O espaço físico
é relativamente limitado. Centra-se na Quinta da Vessada e zonas limítrofes:
Morouços (residência de Estina após o casamento), Água-Levada (residência da
tia Balbina e palacete de Elisa Aida), Folgozinho (propriedade do tio José),
com algumas incursões ou referências, sempre irónicas, à cidade: casa de João
(pp. 122, 193), residência do tio José e das primas (pp. 46-47).
O ambiente
citadino e a forma de vida da burguesia urbana são detestados por Quina. Na
cidade habitam os "traidores da ruralidade" – os filhos dos
lavradores que tiraram um curso superior e se reconverteram na "raça de
proletários que distinguem por si só uma época" (p. 213) e "viviam
mais ou menos dos expedientes das suas carreiras" (p. 214).
O espaço
privilegiado é, pois, a Quinta da Vessada, localizada numa aldeia entre Douro e
Minho, cenário da vida de Francisco e Maria e, mais tarde, de Quina. E, dentro
da Quinta, é a casa, nos sentidos de habitação e património familiar, que
domina a história. Cada um dos elementos desse ambiente rural e familiar tem um
significado simbólico premeditado. Vejamos como a ação se distribui pelos
vários compartimentos da casa:
Inicialmente,
há uma certa dispersão mas, à medida que a ação se desenvolve, o espaço físico
sofre uma redução/concentração dramática:
De notar a antítese permanente entre
o espaço rural centrado na Quinta da Vessada, garantia da tradição agrária e
familiar, e o espaço urbano para onde emigram os filhos dos abastados
lavradores para estudarem e passarem "a viver mais ou menos dos
expedientes das suas carreiras". Quina privilegia naturalmente o espaço
rural e repudia o espaço urbano, no que parece estar de acordo com o ponto de
vista do narrador omnisciente (a autora).
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