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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"Ode Triunfal" - Correção do questionário

1. Releia a primeira estrofe.


     1.1. Caraterize o ambiente em que o sujeito poético se situa.

     O sujeito poético encontra-se a escrever no interior de uma fábrica, num estado febril, rodeado de máquinas e sob a luz forte das "grandes lâmpadas elétricas".

     1.2. Explicite a relação que ele mantém com a realidade que o cerca.

     Logo nos primeiros versos do poema, o sujeito poético anuncia o seu estado febril ("Tenho febre" - v. 2) e violento ("Escrevo rangendo os dentes" - v. 3), provocado pela realidade que o cerca e resultante de sensações contraditórias. De facto, se, por um lado, ele se deleita a apreciar a beleza do que o rodeia no interior da fábrica, por outro, essa mesma beleza causa-lhe dor ("À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica" - v. 1).


2. Atente, agora, nas estrofes 2 a 4.


     2.1. Procure, na segunda estrofe, marcas do "estado febril" que o sujeito poético anunciara.

     As marcas do «estado febril» do sujeito poético são visíveis nas seguintes passagens: "Tenho os lábios secos" (v. 10) e "E arde-me a cabeça." (v. 12).

     2.2. Explicite as razões que estão na origem desse delírio.

     O delírio do sujeito poético é originado pelos "excessos" do ambiente em que o sujeito poético se encontra inserido. De facto, os movimentos "em fúria" e os "ruídos" ouvidos "demasiadamente perto" das máquinas da fábrica estão na base do seu estado febril.

     2.3. Prove, com passagens do poema, que todos os sentidos concorrem para esse estado de alucinação.

     Com efeito, no estado de alucinação do sujeito poético intervêm os sentidos, através dos quais ele procura captar as sensações provocadas pelas máquinas ("de todas as minhas sensações" - v. 13): visuais ("e olhando os motores" - v. 15), gustativas ("Tenho os lábios secos" - v. 10), auditivas ("Rugindo, rangendo, ciciando" - v. 24), tácteis ("Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma." - v. 25).

     2.4. No primeiro verso da terceira estrofe, "os motores" são comparados a "uma Natureza tropical".


          2.4.1. Comente a expressividade dos adjetivos que, no verso 32, a caraterizam.

     A "Natureza tropical" é caracterizada como sendo "estupenda, negra, artificial e insaciável". Esta quádrupla adjetivação traduz os traços da civilização moderna mecânica e industrial, que é admirável e insondável, sofisticada e sôfrega.

     2.5. Evidencie o valor expressivo das aliterações presentes nos versos 16 e 24-25.

     Nos referidos versos, existem diversas aliterações. Desde logo, a aliteração em f ("ferro e fogo e força") que sugere o ruído e o caráter agressivo dos motores; depois a aliteração em r ("Rugindo, rangendo") recria o ruído forte e violento das máquinas e dos motores; por último, a aliteração em c ("excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma") sugere a suavidade de uma carícia.

     2.6. Explique, pelas suas próprias palavras, os versos em que o sujeito poético exalta a abolição das fronteiras entre passado, presente e futuro.

     Nos versos 18 a 23, o sujeito poético concentra os tempos num só, único, englobante e dinâmico. E fá-lo transportando para o presente (v. 19) e para o futuro (vv. 21-22) grandes personalidades do passado (Platão, Virgílio, Alexandre Magno, Ésquilo), estabelecendo entre elas relações de interdependência e de causa e efeito. Ou seja, se não tivesse existido, no passado, figuras criadores e impulsionadoras como as referidas, o presente não seria aquilo que é e o futuro seria, certamente, diferentes. O presente engloba, assim, o passado e possibilita o futuro.

     2.7. Interprete os desejos expressos pelo sujeito poético nas exclamações da quarta estrofe.

     Na quarta estrofe, o sujeito poético expressa o desejo de se identificar totalmente com as máquinas (vv. 26 a 28) - símbolo da modernidade -, ou, na impossibilidade de concretizar este desejo, ao menos poder estabelecer com elas uma relação estranha, eufórica que roça um erotismo delirante e doentio e o sadomasoquismo. Note-se o recurso aos advérbios "carnivoramente" e "pervertidamente" e ao gerúndio "enroscando", que apontam para a referida relação. Algo de semelhante é visível entre os versos 42 e 47. No fundo, estamos perante o sensacionismo excessivo do sujeito poético, que procura "sentir tudo de todas as maneiras", visto que "Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.".


3. Na sétima estrofe (vv. 49-57), assistimos a uma pausa no ritmo alucinante do poema.

     3.1. Justifique o recurso ao parênteses.

     O recurso ao parênteses traduz o caráter intimista que o sujeito poético assume nesta estrofe, numa espécie de aparte em que «regressa» ao passado.

     3.2. Indique os temas abordados, neste aparte, pelo sujeito poético.

     Os temas abordados são a certeza da morte e a evocação nostálgica da infância.

     3.3. Adiante hipóteses para esta reflexão no contexto do poema.


4. A partir da oitava e até à penúltima estrofe, retoma-se o ritmo alucinante que tinha sido interrompido.

     4.1. Demonstre que o referido ritmo se desenvolve numa gradação crescente.

     O ritmo alucinante é retomado através das apóstrofes sucessivas (vv. 64-65), das interjeições (vv. 66-69), das repetições anafóricas (vv. 78-80), das interjeições e das enumerações (vv. 82-105), até culminar, no verso 106, com a onomatopeia final.

     4.2. Assinale os versos em que o sujeito poético refere aspetos negativos da civilização moderna.

     O sujeito poético refere os aspetos negativos da civilização moderna em dois momentos do poema: entre os versos 66 e 68 e 70 e 73.

     4.3. Identifique o recurso estilístico presente nos versos 68 e 76.

     O recurso estilístico é é o oximoro (vv. 68 e 76), que traduz os sentimentos contraditórios que caraterizam o sujeito poético.


5. Podemos afirmar que a conclusão do poema - a última estrofe (um monóstico) - é uma confissão de fracasso.

     5.1. Demonstre a veracidade da afirmação.

     A última estrofe pode interpretar-se como a confissão do fracasso, pois nela o sujeito poético manifesta a impossibilidade de realizar o seu desejo de se identificar completamente coma realidade que o rodeia, no fundo, com as máquinas.


6. Comente o título do poema e relacione-o com a cultura do excesso tão cara aos sensacionistas. Deve ter em conta a definição de "ode" (cf. nota 3. do texto "Ricardo Reis - uma arte de viver", na página 69) e o significado do adjetivo "triunfal".

     O título do poema é reiterativo, visto que a «ode» é já, só por si, um canto em tom sublime, escrito num discurso entusiástico, de exaltação de alguém (um herói) ou algo (um feito, por exemplo). Ao ser acrescentado ao nome «ode» o adjetivo «triunfal», Álvaro de Campos remete desde logo para o tom hiperbólico com que vai cantar as máquinas, o triunfo da civilização moderna industrial.


7. Observe atentamente o quadro de Picabia reproduzido na página 89.


     7.1. Comente o quadro, relacionando-o com algumas passagens da "Ode Triunfal" que ele poderia ter inspirado.


Questionário adaptado do manual Entre Margens - 12.º ano (Porto Editora)

Exames e Provas de Aferição - Esclarecimento


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Ode Triunfal" - Questionário

1. Releia a primeira estrofe.

     1.1. Caraterize o ambiente em que o sujeito poético se situa.

     1.2. Explicite a relação que ele mantém com a realidade que o cerca.


2. Atente, agora, nas estrofes 2 a 4.

     2.1. Procure, na segunda estrofe, marcas do "estado febril" que o sujeito poético anunciara.

     2.2. Explicite as razões que estão na origem desse delírio.

     2.3. Prove, com passagens do poema, que todos os sentidos concorrem para esse estado de alucinação.

     2.4. No primeiro verso da terceira estrofe, "os motores" são comparados a "uma Natureza tropical".

          2.4.1. Comente a expressividade dos adjetivos que, no verso 32, a caraterizam.

     2.5. Evidencie o valor expressivo das aliterações presentes nos versos 16 e 24-25.

     2.6. Explique, pelas suas próprias palavras, os versos em que o sujeito poético exalta a abolição das fronteiras entre passado, presente e futuro.

     2.7. Interprete os desejos expressos pelo sujeito poético nas exclamações da quarta estrofe.


3. Na sétima estrofe (vv. 49-57), assistimos a uma pausa no ritmo alucinante do poema.

     3.1. Justifique o recurso ao parênteses.

     3.2. Indique os temas abordados, neste aparte, pelo sujeito poético.

     3.3. Adiante hipóteses para esta reflexão no contexto do poema.


4. A partir da oitava e até à penúltima estrofe, retoma-se o ritmo alucinante que tinha sido interrompido.

     4.1. Demonstre que o referido ritmo se desenvolve numa gradação crescente.

     4.2. Assinale os versos em que o sujeito poético refere aspetos negativos da civilização moderna.

     4.3. Identifique o recurso estilístico presente nos versos 68 e 76.


5. Podemos afirmar que a conclusão do poema - a última estrofe (um monóstico) - é uma confissão de fracasso.

     5.1. Demonstre a veracidade da afirmação.


6. Comente o título do poema e relacione-o com a cultura do excesso tão cara aos sensacionistas. Deve ter em conta a definição de "ode" (cf. nota 3. do texto "Ricardo Reis - uma arte de viver", na página 69) e o significado do adjetivo "triunfal".


7. Observe atentamente o quadro de Picabia reproduzido na página 89.

     7.1. Comente o quadro, relacionando-o com algumas passagens da "Ode Triunfal" que ele poderia ter inspirado.


Questionário adaptado do manual Entre Margens - 12.º ano (Porto Editora)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2011: Coisas inesquecíveis ouvidas na TV e arredores

  • "O ministro das Finanças não tem qualquer visão sobre como é que o país se há-de desenvolver e tal..." (António Costa, «Quadratura do Círculo»);
  • "A Europa não está a ser séria. Andam todos a fazer cada qual o seu joguinho. Os holandeses são capazes de vender a mãe se lhes pagarem bem. Os suecos julgam-se superiores. Os noruegueses (...), um rapaz que fazia Pilates comigo foi à Noruega, deixou lá o curriculum e já o chamaram. (...) O Sarkozy-Cosifantuti... é mau para os países terem líderes ridículos..." (Raul Rosado Fernandes). [Silêncio] "Deixe-me fazer-lhe uma última pergunta..." (Ana Lourenço). (...) "Eu conheci a Tatcher..." (RRF). "Um bom Natal!" (AL).
  • "Aos 40 percebi que era imortal..." (Diogo Infante);
  • [Um homem que se] "passeia pelos salões dos poderosos, come pastéis de bacalhau na leitaria da esquina, frequenta seminários académicos, bebe um refresco em locais imagináveis e trata por tu grandes e pequenos..." (António Barreto sobre Gonçalo Ribeiro Telles);
  • "Já é uma tradição nas cimeiras dos países mais ricos do mundo." (Luís Delgado, sobre a presença de estrangeiros na manifestação da Assembleia da República);
  • "Portugal não é monótono." (António Barreto);
  • "Cavaco Silva devia condecorar Teixeira dos Santos." (Miguel de Sousa Tavares);
  • "Se não houver nem um protesto, parecemos parvos." (Francisco van Zeller);
  • "Devíamos ir buscar dinheiro às empresas de utilidades." (Luís Delgado);
  • "Uma das coisas que aprendi [riso abafado] em Washington foi que na vida pública ou se está sentado à mesa ou se faz parte do menu. Eu próprio tive essa experiência recentemente em que fui incluído num cardápio qualquer. Quem é que é aqui o menu?" (Mário Crespo sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão). "Mário, a sua linguagem é muito críptica." (Ângelo Correia);
  • "Manifestamente, eventualmente, esse é um problema que vamos ter que resolver." (Mário Crespo);
  • "A Santa Casa da Misericórdia precisa de um gestor. Mandem o Dr. Santana Lopes para a OCDE." (Henrique Neto);
  • "Depois de um confronto destes [pausa], como é que os senhores pessoalmente ficam um com o outro? Ficam zangados?" (Mário Crespo, no fim de um frente-a-frente entre Alfredo Barroso e Teresa Caeiro);
  • "Algo me diz que isto não vai ser tão mau como parece." (Medina Carreira);
  • "Não posso fazer comentários, não tenho elementos." (inédito  de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão);
  • "Vou contar um episódio do dia de hoje. Fui à mercearia, gastei vinte e tal euros. Ao meu lado estava uma senhora muito bem parecida que me atraiu. Era brasileira e comprou três pães. Porque é que esta senhora há-de acreditar em Deus?" (Mário Crespo);
  • "Vou-lhe fazer uma pergunta daqui a cinco minutos - Deus existe?" (Mário Crespo, antes de prosseguir a emissão com uma peça sobre o rating da Grécia);
  • "O meu minuto vai ser um minuto rápido." (João Semedo, deputado do BE);
  • "Sondagens - mantém-se o empate técnico, mas o PS aproximou-se do PSD nas últimas horas." (Mário Crespo);
  • "Há uma grande imprecisão, visto que tanto um está à frente como depois está o outro, mas isto vai andando." (Mário Soares, sobre os resultados das sondagens);
  • "Eu não disse que não seria primeiro-ministro com o FMI, disse que não estava disponível para governar com o FMI. É completamente diferente." (José Sócrates);
  • "Para que tudo corresse bem, foram precisos muitos, muitos preservativos." (João Adelino Faria, referindo-se aos preparativos do casamento real britânico);
  • "Projetar categorias morais no fenómeno político dá mau resultado." (Francisco Assis);
  • "Crescimento económico e poupança. São as duas coisas que é necessário para o crescimento económico." (Daniel Oliveira);
  • "Estamos todos histéricos." (Luís Delgado);
  • "O VW Golf é um bem essencial? (peça da RTP, questionando a razoabilidade do desagravamento do IVA do golfe anunciado pelo governo);
  • "Não, não. Não estou interessado em lugares. Estou num processo de pensamento." (Santa Lopes);
  • [É justo o aumento do salário mínimo] "porque a Malta já nos passou à frente." (representante da CGTP à TVI);
  • "É bom que os portugueses saibam que, na Lua, têm um espaço familiar, que é a cratera Vasco da Gama." (Pacheco Pereira, «Ponto Contraponto»);
  • "Cavaco Silva não quis falar sobre o FMI, alegando que era domingo e estava a caminho das queijadas de Sintra." (abertura do noticiário da SIC).

(c) Zélia Pinheiro, in Corta-Fitas

A emigração

     José Cesário, secretário de estado das Comunidades, estima que, durante o ano de 2011, 100 a 120 mil portugueses tenham emigrado, maioritariamente em resultado da degradação da situação económica do país.

     Em 1670, o Padre António Vieira, num sermão pregado na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, afirmou o seguinte sobre esta temática da emigração: «Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.»

     Passam os séculos, mas as circunstâncias permanecem. Cabe-nos, como defende Vieira, transformar algo que é motivo de tristeza e desesperança numa oportunidade de alcançar a grandeza.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Fim do mundo: 21 de dezembro de 2012

Calendário Maia
     Passa, daqui a cerca de três horas, na SIC generalista, o filme 2012, baseado numa profecia maia que anuncia que o fim do mundo ocorrerá no dia 21 de dezembro do ano que hoje se iniciou. A este propósito, transcrevemos um artigo do Dr. Carlos Oliveira, doutorando em Educação Científica, com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, produzido em 2007 e que pode ser encontrado no sítio http://www.cienciahoje.pt.

     «As profecias de fim de mundo têm sempre um atrativo especial. Bastante atrativas são também as histórias sobre conhecimentos ocultos detidos por civilizações antigas. Vem isto a propósito do documentário feito pelo History Channel sobre a Profecia Maia,e que se encontra já à venda para o público (assim como vários livros sobre o mesmo assunto). O documentário pareceu-me bastante interessante e apelativo.»

     Basicamente a ideia é que os Maias, que tinham um calendário mais preciso, mais complexo e muito mais holístico que o nosso, previram vários acontecimentos que entretanto se passaram, como a chegada do homem branco - Hernan Cortez - a 8 de novembro de 1519. Este calendário Maia prevê que algo de muito grave se passará no solstício de inverno, 21 de dezembro, de 2012. Tão grave será o acontecimento, que o mundo tal como o conhecemos desaparecerá. Isto não quer dizer que o mundo acabará, quer simplesmente dizer que um grande acontecimento transformará o mundo.

     Ora, sabe-se atualmente que nesta data, durante o solstício, a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, Via Láctea. Sabe-se que no centro da Galáxia existe um buraco negro supermassivo. Baseados em Einstein e em alguma informação astronómica, há quem diga que o alinhamento com este buraco negro supermassivo levará a uma mudança do campo magnético terrestre, que acontece periodicamente. Isto levará a tsunamis, vulcões, terramotos, etc.
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Outras Profecias

     Curioso no documentário foi eles relacionarem com outras profecias. Por exemplo, o muito antigo I Ching é um livro Chinês sobre conceções do mundo e filosofias de vida, que contém algumas previsões se utilizarmos a teoria “Time Wave Zero”. Usando esta técnica vê-se que o livro chinês prevê que o mundo irá acabar a 21 de dezembro de 2012.

     Ligaram também a Merlin, o mágico da corte do Rei Artur. Pelos vistos, estes profetas medievais (existiam vários Merlin) previram Napoleão, Hitler, o nome da primeira colónia na América, etc. Previram também que neste século irá haver um ataque nuclear terrorista no Reino Unido que matará centenas de milhares de pessoas, que o aquecimento global será demasiado evidente e que... irá haver uma mudança do campo magnético terrestre que levará a um desastre global.

     Outra pessoa mencionada foi Sibyl, uma profeta/oráculo em Roma - tal como a de Delphi na Grécia. Ela também previu corretamente vários acontecimentos, entre os quais o fim do mundo para mais ou menos a mesma data que os anteriores.

    Discutiram também um projeto chamado de webbot que faz previsões a partir daquilo que vai aparecendo pela web. Supostamente previram os acontecimentos de 11 de setembro em junho de 2001. Este projeto prevê um acontecimento global para 2012.

     Tudo isto dá que pensar que são muitas previsões coincidentes, sendo a Maia a mais relevante.


Análise Crítica
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     O documentário fala de outros “profetas”: "Mother Shipton", Bíblia, Nativos Americanos, e muitos outros.... em que todos eles preveem o fim do mundo. Mas isto é normal. Toda a gente prevê más notícias - é este tipo de notícias que vende - o medo vende. Nenhum destes outros casos previu o final do mundo para 2012, mas o documentário tentou pôr tudo no mesmo saco, enganando os espetadores. Estranho é que não tenham referido a previsão feita pelos criadores da série Ficheiros Secretos que, no episódio “A Verdade”, apontaram para 22 de dezembro de 2012 como o dia da invasão dos extraterrestres!
     Podem ver críticas ao documentário aqui:
          http://skeptico.blogs.com/skeptico/2006/08/2012_mayan_prop.html
          http://alignment2012.com/historychannel.html
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Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
     Em termos das previsões "acertadas", lembremo-nos que as previsões são sempre bastante vagas e muitas interpretações cabem lá dentro; cabendo sempre as interpretações que nós queremos dar... após os acontecimentos. Por outro lado, a estatística explica bastante bem as previsões que até possam ter sido específicas e acertaram. Todos os dias no mundo há imensas previsões feitas e, estatisticamente falando, algumas têm que ser acertadas! Dar relevância às que pensamos ser certas, não percebendo que existem muitas mais que são erradas, é um erro muito comum em estatística.
     Em termos históricos, basta lermos alguns livros para percebemos que em todas as eras existiram pessoas a prever que o fim estava perto. Sempre foi assim e sempre será, porque isso é que fará do nosso tempo o mais importante para viver. É uma mentalidade temporalcêntrica. E é bom relembrar que todas essas pessoas, sem exceção, estavam enganadas.
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Geocentrismo Temporal
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     Em termos astronómicos, somos um simples ponto num universo gigantesco. Imaginar que temos qualquer relevância em termos espaciais ou temporais é antropocentrismo no seu pior – quando na Ficção Científica lemos ou vemos que extraterrestres vêm à Terra para mudar o curso da nossa história e do resto do universo, temos que ver isto somente como uma forma de entretenimento. É um Geocentrismo temporal – continuamos a pensar que somos especiais no Universo, neste caso em termos de tempo. O mesmo se passa nestas previsões.
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     É interessante ver que as previsões são só sobre o que se passa numa parte de um minúsculo ponto do espaço – Terra; na Ficção Científica, quando se viaja no Tempo, é dado a entender que não viajamos no espaço e as pessoas aparecem no mesmo sítio mas em tempos diferentes. Ambas as situações estão erradas porque se baseiam na premissa que as viagens no espaço estão estagnadas. Mas o que se passa de facto é que a Terra roda em torno de si própria, a Terra viaja pelo espaço ao redor do Sol, o Sol viaja à volta da Via Láctea, a Via Láctea por seu turno também se movimenta em direção a outras galáxias no nosso Grupo Local, o Grupo Local também viaja.... e assim sucessivamente.
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     Nada está parado no espaço. Se eu viajar no tempo 1 dia que seja e esperar não sair deste ponto, então já não me vou encontrar nesta sala, mas sim algures a flutuar no espaço. O tempo e o espaço estão interligados - quem diz que consegue ver o futuro está não só a afirmar isso mesmo, mas está incrivelmente também a dizer que consegue ver os eventos que acontecerão num pontinho irrelevante do espaço que se encontra a muitos milhões de quilómetros de distância (no ponto do espaço onde a Terra estará no futuro).
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     Em 2013 voltarei a este assunto.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=21960&op=all

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Portagens das ex-SCUT: consulta on-line dos pagamentos em dívida


     Todos os condutores que frequentam as ex-SCUT e não possuem o Dispositivo Eletrónico de Matrícula (DEM) têm de efetuar o pagamento nas estações de correios (CTT). Note-se que a este tipo de pagamento acresce o valor de 0,25 € por viagem, num máximo acumulado de 2 € para «despesas administrativas». Por outro lado, o lançamento da dívida, que terá de ser paga num prazo máximo de cinco duas úteis, acontece somente dois dias após a passagem nos pórticos.

     Quem não dispuser ainda do DEM, pode consultar o valor em dívida no sítio dos CTT (clicar para aceder). Para tal, necessita apenas de introduzir a matrícula do veículo e um código de verificação «captcha», ou seja, a cadeia de carateres apresentada.

     O senão tem a ver com o facto de qualquer pessoa que conheça a matrícula do «nosso» veículo ter acesso aos nossos dados enquanto viajantes, colocando assim em causa a privacidade de cada um.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mais quatro barcos hotel a cruzar o rio Douro até 2014


     «O Douro deverá contar com mais quatro barcos hotel até 2014, a juntar aos oito que já cruzam o rio desde o Porto até Barca de Alva, disse hoje à Agência Lusa o presidente da Turismo do Douro.
     António Martinho referiu que o Douro é cada vez mais procurado por turistas, verificando-se também "um crescimento claro" a nível do cruzeiro fluvial, nomeadamente dos barcos hotel.
     Atualmente cruzam a via navegável do Douro oito barcos hotel. Um número que, segundo António Martinho, deverá crescer para os 12 até 2014.»

Os gregos, o «deficit» e a falência

Escravidão
     Na Grécia Antiga, certo ano os atenienses exigiram dinheiro aos habitantes da ilha de Andros e, jocosamente, disseram-lhes que tinham de pagar porque havia dois deuses poderosos em Atenas que os compeliam a tal: «Por favor» e «É melhor pagar».
     Havia, porém, um senão: os ilhéus eram muito pobres. Assim, responderam que a sua ilha era tão miserável que os únicos deuses que possuíam eram dois que se recusavam a partir: «Falido» e «Lamento muito».
     Por outros palavras, quando não há com que pagar, todas as ameaçasse se revelam inúteis.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Obras de Almeida Garrett

Poesia
    "Hino Patriótico" (1820 - poema)
    "Ao Corpo Académico" (1821 - poema)
    "O Retrato de Vénus" (1821 - poema)
    Lírica de João Mínimo (1829)
    Romanceiro (1843 - volume I)
    Flores sem Fruto (1845)
    Folhas Caídas (1853)
    Lírica I (1853)

Narrativa
    Adozinda (1828)
    Viagens na Minha Terra, publicada em folhetins em 1843 e editada na íntegra em 1846
     Arco de Sant'Ana (1845 - volume I; 1850 - volume II)

Teatro
    Lucrécia (1819)
    Mérope (1820)
    Catão (1821)
    Camões (1825)
    D. Branca (1826)
    Um Auto de Gil Vicente (1838)
    Dona Filipa de Vilhena (1840)
    O Alfageme de Santarém (1842)
    Frei Luís de Sousa (representado pela primeira vez em 1843 e publicado em 1844)
    Tio Simplício (1846)
    Falar Verdade a Mentir (1846)
    A Sobrinha do Marquês (1848)

Discursos
    "Oração fúnebre de Manuel Fernandes Tomás" (1823)
    "Elogio fúnebre de Carlos Infante de Larcerda, Barão de Sabroso" (1830)
    "Da Formação da Segunda Câmara das Cortes" (1837)
    "Na Discussão da Lei da Décima" (1841)

Mensagem do Coveiro aos Tontos

     Ler em .

Biografia de Almeida Garrett



1799          A 4 de fevereiro, no seio de uma família burguesa, nasce no Porto, mais precisamente na rua do Calvário, às Virtudes, numa casa ainda hoje assinalada com uma lápide municipal, nos números 37, 39 e 41, João Baptista da Silva Leitão, nome a que, mais tarde, acrescentará os apelidos Almeida Garrett. De acordo com o seu biógrafo, Gomes de Amorim, o apelido Baptista foi retirado do nome do seu padrinho, em sua homenagem, enquanto que Almeida era apelido da avó materna e Garrett da sua avó materna, de ascendência irlandesa.
 
Infância   O período da infância, vivido até aos 10 anos em Vila Nova de Gaia, entre a Quinta do Castelo e a Quinta do Sardão (ambas pertencentes à sua família), foi decisivo no futuro do escritor e na construção do sentimento poético de Garrett, alimentado pelas tradições populares reveladas nas histórias e cantilenas/modinhas populares contadas e cantadas pelas duas velhas criadas da família com quem conviveu: a velha Brígida (lembrada pelas suas “histórias da carochinha” em Viagens na Minha terra) e a mulata Rosa de Lima (surge no prefácio de Adozinda como recitadora de “maravilhas e encantamentos, de lindas princesas, de galantes e esforçados cavaleiros”). Estas recordações infantis despertarão nele o gosto pelas tradições nacionais que o levaram desde muito novo a compilar os textos que, posteriormente, usou na elaboração do Romanceiro e incluiu nalgumas peças de teatro.
 
1809          Em consequência das Invasões Francesas, nomeadamente da segunda, comandada por Soult, que entrou em Portugal por Chaves e se dirigiu, de seguida, para o Porto, cidade que ocupou, a família viu-se obrigada a fugir, primeiro para Lisboa e, depois, para os Açores, dado que o seu pai, António Bernardo da Silva, um funcionário superior da Alfândega do Porto, tinha nascido na ilha do Faial, o que explica o facto de a família se ter refugiado na Terceira, ilha onde passou a sua adolescência, onde estudou Latim e Grego, literatura clássica e filosofia, sob a orientação dos tios D. Frei Alexandre da Sagrada Família (anterior bispo de Malaca e de Angra e bispo eleito do Congo e de Angola) e João Carlos Leitão. Sob a influência dos tios e o desejo dos pais, Garrett pensa abraçar a carreira eclesiástica, mas rapidamente desiste da ideia por falta de vocação para o sacerdócio.
Ainda nas ilhas, começa a escrever, sob o pseudónimo de Josino Duriense. Por outro lado, o contacto com a cultura humanística clássica, nos Açores, através da leitura e do estudo dos grandes tragediógrafos gregos e latinos, revelou e desenvolveu nele o gosto pelo teatro, exemplificado pela escrita da tragédia Xerxes.
 
1816       De regresso ao continente, matricula-se no curso de Direito na Universidade de Coimbra, cidade onde funda uma sociedade maçónica com Manuel da Silva Passos e José Maria Grande. Em Coimbra, funda também um teatro académico e faz representar o seu drama Xerxes (que se perdeu) e a tragédia Lucrécia. Na mesma época, inicia a escrita de duas tragédias, Afonso de Albuquerque e Sofonista, que deixa incompleta.
 
1818         Em 1818, passou a usar os apelidos Almeida Garrett, à semelhança de toda a sua família. A introdução desses dois apelidos reflete o esteticismo e o elitismo social de Garrett.
 
1820         Concluída a licenciatura em Direito, parte para Lisboa, onde participa na revolução liberal, determinada pelos ideais de liberdade proclamados pela Revolução Francesa, que marcam para sempre o percurso cívico e político de Garrett. Enquanto dirigente estudantil e orador, defende o vintismo, escrevendo inclusive um Hino Patriótico recitado no Teatro de S. João.
 
1821          Estreia a tragédia Catão, acontecimento literário que lhe possibilita a entrada na vida pública e o conhecimento de Luísa Midosi, prima de seus primos Luís Francisco e Paulo Midosi. Neste mesmo ano, após a publicação do seu poema Retrato de Vénus, é acusado nas páginas da “Gazeta Universal”, pelo padre José Agostinho de Macedo, de ser “materialista, ateu e imoral”.
                 Funda a Sociedade dos Jardineiros. Após nova viagem aos Açores, provavelmente por razões relacionadas com a sua ligação à Maçonaria, estabelece-se em Lisboa, continuando aí a publicar textos repletos de fervor patriótico.
                   Conclui a sua licenciatura.
 
1822          É ilibado da acusação de materialismo, ateísmo e abuso de liberdade de imprensa, resultante da publicação do poema O Retrato de Vénus e das respostas que deu em sua defesa no periódico “Português Constitucional Regenerado”.
                 Funda, com o amigo Luís Francisco Midosi, um jornal dedicado às senhoras portuguesas: “O Toucador”.
            Em 11 de novembro, casa-se com Luísa Midosi, após ter assumido o lugar de chefe de repartição da instrução pública.
 
1823     Na sequência da Vilafrancada, o golpe militar chefiado por D. Miguel que teve como consequência o restabelecimento do Absolutismo, e a instabilidade política que se lhe segue, Garrett é obrigado a abandonar o seu cargo na Secretaria dos Negócios do reino, é preso na Cadeia do Limoeiro, em Lisboa, e a exilar-se por duas vezes: em Inglaterra, de 1823 a 1824, e em França, de 1824 a 1826, onde contactou com a nova estética – o Romantismo. O exílio acabou por ser decisivo para a sua vida política e para a notoriedade literária, visto que lhe permitiu a integração nos círculos de emigrados liberais e o contacto com o Romantismo europeu, que importaria para Portugal, tornando-se na sua figura central, juntamente com Alexandre Herculano.
                   Garrett e a família vivem com muitas dificuldades durante o exílio, dado que o poeta apenas consegue emprego num banco como correspondente comercial.
 
1825           É publicado, em Paris, o poema Camões.
 
1826       É publicado, em Paris, o poema D. Branca, que, juntamente com Camões, são obras de temática nacionalista, consideradas marcos fundadores do Romantismo português e cuja escrita é influenciada pelas leituras das obras de Shakespeare, Byron e Walter Scott durante o primeiro exílio inglês.
             Após a morte de D. Afonso VI, Almeida Garrett é amnistiado e regressa à pátria, após a Outorga da Carta Constitucional e da abdicação de D. Pedro IV em favor da sua filha D. Maria da Glória. Em Lisboa, funda com Paulo Midosi o jornal “O Português” e escreve em “O Cronista”.
 
1927         Garrett e os dois irmãos Midosi são presos devido aos seus artigos em defesa do Liberalismo.
 
1828        O regresso de D. Miguel a Portugal força Garrett a novo exílio em Inglaterra, que se prolonga até finais de 1831. Desta vez, tem como emprego o cargo de secretário particular do Duque de Palmela, também exilado em Inglaterra, e fixa-se em Plymouth. Em Londres, publica Adozinda e Bernal Francês (texto mais tarde inserido no Romanceiro).
 
1829       Publica, ainda em Londres, a Lírica de João Mínimo, que reúne poemas escritos desde a juventude. Redige o jornal “O Chaveco Liberal” e inicia a escrita de Da Educação, que visa a instrução da nova rainha D. Maria II para o cargo que ocupa.
 
1831         Escreve nas páginas de “O Precursor”. Segue, em dezembro, para França (onde prepara, com outros exilados, a expedição que visa o fim do Absolutismo) e, posteriormente, para os Açores, em 1832.
 
1832    Regressa a Portugal, desembarcando primeiro nos Açores, integrando com Alexandre Herculano, como voluntários, o exército liberal de D. Pedro e participando ativamente no desembarque do Mindelo (em julho) e no cerco e libertação do Porto, em julho de 1832.
                Inicia a escrita do seu primeiro romance – O Arco de Sant’Ana –, que se teria baseado num antigo manuscrito encontrado no Convento dos Grilos, onde os expedicionários se aquartelam, e cujo primeiro volume só é publicado em 1845.
 
1834     Parte para a cidade de Bruxelas, na Bélgica, para assumir o cargo de Cônsul-Geral e Encarregado de Negócios de Portugal. Nessa urbe, entra em contacto com as obras dos grandes escritores românticos alemães, como Goëthe e Schiller.
 
1836         Regressa a Portugal, separa-se de Luísa Midosi e passa a viver com Adelaide Pastor Deville, com quem terá uma filha. Em simultâneo, afirma-se como um claro opositor ao regime, ao lado de Passos Manuel, velho amigo dos tempos de Coimbra. Após a Revolução de Setembro, forma-se novo governo de esquerda liberal, tendo Garrett sido eleito deputado às cortes constituintes e nomeado por Passos Manuel Presidente do Conservatório de Arte e incumbido de reformar o teatro nacional. O projeto para a renovação da Arte em Portugal é descrito no prefácio de Um Auto de Gil Vicente (1838), um dos primeiros contributos de Garrett para a criação de um repertório teatral português.
 
1837         É nomeado Inspetor-Geral dos Teatros, o que lhe permite fundar o Teatro Nacional D. Maria II e o Conservatório Nacional, a primeira escola portuguesa de atores.
 
1838          A sua ação em prol da dinamização do teatro português prossegue com a publicação de Um Auto de Gil Vicente (1838), Dona Filipa de Vilhena (1840) e O Alfageme de Santarém (1842), procurando, assim, dinamizar o quase inexistente repertório dramático nacional.
 
1841        O ministro António José de Ávila propõe a dissolução do Conservatório. O deputado Almeida Garrett responde-lhe diretamente e, no dia seguinte, é demitido de todos os seus cargos. Falece Adelaide Pastor, deixando órfã a filha de ambos.
 
1843         Desencantado com a evolução da causa liberal durante o governo cabralista, Garrett afasta-se dos cargos políticos, mas não abdica do seu patriotismo empenhado, como se pode comprovar em Viagens na Minha Terra, obra escrita neste ano que denuncia o materialismo excessivo que conduz à degradação física e moral do país e cuja primeira parte é publicada em folhetins na “Revista Universal Lisbonense” (a edição só fica concluída em 1846). As Viagens são inspiradas por um passeio pelo Ribatejo a convite de Passos Manuel, então na oposição ao governo de Costa Cabral. Ainda neste ano, é publicado o primeiro volume do Romanceiro e feita a primeira representação de Frei Luís de Sousa, com Garrett a desempenhar o papel de Telmo Pais, no teatro da Quinta do Pinheiro.
 
1844          É publicado Frei Luís de Sousa, três anos após a morte de Adelaide Pastor Deville, quando o escritor conhece Rosa de Montufar Barreiros, Viscondessa da Luz, por quem se apaixona e a quem dirige cartas de intensa paixão e que lhe inspira a escrita dos poemas de Folhas Caídas.
 
1845        Publica o romance O Arco de Sant’Ana, iniciado em 1832, durante o cerco do Porto, mas cujo primeiro volume só sai em 1845, e Flores sem Fruto.
 
1846      Nos tempos do Cabralismo e seguintes, afastado da vida política, passa a frequentar a sociedade elegante e escreve as peças Tio Simplício, Falar Verdade a Mentir, Um Noivado no Dafundo.
 
1848       É representada a peça A Sobrinha do Marquês no Teatro D. Maria II e logo a seguir publicada.
 
1851          Com a Regeneração, Almeida Garrett retoma a vida política, tendo sido nomeado, em julho, Ministro dos Negócios Estrangeiros, após a nomeação de Visconde e Par do Reino.
                   O governo francês concede-lhe o título de Grande Oficial da Legião de Honra.
                   São publicados os volumes II e II do Romanceiro.
 
1852          É novamente eleito deputado. Escreve e lê, na Câmara, o “Discurso de Resposta ao Discurso da Coroa”.
 
1853       Publica Folhas Caídas, uma coletânea de poemas marcados por um subjetivismo de cariz confessional em cuja génese está a paixão avassaladora e adúltera por Rosa de Montufar.
                Com a Regeneração, regressa à administração do Teatro Nacional, mas demite-se a pedido dos atores e autores.
                 Já muito doente, começa a escrever Helena, a obra que seria o seu terceiro romance. Apesar de o seu estado de saúde se agravar de dia para dia, ainda apresenta o “Relatório e Bases para a Reforma Administrativa”.
 
1854           Profere, na Câmara dos Pares, a resposta ao Discurso da Coroa de 1854.
                  Falece a 9 de dezembro, aos cinquenta e cincos anos, vitimado por um cancro hepático, após uma vida política e cívica intensa: estudante revolucionário em Coimbra (1820), jornalista interventivo perseguido pelas suas ideias liberais (1822-1823), preso e exilado político por diversas vezes (1823-1827 e 1828-1832), soldado da causa liberal, “bravo do Mindelo” que combateu no cerco do Porto, secretário da missão diplomática em Madrid, Paris e Londres, em prol da causa liberal, colaborador ativo de várias tarefas a nível governativo, cônsul geral na Bélgica (1834-1836), resistente político durante a ditadura do governo de Costa Cabral (1842-1846 e 1849-1851), Par do Reino (1851) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1852), durante a Regeneração. É sepultado no Cemitério dos Prazeres. Os seus restos mortais são depositados no Mosteiro dos Jerónimos em 1903 e trasladados para Santa Engrácia em 1966, aquando da inauguração do monumento como Panteão Nacional.
 
Fontes:
     * História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes;
     * Coleção Resumos;
     * Dicionário da Literatura, de Jacinto do Prado Coelho;
     * Leituras - Revista da Biblioteca Nacional (n.º 4, primavera de 1999).
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