terça-feira, 28 de junho de 2022
Exame Nacional de Português - 12.º ano - 2022 - 1.ª fase
domingo, 26 de junho de 2022
Benfica é eneacampeão de hóquei em patins feminino
segunda-feira, 20 de junho de 2022
sexta-feira, 10 de junho de 2022
Resumo da Conclusão de Amor de Perdição
No camarote, Simão lê a última carta que Teresa lhe escrevera, na qual esta se despede dele e lhe afirma que não é mais possível viver. Depois de ler a missiva, pede ao comandante da embarcação, que o acompanha juntamente com Mariana, que o deixe ir ao convés, onde se senta a contemplar o convento de Monchique.
De madrugada, Simão adoece e arde em
febre, tendo momentos de delírio. Após ser examinado a bordo, é-lhe diagnosticada
febre maligna e aventada a possibilidade de morrer antes de chegar ao destino.
Pede, então, a Mariana que, caso morra, todas as suas cartas sejam atiradas ao
mar.
A doença agrava-se: o fidalgo
continua a delirar e cai numa letargia total, sinal de que o seu fim se
aproxima. Efetivamente, nove dias depois, Simão morre. Mariana beija a sua face
pela primeira vez.
Quando os marinheiros se preparam
para atirar o cadáver ao mar, Mariana prende as cartas de Simão à cintura. De
seguida, quando o corpo é finalmente lançado à água, a filha de João da Cruz
atira-se também, bracejando até abraçar o cadáver que a ondulação faz chegar
até si. Morrem, assim, os dois juntos. A correspondência entre Simão e Teresa é
recolhida pelos marujos que se lançaram à água, em vão, para tentar salvar
Mariana.
Resumo do capítulo XX de Amor de Perdição
No dia 17 de março de 1807, Simão sai da cadeia e embarca do Douro para a Índia, acompanhado por Mariana. O desembargador Mourão Mosqueira, que vai a bordo da nau, entrega um cartucho com moedas de ouro ao condenado, enviado por D. Rita Preciosa. Simão aceita, mas pede ao comandante que distribua o dinheiro pelos companheiros de degredo.
O fidalgo pergunta a Mariana onde é
o convento de Monchique e vai observá-lo. Avista o mirante onde está Teresa,
cujo vulto vê.
Na véspera, Teresa pedira os
sacramentos e despedira-se das freiras, que tentaram dar-lhe alento. Ao início
dessa manhã, a fidalga tinha lido todas as cartas que Simão lhe havia escrito,
tinha-as atado com fitas de seda, envoltas em raminhos de flores e pedido
depois à mendiga de Viseu que as fosse entregar ao seu amado. Pedira ainda à
sua criada que a levasse ao mirante. Aí, quando vê Simão na nau, Teresa
desfalece. Nesse momento, atraca na nau um bote com a mendiga, que lhe leva as
cartas da sua amada.
A nau parte e Simão contempla
novamente o mirante, quando passa junto ao convento. Vê, então, Teresa, que lhe
acena com um lenço, com os braços suspensos através das grades de ferro da
janela. Simão responde ao aceno de Teresa, que é levada em braços e desaparece
da sua vista. A nau é forçada a parar pouco depois, por isso a saída é adiada
para o dia seguinte. Nessa noite, o comandante da nau dá ao condenado a notícia
da morte de Teresa, que, antes de falecer, se despedira da vida da seguinte
forma: “Adeus, Simão, até à eternidade!” O fidalgo afirma: “Eis-me livre… para
a morte…”.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
Provas de aferição 2021-2022: enunciados e critérios de classificação
● 2.º ano
▸ Educação Física - código 28:
▸ Educação Artística - código 27:
. Guiões - Versão 1:
- Guião 1;
- Guião 2;
. Guiões - Versão 2:
- Guião 1;
- Guião 2;
● 5.º ano
▸ Matemática e Ciências Naturais - código 58:
. Prova;
▸ Educação Visual e Educação Tecnológica - código 53:
● 8.º ano
▸ História e Geografia - código 87:
. Prova;
. Critérios de Classificação;
. Prova adaptada;
. Critérios de Classificação.
▸
INSTRUÇÕES DE REALIZAÇÃO, COTAÇÕES E CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO - EXAMES NACIONAIS 2021-2022
Em baixo, apresentam-se as ligações que dão acesso às instruções de realização, cotações e critérios gerais de classificação das provas de exame nacional do ano letivo de 2021-2022.
- Biologia e Geologia (702)
- Desenho A (706)
- Economia A (712)
- Filosofia (714)
- Física e Química A (715)
- Geografia A (719)
- Geometria Descritiva A (708)
- História A (623)
- História B (723)
- História da Cultura e das Artes (724)
- Latim A (732)
- Línguas Estrangeiras (501, 517, 547, 550 e 847)
- Literatura Portuguesa (734)
- Matemática A (635)
- Matemática Aplicada às Ciências Sociais (835)
- Matemática B (735)
- Mandarim (848)
- Português (639)
- Português Língua Não Materna (839)
- Português Língua Segunda (138)
Manuais de aplicação da componente oral
quarta-feira, 8 de junho de 2022
segunda-feira, 6 de junho de 2022
sábado, 4 de junho de 2022
A ação de O Delfim
Antes de mais, convém distinguir entre ação e intriga. A primeira pode ser considerada como a sucessão de factos e acontecimentos em que as personagens participam, enquanto a segunda consiste na organização dos elementos narrativos, de modo a criar um enredo que se desenvolve segundo uma relação de causa-efeito.
Feita a distinção, poderemos
considerar que a intriga de O Delfim é uma história de adultério e de
morte: o adultério de Maria das Mercês e Domingos e a morte de ambos. Esta
história, porém, não é o motivo da narrativa. Note-se, por outro lado, que a
versão oficial dos acontecimentos é conhecida somente pelo Regedor e pelo Padre
Novo e nunca é divulgada, pois há a tendência para considerar o oficial como
sinónimo de verdadeiro, e não é a verdade o que Cardoso Pires pretende
esclarecer com a sua obra.
Explicação do título de O Delfim
O nome «delfim» pode significar várias coisas:
• animal da família dos golfinhos;
• filho varão;
• senhor feudal da França; Luís XV;
• peça do jogo de xadrez: bispo.
Para compreendermos o seu
significado, temos também de prestar atenção às palavras do próprio narrador da
obra, que nos diz o seguinte: “Depois, se quisesse escrever, passaria apenas o
dedo na capa encarquilhada do livro que o acompanha (ou numa tábua de relíquia,
ou numa pedra) e sulcaria o pó com esta palavra: Delfim. Seria uma dedicatória.
Um epitáfio, também. Seis letras que, de qualquer maneira, não teriam mais do
que a justa e exata duração que a poeira consentisse até as cobrir de novo.”
A partir do excerto, podemos
concluir que o título da obra é «pó que ao pó há de voltar”, é dedicatória e
epitáfio que se resume a seis letras.
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Quando surgiram as línguas?
A resposta é óbvia: não sabemos. Certamente, não foi algo imediato, antes um processo gradual que levou milhares ou milhões de anos. O que sabemos é que todos os animais comunicam entre si, incluindo os irracionais, embora as formas de comunicação humanas sejam especiais. Por exemplo, os seres humanos comunicam quando choram ou coram, isto é, sem soltar um som que seja.
As
línguas humanas têm características muito específicas: não estão inscritas nos
genes, são extremamente flexíveis, adaptam-se facilmente a novas realidades (todos
os dias surgem novas palavras para designar algo novo que surge), permitem
falar do passado e do futuro (note-se como podemo-nos referir ao futuro sem
usar o respetivo tempo verbal; é possível fazê-lo – e fazemo-lo – usando o
presente: “Volto amanhã.” = “Voltarei amanhã.”), despertam e interferem com a
imaginação. Por outro lado, as línguas humanas fazem uso da chamada dupla
articulação, ou seja, um conjunto limitado de sons conjuga-se para criar
unidades com significado.
No
seu sítio Certas Palavras (www.certaspalavras.pt),
o professor Marco Neves, perante a total falta de dados que nos permitam saber
como surgiu a linguagem humana, imagina uma história explicativa do processo.
De
acordo com essa explicação, a linguagem teria tido origem em sons que o Homem usava
em certas situações de forma instintiva ou na imitação de animais e que, a
partir de certo momento, conseguiu desligar o símbolo do seu significado. E
prossegue nos seguintes termos: “Imaginemos um grupo de seres humanos, na
savana, a caçar. Um deles vê, à frente, uma gazela. Habitualmente, usam um som
dito em surdina, para que todos reparem. Com o tempo, encontram vários sons
para diferentes animais. Estamos perante sinais, que vão sendo aprendidos pelas
novas gerações. Estes sinais, a certa altura, começam a ser usados noutros
contextos, para «conversar» sobre os animais. Nascem as palavras. Um som poderia
representar um tigre, mas também pode ter passado a significar um animal,
usando-se outro som (ou uma conjugação de sons) para representar o tigre em si.
Alguém, à noite, refere vários tigres, usando, provavelmente, uma duplicação
dos sons usados para se referirem àquele animal.
Com
o tempo, ganham-se hábitos de ordenação desses símbolos sonoros – seria possível
dizer «gazela» «caçar» «eu», mas nunca «eu» «caçar» «gazela». Nasce a gramática.
A língua é criada a partir de necessidades práticas, ganha características
gramaticais particulares, que mais não são do que a cristalização de hábitos
linguísticos adquiridos sem grande lógica, e conhecer essas características
(essa gramática) torna-se essencial para viver na comunidade que usa essa
língua. Quem falava para caçar também era capaz de falar para impressionar a
vizinha – e se não fizesse, teria menos hipóteses de ter filhos com a vizinha.
As
línguas são sistemas simbólicos muito complexas, com base em sons ou gestos.
Com esses símbolos, comunicamos e criamos pensamentos na cabeça dos outros
(obrigamo-los a pensar em tigres). Trabalhamos a pensar em conjunto, nem que
seja para saber como caçar o tigre – ou atacar a tribo do lado. Quanto mais o
cérebro aumentava, mais capacidade tínhamos para manipular símbolos.”
[…]
Imaginemos,
por exemplo, um conjunto de arbustos que precisam de ter exposição ao sol para
sobreviver. Ora, se um arbusto em particular sofre uma mutação no seu ADN que o
torna ligeiramente mais alto e com mais folhas no topo, vai conseguir receber
mais luz do sol e, ao mesmo tempo, vai impedir que os arbustos do lado recebam
tanta luz. Vai viver mais e reproduzir-se mais. Em breve, […], os genes deste
arbusto vão começar a espalhar-se mais do que os arbustos um pouco mais baixos.
Os arbustos mais baixos passam a ter uma desvantagem que não existia antes. Os
arbustos com mutações que os tornam mais altos ganham. O gene que leva a uma
maior altura começa a ser preponderante – e assim surgem as árvores. Todos os
arbustos viviam felizes e contentes antes desta guerra. Não há uma vantagem
inerente à maior altura: a única vantagem é conseguir ganhar aos arbustos do
lado.”
No
caso do ser humano, o uso do símbolo permitia o ganha de vantagens
relativamente a quem não o domina, pois permite perceber melhor os outros,
ganhar mais poder, ser bem-visto, seduzir.
A
linguagem não é essencial para a sobrevivência do ser humano, como o prova o
facto de a humanidade ter vivido e evoluído ao longo de milhares de anos sem
ter uma linguagem como a entendemos hoje. Assim sendo, qual terá sido a razão
que fez com que se tornasse tão preponderante? O professor Marco Neves
responde: “Há duas grandes correntes. Alguns linguistas sublinham que a
linguagem é uma ferramenta cultural, inventada ao longo da nossa História. No
fundo, o uso da linguagem será como a roda: uma vez inventada, tornou-se tão
útil que ninguém a dispensa. Mas não nascemos – segundo esta perspetiva – com algum
tipo de mecanismo linguístico impresso no cérebro. Outros linguistas sublinham
o caráter biológico da linguagem: temos aparelhos fonadores e cérebros
adaptados ao uso da linguagem – as nossas gargantas seriam diferentes se não
fosse a necessidade de falar.” Assim sendo, é lícito concluir que a linguagem humana
é um facto cultural e biológico.
Para
se adaptar à nova necessidade que era a linguagem, tudo no ser humano evoluiu: o
corpo em geral, o cérebro, o aparelho fonador, a boca, a garganta. Aprender a
falar é algo natural ao ser humano, como é caminhar, ao contrário do que sucede
com outras competências, como, por exemplo, a leitura ou a escrita. Por
exemplo, uma criança de 3 ou 4 anos não necessita que os adultos a ensinem a
falar; basta a convivência diária para que ela aquira e desenvolva essa
competência. Porém, o mesmo não sucede com a leitura. Se dermos a essa mesma
criança um livro, não conseguirá lê-lo sozinha, sem ajuda, sem quem a ensine.
Embora
não existam certezas, é possível que, há cerca de 40 000 anos, os seres humanos
já falassem línguas com características semelhantes às que hoje possuímos. No
entanto, há indícios que sugerem que a linguagem humana já existia na era do Homo
erectus, que surgiu há 2 000 000 de anos, conseguiu controlar e usar o
fogo, se expandiu por um território vastíssimo e navegou até ilhas tão
afastadas no mar que tal empresa implicou um grau acentuado de organização e
comunicação, bem como o uso de embarcações com algum alcance e robustez. Em
2004, descobriram-se na Ilha das Flores, na Indonésia, ferramentas que datam de
há 800 000 anos. Daniel Everett, na sua obra How Language Began,
sustenta que o Homo erectus já falaria um tipo de língua simbólica algo
parecida com a nossa. Dado que a ilha já na época distava muito de terra
continental, certamente foi necessário construir barcos que levassem seres
humanos até lá, sendo difícil imaginar que tudo teria sido feito sem o uso da
fala.