Português

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Orações subordinadas substantivas COMPLETIVAS

          As orações subordinadas substantivas desempenham funções sintácticas características de grupos nominais, daí a designação de substantivas (na tradição gramatical, o nome designava-se substantivo).

          As orações subordinadas substantivas dividem-se em
  • completivas: O Pedro disse que o Eusébio fugiu de Moçambique.
  • relativas sem antecedente: Tu precisas de quem te dê um par de lambadas.
          As orações subordinadas substantivas são seleccionadas por:
  • um verbo: A Maria afirmou que amanhã não há feira.
  • um nome: Foi uma alegria que o Benfica tivesse derrotado o Marítimo.
  • um adjectivo: Os alunos estão conscientes de que sou um péssimo professor.

1. Oração subordinada substantiva completiva

     1.1. Finita
  • As orações subordinadas substantivas completivas finitas são introduzidas pelas conjunções completivas "que" e "se":
Declaro que tu és um bom rapaz.
A Joana perguntou se eu ia faltar.
  • Estas orações podem desempenhar diferentes funções sintácticas:
Sujeito:
. Espanta-me que a Miquelina tenha casado com o Ernesto. (a oração sublinhada desempenha a função sintáctica de sujeito da oração que a precede, que é a subordinante)
. É preciso que tu estudes mais.
Complemento directo:
. O Sócrates deseja que os portugueses se calem. (a oração sublinhada desempenha a função de complemento directo do verbo da oração subordinante)
. A tua esposa perguntou-me se lhe eras fiel.
. O Luís afirmou que o Torres mentiu ao juiz.
. As orações subordinadas completivas exigidas por verbos que marcam uma interrogação / inquirição (perguntar, pedir, inquirir, etc.) podem ser introduzidas por pronomes, determinantes, quantificadores e advérbios (precedidos ou não de preposição) e desempenham igualmente a função sintáctica de complemento directo:
                                   -» Perguntei-lhe    que óculos comprou.
                                                                 quando assassinou a formiga.
                                                                 como fugiu da cadeia.
                                                                 quem estragou o comando.
                                                                 quanto custou o I-Pad.
                                                                 quantos dentes lhe partiu a Josefina.
                                                                 qual era a sua música preferida.
                                                                 onde perdeu a dentadura.
                                                                 por quem foi assaltado.
Complemento oblíquo do verbo - orações introduzidas por "que" precedido de verbo com preposição fixa:
. O professor insistiu em que os alunos lessem Os Maias.
. O Benfica luta para que haja verdade desportiva.
. Estas orações completivas podem ser substituídas pelo pronome "isso" ou pelo grupo nominal "esse facto", precedidos de preposição:
O professor insistiu nisso / nesse facto.
O Benfica luta para isso.
Complemento do nome:
. Lamento o facto de que os árbitros auxiliem certos clubes.
. O professor suscitou a possibilidade de que o Josué tivesse copiado.
Complemento do adjectivo:
. Estou certo de que o Benfica será campeão.
. O Hulk é o responsável por que o F. C. Porto esteja em primeiro lugar.
. Estou convicto de que 2011 será um ano muito difícil.

     1.2. Não finita infinitiva
  • As orações subordinadas substantivas completivas não finitas são infinitivas dado que têm o verbo no infinitivo pessoal ou impessoal.
  • Geralmente, estas orações não são introduzidas por preposições.
  • No entanto, aquelas que são seleccionadas por verbos que indicam um pedido ou uma ordem (dizer, insistir, pedir, solicitar...) podem exigir a presença da preposição "para".
  • À semelhança das orações finitas, as não finitas infinitivas podem desempenhar diferentes funções sintácticas:
          -» Sujeito:
                    . Provocou-me espanto o Nacional ter derrotado aquele clube do Norte.

          -» Complemento directo:
                    . O Miguel disse para o Pedro se calar.

          -» Complemento oblíquo do verbo:
                    . Eu esforço-me por vos motivar.
                    . A indisciplina contribui para diminuir o sucesso escolar.
                    . A Maria pensou em namorar com o Tiago.

          -» Complemento do nome:
                    . A possibilidade de tu passares de ano é remota.
                    . Tenho pressa de voltar a casa.

          -» Complemento do adjectivo:
                    . Esta máquina de calcular é difícil de compreender.
                    . As inverdades dos políticos são desagradáveis de ouvir.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Orações subordinadas relativas

1. Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente - Finita
  • É introduzida por:
-» advérbios relativos: «onde», «como»:
. O Ernesto poisou a mochila onde havia espaço.
-» pronome relativo "quem":
. Quem desdenha quer comprar.
-» quantificador relativo "quanto" (precedido ou não de preposição):
. Só comes quanto ganhas.
  • Não possui antecedente.
  • Completa / modifica o grupo verbal da oração subordinante.
  • Pode desempenhar diversas funções sintácticas:
-» Sujeito: Quem estuda passa de ano.
-» Predicativo do sujeito: O Carlos Cruz não é quem parece.
-» Complemento directo: Adoro quem estuda.
                                                  Só pagas quanto gastares.
-» Complemento indirecto: Ofereci um rebuçado a quem estudou.
-» Complemento oblíquo: Gosto de quem me trata bem.
-» Complemento agente da passiva: O jogo foi ganho por quem marcou mais golos.
-» Modificador do grupo verbal da subordinante:
- O meu avô vivia como podia.
- Adormeço onde calha.

1.1. Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente - Não finita infinitiva
  • É introduzida por advérbios relativos e pronomes relativos "que" e "quem" (precedidos ou não de preposição).
  • Tem o verbo no infinitivo:
Não tenho que dar no Natal.
Jorge Jesus não sabe como mudar a situação.
No Verão, não tenho a quem deixar o piriquito.
Hulk, tens com que escrever?
Não sei onde estacionar o carro.


2. Oração subordinada adjectiva relativa

     2.1. Relativa restritiva
  • Limita, restringe a referência do antecedente.
  • Contém informação relevante para a definição do antecedente.
  • Não pode ser eliminada da frase, pois alteraria o sentido da oração subordinante.
  • Desempenha a função sintáctica de modificador restritivo do nome:
Quem ama verdadeiramente (oração substantiva relativa sem antecedente) não diz palavras que ofendam (oração relativa restritiva).
Os alunos que estudaram obtiveram boas classificações. Os alunos obtiveram boas notas. (neste caso, são todos os alunos; no primeiro exemplo, eram só alguns)
A mulher que eu amo está presa.

     2.2. Relativa explicativa
  • Apresenta informação adicional / facultativa sobre o antecedente (na oração subordinante).
  • Assim, pode ser eliminada, pois a sua omissão não altera o sentido da oração subordinante.
  • Na oralidade, é marcada por uma pausa; na escrita, por vírgulas, travessões ou dois pontos.
  • Desempenha a função sintáctica de modificador apositivo do nome (1) ou modificador da frase (2):
-» (1) Os benfiquistas, que se mostravam entusiasmados, saíram frustrados do estádio.
-» (2) O Benfica perdeu, o que deixou a D. Lídia furiosa.
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