o último andar.
         É lá que eu quero morar.

10    Quando faz lua, no terraço
         fica tudo luar.
         É lá que eu quero morar.

         Os passarinhos lá se escondem,
         para ninguém os maltratar,
15    no último andar.

         De lá se avista o Mundo inteiro,
         tudo parece perto, no ar.
         É lá que eu quero morar:

         no último andar.

                Neste poema, o sujeito poético exprime o seu desejo de habitar o “último andar”, que caracteriza de diferentes formas.

                Assim, começa por o apresentar como «mais bonito» (v. 1), pois dele «se vê o mar». Trata-se, portanto, de um espaço amplo, vasto, ilimitado, como é sugerido pela amplitude da visão que proporciona, do mar e do céu (3.ª estrofe). É nesse lugar, pois, que o «eu» deseja morar.
                Na segunda estrofe, associa-o à altura («é muito longe» ‑ v. 4) e à consequente dificuldade de acesso («custa-se muito a chegar» ‑ v. 5). Não obstante, reafirma, convictamente, o desejo de aí morar.
                A ideia de amplitude e vastidão é reafirmada na terceira estrofe. De noite, é possível ver todo o céu (hipérbole), quase como se estivesse ao alcance da mão e nele fosse possível tocar. O próprio luar parece repousar inteiramente nele.
                No último andar, os passarinhos (diminutivo afetivo) escondem-se para ninguém os maltratar. Assim, o espaço assume-se como uma espécie de refúgio e sinónimo de liberdade. De refúgio, porque serve de proteção e acolhimento, e de liberdade, pelo que o voo das aves no céu ilimitado, metaforicamente, simboliza.
                Por último, desse lugar é possível avistar-se o mundo inteiro e «tudo parece perto» (hipérbole). Ou seja, o último andar é um local elevado quer no plano físico quer no plano moral, pelo que representa enquanto espaço simbólico: local associado ao anseio de liberdade (que caracteriza o ser humano de qualquer época e espaço), local de refúgio e proteção, local que permite o acesso à vastidão do mundo e à contemplação das suas belezas, local de desejo de transcendência e plenitude.

terça-feira, 18 de março de 2014

José Medeiros Ferreira

1942 - 2014

Na aula (XIII): um caso de suicídio

     Contexto: expressividade do eufemismo «Tirar Inês ao mundo determina»...

     Resposta da Joana: «Afonso IV quer suicidar Inês de Castro.»

terça-feira, 4 de março de 2014

Ex-aluno terá de pagar 60 mil euros por difamar professora

     Um antigo aluno de uma escola secundária foi condenado, por um tribunal australiano, a pagar 93.849 dólares (60.745 euros), por difamar uma professora na internet.

(c) A Bola

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Consílio dos Deuses no Olimpo



. Início da narração (estância 19): «in medias res», à semelhança das epopeias greco-latinas.

. A ação de Os Lusíadas não é narrada cronologicamente. De facto, o poeta inicia a narração quando a viagem de Vasco da Gama à Índia se situa já no Oceano Índico, perto da costa de Moçambique.
   Esta técnica narrativa, um traço das antigas epopeias, designa-se «in medias res», ou seja, a narração é iniciada a meio dos acontecimentos.

. O início da viagem e os acontecimentos que ocorreram até ao ponto em que a narração é iniciada na estância 19 serão contados posteriormente, num recuo temporal (analepse), pelo próprio Vasco da Gama.

. Espaço:
‑ Oceano Índico;


Continuação da análise → Análise do Consílio dos Deuses no Olimpo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Poeminha sobre o Trabalho"

          Chego sempre à hora certa,
          contam comigo, não falho,
          pois adoro o meu emprego:
          o que detesto é o trabalho.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Correção do Exame / Teste Intermédio de Português 12.º ano 2014

Grupo I

A
1. A rémora é um peixe pequeno ("tão pequeno no corpo" - l. 4; "não sendo maior de um palmo" - l. 4), possui grande força e poder ("tão grande na força e no poder" - l. 4) e é capaz de imobilizar uma nau de grande porte ("se se pega ao leme de uma Nau da Índia (...) a prende e amarra mais que as mesmas âncoras." (ll. 5-6).

2. De facto, existe uma analogia entre a língua de Santo António e a Rémora, pois ambos têm muito poder e força, que contraste com a sua fragilidade física, a sua pequenez e a sua humildade.
     Assim, a Rémora, não obstante o facto de ser pequena, é capaz de travar e imobilizar uma nau ("freio da Nau" - l. 13) e de a guiar no seu trajeto, visto que é "leme do leme" (l. 13)
     Por sua vez, a língua de Santo António é capaz de travar as paixões humanas, guiando racionalmente a ação dos homens.

3. As duas Naus simbolizam os vícios da soberba e da vingança. A Nau Soberba simboliza a arrogância e a vaidade, sendo representada pelas "velas inchadas do vento" (l. 18). Por outro lado, a sua destruição - desfeita nos baixos - significa as consequência desastrosas que a «prática» deste pecado trazem a quem os comete.
     Por sua vez, a Nau Vingança é simbolizada pelo belicismo ("a artilharia abocada e os bota-fogos acesos" - ll. 21-22), estando associada à guerra, à violência e à destruição. O desfecho violento e destruidor da batalha é a consequência natural da prática deste pecado.




B

Opção 1

1. A interrogação final traduz a dúvida, a incerteza e a perplexidade do poeta acerca da dificuldade de o ser humano, em virtude da sua fragilidade ("um fraco humano" - v. 13), encontrar um lugar seguro onde se acolha e se sinta protegido ("Onde terá segura a curta vida" - v. 14)
     As exclamações explicitam os "grandes e gravíssimos perigos" (v. 5) que espreitam o ser humano, no mar e em terra, durante a sua vida insegura ("Tenha a vida tão pouca segurança!" - v. 8).

2. Nas duas estâncias, o poeta destaca e enfatiza o esforço, a coragem e o espírito de sacrifício dos portugueses, traços que estiveram origem da superação dos diversos e grandes perigos que enfrentaram ("Ó grandes e gravíssimos perigos" - v. 5), no mar e em terra ("No mar / (...) Na terra..." - vv. 9-11). O heroísmo dos portugueses é acentuado pelo contraste entre a grandeza dos perigos que os espreitavam (v. 5) e a sua pequenez e fragilidade ("um fraco humano " - v. 13; "um bicho da terra tão pequeno?" - v. 16).


Opção 2

1. A conjunção adversativa "Mas" (v. 13) estabelece um contraste entre a crença do poeta na existência de uma "ilha extrema do sul" (v. 4), uma "terra de suavidade" (v. 3), onde "A vida é jovem e o amor sorri" (v. 6) e se pode encontrar a felicidade ("Felizes, nós? Ah, talvez, talvez..." - v. 11), e a noção de que essa crença se desmorona ao ser "concretizada" através do pensamento ("Mas já sonhada se desvirtua, / Só de pensá-la cansou pensar" - vv. 13-14). Assim, "O mal não cessa, não dura o bem" (v. 18), o frio instala-se ("Sente-se o frio de haver luar" - v. 16), o mal profundo invade a alma (v. 21) e o bem mantém-se longe do coração (v. 22).

2. Características temáticas da poesia de Fernando Pessoa presentes neste poema:
  • a presença do pensamento e a dor de pensar ("Mas já sonhada se desvirtua, / Só de pensá-la cansou pensar" - v. 13-14);
  • o cruzamento entre o sonho e a realidade ("Não sei se é sonho, se realidade" - v. 1);
  • a imagem-símbolo ("Que na ilha extrema do sul se olvida" - v. 4);
  • a desesperança e o pessimismo existencial ("O mal não cessa, não dura o bem." - v. 18; "Que cura a alma seu mal profundo" - v. 21).



Grupo II


      Versão 1         Versão 2
1.1.    B                      D

1.2.    C                      B

1.3.    D                      C

2.1. Complemento direto.

2.2. Oração subordinada adverbial causal.



Grupo III

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