Linguagem e estilo de Ricardo Reis
- composição preferida: a ode horaciana, com estrofes regulares em verso decassilábico, alternado ou não com o hexassílabo;
- eufonia;
- verso branco / solto;
- irregularidade métrica (por vezes);
- recurso frequente à assonância, à aliteração e à rima interior.
- Aspetos morfossintáticos e semânticos:
- subsmissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita;
- sintaxe alatinada:
- ordem inesperada das palavras;
- anteposição do complemento direto ao verbo («As rosas amo...» em lugar da ordem tradicional da língua portuguesa: «Amo as rosas...»);
- uso de latinismos: "astro", "ledo", "ínfero", "vila", "vólucres", "inscientes", etc.;
- uso frequente da inversão (hipérbato e eanástrofe) e da elipse;
- uso frequente do imperativo (de acordo com a feição moralista das odes) ou do conjuntivo com valor de imperativo;
- uso do gerúndio;
- perífrases (remetem para um contexto religioso e mitológico grego ou latino);
- eufemismos (traduzem / suavizam a ideia de morte, que Ricardo Reis, afinal, teme);
- estilo denso e rigorosamente elaborado, construído, pensado, nos antípodas, por exemplo, de Alberto Caeiro;
- seleção cuidada de fonemas ou vocábulos sugestivos das ideias que pretende exprimir (a elevação, a nobreza, o classicismo da linguagem).
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