Sinteticamente, a descrição que o narrador nos fornece desta personagem é a seguinte:
- filha de Manuel Monforte, natural dos Açores;
- loura;
- "testa curta e clássica";
- olhos maravilhosos;
- "perfil grave de estátua";
- vista por Pedro "como alguma coisa de imoral e superior à Terra";
- "um ideal da Renascença";
- vive rodeada de luxo;
- lê novelas (românticas);
- é conhecida em Lisboa pela alcunha pejorativa de «a negreira», alcunha ligada a seu pai e à forma como fizera fortuna, enquanto comandante de um navio de transporte de escravps;
- a sua extrema beleza deslumbra Lisboa;
- misteriosa;
- apresenta traços de transgressão: "toilettes excessivas e teatrais".
Após a lua-de-mel, em Itália e Paris, de regresso a Arroios, Maria exige que Pedro escreva a Afonso. Quando este a rejeitou, ela apressou ao casamento e a partida para Itália como forma de vingança e de lhe demonstrar que valia mais o seu poder de sedução do que as tradições familiares e o grau de parentesco. No entanto, com o regresso a Lisboa deseja a reconciliação para se poder mostrar à sociedade da capital «pelo braço desse sogro tão nobre e tão ornamental». Perante a recusa de Afonso, Maria injuria-o, chamando-lhe «D. Fuas» e «Barbatanas».
Depois do nascimento da filha, recusa-se a amamentá-la, embora a adore e acarinhe em êxtase de idolatria. Relativamente ao marido, detém grande poder sobre ele e usa-o astutamente, como o demonstra o episódio da tentativa de reconciliação. Note-se a este propósito o facto de o narrador omitir o nome da criança, para que não seja explícito antes do momento indicado que Carlos e Maria Eduarda são irmãos. Sobre ela ficamos apenas a saber que se trata de «uma linda bebé, muito gorda, loura e cor-de-rosa, com os belos olhos negros dos Maias».
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
- a excitação e noite mal dormida perante a ideia de ter «um príncipe entusiasta, conspirador, condenado à morte, ferido agora, por cima do seu quarto»;
- os ciúmes que sente perante as idas constantes da arlesiana ao quarto de Tancredo;
- a pergunta a Pedro se «era necessária (...) constantemente a sua própria criada no quarto de Sua Alteza!»;
- a sua palidez e a sua cólera quando Pedro lhe responde que Tancredo achava «picante» a arlesiana;
- o choro da arlesiana após uma conversa com Maria;
- os suspiros sem razão (pág. 43).
A partir de determinado momento, Maria muda radicalmente o seu comportamento e a sua postura:
- troca o vestuário luxuoso por um vestuário negro;
- suspende as soirées mundanas por outras singelas onde faz crochet, estuda música clássica e fala de política com sisudez, apenas com alguns íntimos;
- é adepta da Regeneração;
- organiza uma associação de caridade, a Obra Pia dos Cobertores;
- visita os pobres;
- torna-se devota;
- a «deusa» transforma-se em terna Madona e vai adiando para o inverno a visita de reconciliação com Afonso.
No capítulo III, temos notícia da sua presença em Paris sob o nome de Madame de l'Estorade, porque aí viera habitar com Mr. de l'Estorade, «um jogador, um espadachim, que a explorou e depois abandonou. «Pobre, formosa, doida, excessiva», nas palavras do narrador, sobrevive como uma prostituta: «... está com quem lhe paga.». Antes de Paris, tinha vivido na Áustria com Tancredo e com o pai durante três anos. Depois, fora para o Mónaco, onde Tancredo acabou morto em duelo. Entretanto faleceu também o papá Monforte, arruinado pelo luxo da filha, pelas viagens e pelas perdas do napolitano no jogo. Depois destes acontecimentos, deslocara-se para Londres.