Não há outros comparsas no processo.
Eu acuso e defendo e sou juiz
Do réu que também sou, preso por mim.
O crime é um ato de rebelião
Contra os altos ditames da razão,
Que mandam que me aceite como vim.
Ora eu não me quero tal e qual!
Desejo-me intangível, imortal,
Não sei ao certo ainda em que universo...
E aguardo, cabisbaixo, o julgamento,
Enquanto vou sentindo o pensamento
Evadir-se da sala em cada verso.
Eu acuso e defendo e sou juiz
Do réu que também sou, preso por mim.
O crime é um ato de rebelião
Contra os altos ditames da razão,
Que mandam que me aceite como vim.
Ora eu não me quero tal e qual!
Desejo-me intangível, imortal,
Não sei ao certo ainda em que universo...
E aguardo, cabisbaixo, o julgamento,
Enquanto vou sentindo o pensamento
Evadir-se da sala em cada verso.
existe proposta de exame para a 2ªfase de portugues ?
ResponderEliminarNão percebo a pergunta...
ResponderEliminarfalta a data do poema e o Diário, no mínimo.
ResponderEliminarPenso ser no Diário VIII, de 1974
Tem sempre que se colocar estes dados e a editora
ESTE É O TRIBUNAL DE TORGA
ResponderEliminarSomos nós os culpados do que somos.
E é de mim que me queixo.
Tão intensa foi sempre a minha voz,
que ninguém a entendeu.
Por isso, quanto mais água pedi,
Mais distante me vi
De cada fonte que me apeteceu.
E agora é tarde, já nem sede tenho.
Ou tenho-a como os cactos:
Eriçada de espinhos.
Olho de longe a bica tentadora,
Adivinho-lhe o gosto e a frescura,
E é de borco na areia abrasadora
Que refresco a secura.