Este conto narra um episódio protagonizado por António, um contrabandista raiano português, em terras espanholas.
O texto inicia-se com a chegada de um guarda-civil à pousada onde António está a comer. A presença da polícia deixa-o inquieto e desconfiado. O sargento, depois de perguntar por ele ao estalajadeiro, aproxima-se da mesa e chama-o pelo nome, deixando-o atordoado e alarmado. Como poderia aquele homem saber quem ele era?
O guarda pergunta-lhe se é galego ou português, ao que António responde ser galego, procurando evitar problemas. O sargento tenta saber o que está ali a fazer. António responde que procura trabalho, porém a resposta não convence o polícia, que continua a insistir e lhe faz um aviso misterioso ("Si llevas café al casino, no lleves más de cinco kilos."), que indicia que foi denunciado e que os guardas conhecem as suas atividades de contrabando. O aviso tem toda a aparência de uma tentativa de proteção elada. António fica perplexo, mas finge normalidade, tentando recuperar o apetite enquanto o sargento desaparece por uma porta da estalagem.
À noite, cinco contrabandistas dirigem-se ao pátio do casino, onde entregam as suas cargas, presumivelmente de café. São recebidos por um funcionário, enquanto António, curioso, observa por uma pequena janela um homem a manusear notas sob vigilância armada, o que indicia a operação ilegal que ocorre no interior do casino. António tenta compreender o aviso que o sargento lhe fizera, enquanto observa outro homem que entra, fala com o funcionário e faz uma chamada telefónica. No pátio, cansados, os contrabandistas descansam e adormecem.
Um portão abre-se com estrondo. Um grupo de guardas entra no pátio, depois da filha do estalajadeiro os ter informado que chegou à cidade um grupo de portugueses suspeito de contrabando. Um sargento interrogara-a e descobrira que um deles se chama António e que traziam café. Embora a rapariga não soubesse o destino final da mercadoria, um vendedor afirmou que o café ia para o casino. O carabineiro reagiu com inquietação, percebendo que os portugueses estavam em risco. O sargento, embora angustiado pela sua origem portuguesa, reúne cinco homens e parte em direção ao casino, preparando-se para agir com firmeza, norteado pelo dever.
Os contrabandistas atravessam a ponte romana de Salamanca e encaminham-se para uma venda escondida numa ruela, na qual são recebidos por um homem que os reconhece lhes oferece sedas para contrabandear, em substituição do café. António aceita.
O conto termina com o protagonista a soprar três vezes o caldo antes de o comer, o que simboliza um breve momento de alívio antes de dar continuidade à vida arriscada do contrabando.
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