O Regedor esteve
envolvido no caso das mortes de Maria das Mercês e de Domingos na qualidade de
autoridade. A sua versão, como seria de esperar, é a oficial, pelo que, de
acordo com o relatório, não houve qualquer crime. O único interesse passa por
averiguar e publicitar a versão oficial: Domingos morreu de morte natural
(“mors post coitum”, isto é, morte após o coito) e Maria das Mercês, a esposa
infiel, adúltera, afogou-se acidentalmente no pântano da Urdiceira.
O narrador descreve-o
da seguinte forma: “O Regedor, ao balcão ou fora dele, tudo quanto contou (…)
assenta no rigor, na fé dos autos. Tudo aparecerá resumido naquela toada de
enfado de pessoa que não faz mais do que refletir uma verdade conhecida que a
ignorância de uns e a velhacaria de outros andam a desfeitear sem qualquer
proveito. Paciência. O que aconteceu, aconteceu – e não oferece dúvidas, está
no processo respetivo da Guarda Nacional Republicana.”
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