No Ato III, cena I, Tebaldo está a
tentar espoletar uma luta e chama a Romeu "vilão". Mas este, que se
casou secretamente com Julieta e agora considera Tebaldo um parente, dá a outra
face. Assim, ignora o insulto e responde ao insulto de Tebaldo com calma e,
embora enigmáticas, palavras de afeto:
Eu protesto que nunca te magoei,
Mas te amo melhor do que tu podes
imaginar
Até que saibas a razão do meu
amor. (III, I)
Para Mercúcio, a recusa de Romeu
em lutar com Tebaldo, juntamente com essa expressão de bondade, representa
"submissão desonrosa e vil" (III, I). Inflamado pela aparente falta
de respeito pelo seu amigo, Mercúcio intervém para preservar a reputação de
Romeu. É importante notar que, na Inglaterra de Shakespeare, o duelo era comum,
apesar de ilegal. Jovens rapazes, e particularmente os da classe aristocrática,
sentiram a necessidade de se proteger contra todos os ataques à sua honra, bem
como à honra dos seus amigos e parentes. Essa preocupação com a honra facilitou
que meros insultos se transformassem rapidamente em duelos fatais. Como comenta
Lawrence Stone, um historiador importante do início da Inglaterra moderna:
"Os temperamentos eram curtos e as armas fáceis de manusear".
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