• O
conto abre com a fórmula “Era uma vez”, característica dos contos
tradicionais populares. A ausência de referência a datas que permitem
localizar, de modo preciso, a ação no tempo sugere a indeterminação do tempo e
serve a moralidade do conto: “Era uma vez” remete para um tempo
indeterminado e para a intemporalidade da história narrada.
• A
esmagadora maioria dos acontecimentos ocorre à noite:
→ a morte do rei numa
batalha: “A Lua cheia que o vira marchar […] e da morte do rei trespassado…”;
→ o nascimento do
principezinho e do escravo: “Ambos tinham nascido na mesma noite de verão.”;
→ a invasão do palácio
pelo tio bastardo e pelas suas tropas, na tentativa de matar o principezinho e
subir ao trono: “Ora, uma noite de silêncio e escuridão […] mais que sentiu, um
curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais…”;
→ a troca das crianças de
berço: “Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe
do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga – e tirando o seu
filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real…”;
→ as mortes do
escravozinho, do tio do príncipe e da sua horda: “O bastardo morrera! […] ele e
vinte da sua horda.”; “O corpozinho tenro do príncipe lá ficara também envolto
num manto, já frio, roxo ainda das mãos ferozes que o tinham esganado!...”;
→ etc.
•
Por seu turno, a morte da aia ocorre de madrugada: “Era lá, nesse céu
fresco de madrugada…”.
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