▪ Antes de se ter tornado frade, Frei
Dinis era simplesmente Dinis de Ataíde, um importante magistrado, representante
da vida mundana.
▪ “Católico sincero e frade no coração”,
era o “frade mais austero e pregador mais eloquente daquele tempo”.
▪ Tratava-se de um “homem extraordinário
que juntava a uma erudição imensa o profundo conhecimento dos homens e do mundo”.
▪ É austero e inflexível: “homem de
princípios austeros, de crenças rígidas e de uma lógica inflexível e teimosa”.
▪ “Um ser de mistério e terror”, “o
cúmplice e o verdugo de um grande crime”, encarna a ideia cristã da penitência,
vive para expiar os seus pecados, sendo objeto de uma cólera divina.
▪ Figura ominosa, agente de um destino
inexorável, cuja função na economia da obra é criar uma atmosfera de terror, fazendo
prever ao leitor uma fatalidade iminente e um mistério terrível que o cerca.
▪ Atormentado pelo remorso, perseguido
pelo mundo na cela do seu convento, abomina as doutrinas liberais e a heresia.
▪ Neste sentido, simboliza as ideias
absolutistas (o Portugal Velho), segundo as quais o poder régio é legado por
Deus para governar a nação seguindo os preceitos evangélicos.
▪ É uma personagem aparentemente
rigorosa e malévola, como era característico do frade romântico, o que, de
certa forma, confirma: é o destruidor da família do Vale e o protótipo do mal.
▪ A sua transformação em Frei Dinis
representa a rutura com o material e a ligação ao espiritual, traço em que é o oposto
de seu filho, Carlos.
▪ Visita a casa do Vale todas as
sextas-feiras.
▪ Acaba por entrar em conflito ideológico
com Carlos, de quem é pai, que o considera um intruso.
Antes de ser frade, Dinis de Ataíde
era materialista, dominado por paixões que levarão ao nascimento de Carlos, à
morte de sua mãe e ao assassínio do pai de Joaninha e do marido da mãe de
Carlos, crimes que o levarão a professar, abandonando a vida materialista e mundana
para se tornar espiritualista.
Em contramão, Carlos segue um
percurso inverso: quando jovem, era idealista (daí a adesão ao Liberalismo),
desprendido das coisas materialistas (espiritualista), porém, com a instalação
do Novo Regime (Liberalismo), a sociedade torna-se profundamente materialista e
ele torna-se barão, o símbolo mais perfeito do materialismo burguês.
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