Português: Questionário SERMÃO - Cap. I

domingo, 10 de junho de 2012

Questionário SERMÃO - Cap. I

1.
1.1
1.1.1) Os referentes do pronome pessoal “vós” são os pregadores.

1.1.2) O verbo usado anteriormente pertence à subclasse dos verbos de ligação, também designados por verbos copulativos.

1.1.3) O constituinte “sal da terra” desempenha a função de predicativo do sujeito.

1.1.4) A relação de sentido entre o constituinte com a função de sujeito e o constituinte “sal da terra” é uma relação de caracterização, isto é, a função acompanhada pelo verbo classifica o sujeito, ou seja, descreve-o, atribuí-lhe características. Além disto, a função referida faz parte do sujeito, para assim o poder classificar como sujeito.

1.1.5) O “sal” representa a mensagem evangélica transmitida pelo Padre António Vieira.

1.1.6) O elemento terra representa os ouvintes.

1.1.7) --

1.2) Cristo atribuiu a propriedade “sal da terra” aos referentes do pronome pessoal “vós”, pois deseja que estes façam na terra aquilo que o sal faz, isto é, tal como o sal tem como função conservar e evitar a corrupção, também os referentes do pronome pessoal têm como função na Terra louvar o bem (conservar) e impedir o mal (evitar a corrupção).

1.3) Tal como o sal tem como função conservar e evitar a corrupção, também as entidades referidas por “vós” (pregadores) têm como função louvar o bem (conservar) e impedir o mal (evitar a referida corrupção).

1.4) Avalia esse sucesso negativamente, uma vez que as referidas entidades não estão a desempenhar as suas devidas funções, obrigações e objectivos.

1.5) O Padre António Vieira questiona-se acerca da existência de tamanha corrupção, se o efeito do sal e dos que têm o ofício do sal é exactamente impedir a corrupção.

1.5.1) O vocábulo que introduz esse problema é a palavra “qual”, cuja pertence á classe dos pronomes.

1.6) O Padre António Vieira apresenta duas hipóteses para a causa destes problemas: ou porque o sal não salga (pregadores) ou porque a terra não se deixa salgar (humanidade).

1.6.1) Os elementos linguísticos que introduzem as hipóteses são os vocábulos “ou” e são conjunções coordenadas disjuntivas.

1.7) A primeira hipótese referida, “porque o sal não salga”, pode ser justificada através dos seguintes motivos: em primeiro lugar, os pregadores não pregam a devida doutrina; de seguida, os pregadores dizem uma coisa e fazem outra e por fim, estes pregam-se a si mesmos e não a Cristo. A segunda hipótese, “porque a terra não se deixa salgar”, deve-se aos seguintes factores: primeiro, devido aos ouvintes não quererem receber a devida doutrina; de seguida, temos ainda o facto de estes quererem imitar o que os pregadores fazem e não aquilo que eles dizem e por fim, temos o facto de os ouvintes quererem servir os seus apetites, em vez de servirem a Deus.

2.
2.1) A premissa referida é a seguinte: “Suposto pois, que, ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar: que se há-de fazer a este sal, e que se há-de fazer a esta terra? O que se há de fazer ao sal que não salga?”.

2.2) Com esta pergunta, o padre António Vieira tem como objectivo obter uma resposta para o facto de os elementos não cumprirem as suas obrigações e objectivos, isto é, este pretende obter uma resposta sobre o que fazer para que o “sal” e a “terra” cumpram devidamente as suas funções e se deixem do seu quotidiano e maus hábitos referidos anteriormente.

2.3) Neste parágrafo é proposta uma solução para a questão de o sal não salgar a terra, sendo que a solução é lançar esse sal fora como um inútil, para que assim seja pisado por todos. Como tal, podemos afirmar que a finalidade desta medida proposta é remediar e mudar as atitudes dos pregadores, castigando-os.

2.3.1)A primeira é uma oração subordinada adverbial condicional, e a segunda é uma oração subordinada adverbial final.

2.3.2) Tal como é do nosso conhecimento, o padre António Vieira utiliza e baseia-se nos enunciados de Cristo segundo S. Mateus para apresentar uma solução para o problema. Visto não existir maior autoridade do que a de jesus Cristo, então estamos presente um argumento de autoridade.

3.
3.1) O padre António Vieira convoca a figura de Santo António para responder sobre o que fazer relativamente ao facto de a terra não se deixar salgar, isto é, através do exemplo de Santo António adquirimos uma solução para este problema: mudar de púlpito e de auditório, nunca desistindo da nossa doutrina. Por outras palavras, a convocação de Santo António é usada com o objectivo de apresentar um exemplo de solução que acontecera outrora numa história idêntica, apresentando consequentemente uma solução para esta situação/questão actual. Além disto, tal como todos os santos referidos ao longo da obra, a figura de Santo António funciona como uma autoridade.

3.2) O episódio ocorrido foi o seguinte: S. António pregava na cidade de Arímino, Itália, contra os hereges. Não obstante, estes não compreendiam o que ele pregava, chegando ao ponto de se revoltarem contra ele e o quererem matar. Como tal, visto que o seu auditório não o compreendia e ouvia, este decidiu mudar e pregar para os peixes.

3.3) O padre António Vieira, ao colocar estas questões, tinha como objectivo levar o leitor a procurar uma resposta ao problema apresentado.

3.4) O Padre António Vieira decide pregar como Santo António. Isto é, este decide não imitar S. António mas sim, pregar como ele.

3.4.1) A atitude do padre pode ser justificada através dos seguintes argumentos: em primeiro lugar, este afirma que todos os outros egrégios doutores foram sal da terra, mas que o Santo António foi sal da terra e do mar e ainda, que Santo António deixou uma história, um exemplo, uma lição, uma influência e uma inspiração maior do que todas as marcas deixadas por qualquer santo na Terra.

 3.5.
3.5.1) O destinatário da invocação é “domina maris”, isto é, o destinatário é Maria, mãe de Cristo e senhora dos mares. Sendo que a intencionalidade da sua invocação é que esta nunca lhe falte como fonte de inspiração.

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