A notícia pode ser encontrada aqui [notícia].
quarta-feira, 8 de maio de 2019
Análise do soneto "O palácio da Ventura"
A análise do poema pode ser encontrada no link seguinte: O Palácio da Ventura.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
terça-feira, 30 de abril de 2019
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Um título ilegível
Decorreram já várias semanas desde que detetei esta notícia e ainda não consegui compreender um título.
Será que, se enviar uma mensagem de correio eletrónico para a redação do jornal, alguém me esclarecerá?
Superlativo absoluto sintético de "simpático"
«Simpatiquíssimo» ou «simpaticíssimo»?
Bom, a primeira forma surgiu por via popular, enquanto a segunda chegou até nós por via erudita, derivada do latim «simpathicu-».
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Os mitos sobre o ensino na Finlândia
«Alguns colegas e alunos estiveram na Finlândia num daqueles programas de intercâmbio (também recebemos professores e alunos de outros países). Hoje estive a conversar com colegas sobre a experiência. Pelos vistos os nossos alunos só diziam, 'meus ricos professores' e vieram de lá mal impressionados. E porquê? Bem, as turmas têm nove alunos, o que é um pouco a menos... difícil criar uma dinâmica com tão poucos alunos.
Depois, os alunos estão espalhados em mesas, em silêncio, agarrados ao telemóvel. Estão no twitter, no instagram, recebem e enviam mensagens, estão com os pés em cima das mesas... não há uma dinâmica de turma, não há interacções... há um silêncio passivo.»
O testemunho, bem diverso da versão paradisíaca com que costumamos ser confrontados, porde ser encontrado aqui [ip].
quarta-feira, 24 de abril de 2019
segunda-feira, 22 de abril de 2019
O cómico de situação na 'Farsa de Inês Pereira'
Cómico:
os objetivos do cómico são provocar o riso, através do qual se castigam os
vícios («ridendo castigat mores») e expor o contraste entre personagens e
situações – exs.: Pêro Marques vs. Escudeiro; Lianor Vaz vs. Judeus
casamenteiros.
Cómico de situação:
*
Pêro Marques senta-se na cadeira ao contrário e de costas para a Mãe e Inês;
*
a fala dos Judeus, que, na sua sofreguidão e calculismo materialista para
casarem Inês com Brás da Mata, se interrompem, repetem e atropelam
constantemente;
*
o episódio final, em que Pêro Marques, descalço, transporta Inês e duas lousas
às costas e, porque o caminho é longo e a viagem monótona, canta, a pedido de
Inês, uma cantiga que o apelida de «marido cuco».
sexta-feira, 19 de abril de 2019
'Rimas' de Camões
Nela concluem três correntes
líricas: a da poesia
peninsular, constituída por vilancetes, cantigas, esparsas, endechas,
cartas, trovas e outras composições extensas, todos eles em redondilha; a corrente italiana, concretizada em sonetos,
canções, composições em oitava-rima e sextinas, todos poemas da medida nova ou
decassílabos; a corrente greco-latina,
composta por éclogas e elegias. Há ainda as sátiras e as cartas moldadas em
metro tradicional.
Em vida de camões, foram publicados
apenas uma ode a apresentar Garcia de Orta em Colóquios dos Simples e Drogas (1563), o soneto “Vós, ninfas da gangética espessura”, a
elegia “Depois que Magalhães teve tecida”,
ambos dedicados a D. Leonis Pereira, insertos no livro de Magalhães Gândavo: História da Província de Santa Cruz
(1576). Segundo o humanista Diogo de Couto, encontrou Camões em Moçambique “vivendo
de amigos” e trabalhando em duas obras: Os
Lusíadas e Parnaso, “livro de muita
doutrina e filosofia” que lhe foi roubado. Este roubo deu lugar à incorporação
de poesias em Rimas que certamente
não lhe pertencem.
A primeira edição de Rimas foi publicada em 1595 por F.
Rodrigues Lobo Soropita.
A lírica de Camões engloba dois
estilos: o engenhoso, na esteira do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende,
presente na maioria das redondilhas e nalguns sonetos, que se caracteriza pela
coisificação das palavras e das realidades sensíveis e manifesta subtiliza e imaginação;
e o clássico, em que as palavras
pretendem captar uma realidade externa ou interna, com existência independente
das mesmas.
A temática das Rimas é variada, mas pode estruturar-se em 3 grupos: o galanteio
amoroso, mais ou menos circunstancial, os temas psicológicos quase sempre
analisando a paixão amorosa e os temas filosóficos, como a desarmonia entre o
Merecimento e o Destino, o direito à felicidade e a impossibilidade de a
alcançar, a justiça aparente e a justiça transcendente.
https://www.infopedia.pt/$rimas
(texto adaptado)
quinta-feira, 18 de abril de 2019
Temas da poesia de Camões
Representação da amada
|
|
.
Mulher
inacessível, misteriosa, quase divina, de beleza inefável, a quem o sujeito
poético presta vassalagem e adoração e que se relaciona com o amor espiritual
(cf. ideal de beleza petrarquista).
Ex.:
“Ondados fios de ouro reluzente”, “Um mover d’olhos brando e piadoso”
. Mulher terrena, por quem o sujeito
poético se sente atraído e fascinado.
Ex.:
“Aquela cativa”, “Minina dos olhos verdes”.
|
|
|
|
Experiência amorosa e reflexão sobre
o amor
|
|
.
Amor
espiritualizado, sereno, racionalmente intelectualizado, de influência
petrarquista.
Ex.:
“Ondados fios de ouro reluzente”
. Amor experienciado, vivido.
Ex.:
“Aquela cativa”, “Pastora da serra”
. Amor conturbado, dividido entre o
anseio espiritual e o desejo, e marcado pela culpa, pela saudade e pela
insatisfação.
Ex.:
“Alma minha gentil, que te partiste”, “Tanto de meu estado me acho incerto”, “Amor
é um fogo que arde sem se ver”.
|
|
|
|
Natureza
|
|
. Cenário associado ao locus amoenus clássico (paisagem
idealizada, tranquila/serena e bucólica ou pastoril).
Ex.: “A fermosura desta fresca
serra”, “Alegres campos, verdes arvoredos”.
. Personificação da natureza,
encarada com confidente do sujeito poético.
Ex.: “Verdes são os campos”, “Alegres
campos, verdes arvoredos”.
|
|
|
|
Desconcerto
|
|
. Desconcerto social:
- distribuição arbitrária dos prémios
e castigos;
- sobreposição da cobiça e da vileza
aos valores morais;
- necessidade de submissão à desordem
/ irracionalidade da vida.
Ex.:
“Os bons vi sempre passar”, “Correm turvas as águas deste rio”, “Verdade,
Amor, Razão, Merecimento”.
. Desconcerto individual e
subjetivo: sujeição à Fortuna (cf. Reflexão sobre a vida pessoal).
|
|
|
|
Mudança
|
|
. Oposição entre o tempo / a
mudança da / na natureza e o tempo / mudança do / no ser humano: a mudança
cíclica vs. a mudança irreversível.
Ex.:
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
. Oposição entre o bem
passado e o mal presente.
Ex.: “Sôbolos
rios que vão”.
|
|
|
|
Reflexão sobre a vida pessoal
|
|
. Reflexão sobre a situação
atual e sobre as causas que lhe deram origem (os “erros”, a “Fortuna” e o “amor
ardente”).
Ex.:
“Erros meus, má fortuna, amor ardente”, “O dia em que eu nasci, moura e
pereça”, “Eu cantei já, e agora vou chorando”.
|
quarta-feira, 17 de abril de 2019
Soneto
O
soneto é uma composição poética
característica do chamado dolce stil
nuovo, uma tendência que surge como reação à poesia trovadoresca na Itália.
Em
Portugal, foi divulgado por Sá de
Miranda, após a sua viagem a Itália (1521-1526), e cultivado desde o século
XVI até à atualidade.
O
soneto é um poema constituído por duas quadras e dois tercetos, em versos
decassilábicos. O esquema rimático das quadras tende a ser fixo (abba), ao contrário do que acontece nos
tercetos, em que a rima pode apresentar esquemas rimáticos variados (cdc dcd, ccd eed, cd cede, cde cde).
Quando o último terceto apresenta a informação mais relevante do poema, diz-se
que o soneto termina com chave de ouro.
Pela
sua constituição e disposição, o soneto favorece um discurso em tese e
antítese, seguidas de conclusão e desfecho sentencioso.
Para
além deste tipo de soneto, conhecido por soneto
italiano, existe igualmente o chamado soneto
inglês, constituído por catorze versos divididos em três quadras e um
dístico final.
O
poeta Vasco Graça Moura (1942-2014) compôs um soneto que tem como tema a própria
noção de soneto, pondo em evidência algumas das suas características:
.
o número total
de versos;
. os versos decassilábicos;
. as quadras com esquema rimático abba;
. o modelo suscetível de inovação
(vv. 5-8);
. o modelo com duas variedades
possíveis: a inglesa (“isabelino”) e a italiana (“continental”);
. o último terceto com a função de
chave de ouro,
soneto do soneto
catorze versos tem
este soneto
de dez sílabas cada,
na contagem
métrica portuguesa;
de passagem,
o esquema abba dá esqueleto
aos versos do começo:
a engrenagem
podia ser abab, mas meto
aqui baab: destarte, preto
no branco,
instabilizo a sua imagem.
teria, isabelino, uma
terceira
quadra cddc e ee final,
em vez de dois
tercetos, com quilate
sempre de ouro no fim.
de tal maneira
porém o engendrei
continental,
que em duplo cde tem seu remate.
Vasco Graça Moura, Poesia 2001/2005
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)