Grupo I
1. A construção e o voo inaugural da
passarola resultam da conjugação das capacidades e dos esforços das três
personagens:
– o padre
Bartolomeu de Gusmão contribui com o saber científico e a inteligência –
«viajei à Holanda» (linha 19); «estou subindo ao céu por obra do meu génio»
(linhas 22 e 23);
– Baltasar
contribui com a sua força e o seu trabalho manual – «Puxa, Baltasar» (linha 5);
«por obra da mão direita de Baltasar» (linha 24);
– Blimunda
contribui com os seus poderes sobrenaturais, que permitem ver o que escapa ao
olhar humano – «por obra também dos olhos de Blimunda» (linha 23); num momento
de hesitação, é também ela quem leva Baltasar a agir – «Blimunda aproximou-se,
pôs as duas mãos sobre a mão de Baltasar, e, num só movimento, como se só desta
maneira devesse ser, ambos puxaram a corda.» (linhas 6 a 8).
2. Num primeiro momento, Baltasar e
Blimunda começam por ser apanhados de surpresa pelo súbito movimento da
passarola – «tinham caído no chão de tábuas da máquina» (linhas 14 e 15); «Não
tinham medo, estavam apenas assustados com a sua própria coragem» (linha 26).
Depois, erguem-se, ficam deslumbrados e deixam de estar assustados.
Num segundo momento, as reações
individualizam-se:
– Baltasar dá
largas à sua alegria – «Ah, e Baltasar gritou, Conseguimos, abraçou-se a
Blimunda e desatou a chorar, parecia uma criança perdida» (linhas 31 e 32); «e
agora soluça de felicidade» (linha 33);
– Blimunda
mantém a calma e o discernimento – «Então Blimunda disse, Se não abrirmos a
vela, continuaremos a subir, aonde iremos parar, talvez ao sol.» (linhas 37 e
38).
3. O padre manifesta um estado de euforia, pois sente-se realizado e vitorioso pelo facto de ter conseguido concretizar o seu sonho de voar.
Esta euforia é enfatizada pela
evocação de situações anteriormente vividas pelo padre, as quais, pela relevância
que assumiram, aumentam agora o seu contentamento:
– a viagem à
Holanda para aquisição de saber – «o mar por onde viajei à Holanda» (linha 19);
– o apoio
discreto de D. João V – «se me visse el-rei» (linhas 20 e 21);
– a troça de
que foi alvo – «se me visse aquele Tomás Pinto Brandão que se riu de mim em
verso» (linha 21);
– a
perseguição da Inquisição – «se o Santo Ofício me visse» (linhas 21 e 22).
4. O peixe voador simboliza o homem ambicioso, que não tem consciência dos limites impostos pela sua
natureza e pelas suas capacidades.
Para evidenciar esta característica, o pregador faz referência ao comportamento dos peixes voadores que, por possuírem grandes barbatanas, agem como se fossem aves e pudessem voar.
5. A inconsciência e a presunção do peixe voador fazem-no correr riscos inúteis e graves, pois, para além
de poder ser vítima dos perigos do mar, é vítima das velas e das cordas dos navios, perigos do ar – «o
Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando» (linhas 11 e 12). Assim, encontra frequentemente a
morte – «Aos outros peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a
sua isca é o vento.» (linhas 12 e 13).
Grupo II
Versão 1 Versão 2
1.1. B (interpretação idealista daquilo que o rodeia)
1.2. C (mantém-se inalterada)
1.3. A (passou a integrar o real de forma mais complexa)
1.4. D (da dificuldade dos leitores em entenderem a literatura subsequente)
1.5. C (uma metáfora)
1.6. A (obrigação)
1.7. D (expositivo)
NOTA: De acordo com os critérios do GAVE, a opção correta é a C - argumentativo. Com a devida dose de humildade perante a sapiência de quem elaborou a prova e os respetivos critérios, é nossa opinião que esta pergunta não faz sentido e está mal formulada, dada a «proximidade» entre o texto expositivo e o argumentativo, bem exemplificada no excerto indicado.
2.1. Predicativo do sujeito
2.2. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa
2.3. Ato ilocutório compromissivo
1.4. D (da dificuldade dos leitores em entenderem a literatura subsequente)
1.5. C (uma metáfora)
1.6. A (obrigação)
1.7. D (expositivo)
NOTA: De acordo com os critérios do GAVE, a opção correta é a C - argumentativo. Com a devida dose de humildade perante a sapiência de quem elaborou a prova e os respetivos critérios, é nossa opinião que esta pergunta não faz sentido e está mal formulada, dada a «proximidade» entre o texto expositivo e o argumentativo, bem exemplificada no excerto indicado.
2.1. Predicativo do sujeito
2.2. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa
2.3. Ato ilocutório compromissivo
1.7- A (parece-me / porventura /...
ResponderEliminar2.3 - assertivo
1.3 parece-me ser a D, não a A
ResponderEliminarA 1.3. deve ser a A. Observe o seguinte excerto "As literaturas, e em especial a ficção que se lhe segui, tornar-se-iam bem mais complexas, e também mais difíceis de apreender e aceitar, enquanto espelho da vida" (linhas 20-22)
EliminarExactamente, ''a ficção'', que está relacionada com a ciência (ficção cientifica).
EliminarNão. Ficção como obra literária baseada em factos inventados, produto da imaginação. [Citação]:Ficção: Criação de carácter artístico, baseada na imaginação, mesmo se idealizada a partir de dados reais.
Eliminar"ficção", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/fic%c3%a7%c3%a3o [consultado em 18-06-2014].
exacto ficção. mesmo que seja ficção literária, o que é a que se refere, continua a ser ficção enquanto que a resposta diz: «passou a integrar o real de forma mais complexa» ou seja, a pergunta diz o real, não a ficção logo não está correcto. a opção mais correcta na minha opinião será a que diz «começou a basear-se na ciência, espelhando a sociedade do século XX».
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ResponderEliminarversão 2?
ResponderEliminarTem certeza destas respostas?
ResponderEliminarVão colocar o Grupo I ?
ResponderEliminarPergunta do grupo I , 2 - era assustados,nervosos,e a preocupação de blimunda ?
ResponderEliminara 1.7 é argumentativo
ResponderEliminarconcordo com a 'NOTA'
ResponderEliminarEu também,embora ela não sirva de muito. Que o que prevalece é sempre os critérios do GAVE,infelizmente ;/
EliminarTambém concordo que na 1.7 a resposta correcta seja expositivo .Mas como o GAVE considera a C,que no meu ponto de vista está errado..nada se pode fazer para quem meteu expositivo, não é verdade?? Já que quem "manda"são critérios do GAVE e nós alunos somos sempre o elo mais fraco.
ResponderEliminarQuanto ao facto de o texto ser predominantemente argumentativo, concordo. A diferença entre o expositivo e o argumentativo é que o segundo apresenta uma tomada de posição.
EliminarJá não concordo com a classificação do ato ilocutório. O exemplo não apresenta um compromisso a que o locutor se obriga, muito menos ao referir uma pessoa plural. O que indica é que o locutor crê, põe a hipótese de, um dia, ver confirmada a sua teoria. Ou seja, é claramente assertivo.
Eu coloquei assertivo , pois interpretei o ato ilocutório como tal. Não sei como é que o GAVE interpretou isto, mas pronto...
EliminarEu penso que o ato ilocutório era mais assertivo, embora compreendo o ato compromissivo. Eu coloquei a opção de texto argumentativo. Em relação à última questão, para elaborarmos um texto sobre ambição, tínhamos de falar sobre as duas perspetivas, estar na origem das conquistas humanas, e ser um dos problemas da humanidade, ou só uma das perspetivas?
ResponderEliminarEu falei sobre os duas perspetivas!
ResponderEliminarQuando não se sabe arranjam-se sempre desculpas...
ResponderEliminarquando sai as correcoes nas escolas?
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