Dizem que o Caldas glutão
Em Bocage aferra o dente:
Em Bocage aferra o dente:
Ora é forte admiração
Ver um cão morder na gente!”
Os epigramas
são composições poéticas breves, muitas vezes estruturadas em quadras, mas
sempre animadas pela sátira mais ou menos maliciosa, incisiva e sarcástica.
Este
epigrama tem como alvo um confrade da Arcádia, Domingos Caldas Barbosa, que se
teria excedido nas críticas a Bocage. De facto, este texto aparece como
resposta a um outro do padre Caldas, censurando a maledicência de Elmano
Sadino:
De todos sempre diz mal
O ímpio Manuel Maria;
E se de Deus o não disse,
Foi porque o não conhecia.
A
violenta resposta do poeta não se fez esperar, comparando a maledicência do
adversário a nada menos que uma investida canina.
Acrescente-se
que para a compreensão da sátira é importante ler a rubrica que muitas vezes
antecede o próprio texto poético. Neste caso, pode ler-se que o epigrama era
dedicado «A um mulato comilão que murmurava de mim».
Sem comentários :
Enviar um comentário