Este soneto é dedicado à mulher do poeta, embora não se saiba exatamente qual, pois Gregório de Matos teve duas esposas oficiais. De acordo com alguns estudiosos, é provável que se trate de Maria de Povos.
O «eu» poético dirige-se a uma flor,
Rosa, qualificando-a como vaidosa. Aliás, na primeira quadra do soneto, são
evocadas quatro flores: “Rosa”, “Clavel”, “Açucena” e “Jasmin”. Por outro lado,
são referidas também cores, como o “branco”, o “enacarado” e “nevado”, com as
quais as flores se envaidecem, porque cada cor é característica de cada flor.
O tom de alegria e cor é
substituído, nos dois últimos versos da segunda quadra, pela tristeza: “Se de
la pompa el tiempo está acabado, / Vuestra pompa en retiros minorad”, os quais
apontam para outro tema querido da época: a efemeridade da vida. O eufemismo “Se
de la pompa das flores está acabado” sugere que a pompa das flores está a
acabar, não esquecendo que cada uma delas representa a esposa do poeta. Ora, é
nítida a ideia da perda de vitalidade por parte de “Açucena, Clavel, Jasmin y
Rosas”, embora se trate de uma mera sugestão, dado que o que se pretende é
exaltar a figura feminina, daí que o vocabulário seja positivo.
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