domingo, 7 de maio de 2023
Polo aquático feminino é tetracampeão!
quarta-feira, 3 de maio de 2023
Análise do poema "Epigrama N.º 2", de Cecília Meireles
Por
outro lado, a felicidade constitui a razão de ser do tempo, a qual, por ser tão
“precária e veloz”, “obrigou” o ser humano a medir o tempo e a inventar as
horas, para que esses momentos fossem medidos e valorizados: “Foste tu que
ensinaste aos homens que havia tempo, / e, para te medir, se inventaram as
horas.”
Na
segunda estrofe, o sujeito poético designa a felicidade como “coisa”, o que
significa que é muito difícil compreender a sua natureza, defini-la. Esta ideia
é frisada quando o «eu» qualifica a felicidade com o adjetivo «estranha»,
sugerindo, assim, que é algo que não se pode explicar (estranha), apenas
sentir. No entanto, apesar de ser um sentimento bom, pode tornar-se muitas
vezes “doloroso”, dado que são tristes as horas subsequentes quando comparadas
aos momentos em que ela se fez sentir.
A
felicidade, tal como o tempo, é transitória, passageira, o que torna a vida do
homem mais triste, uma vez que, após a passagem dos momentos felizes, resta ao
homem uma realidade monótona porque rotineira, pelo que aquele inventou as horas,
porque, desse modo, saberá dar valor ao tempo em que está feliz: “Porque um dia
se vê que as horas todas passam, / e um tempo, despovoado e profundo, persiste.”
O
sujeito poético, no último verso, enfatiza, de forma melancólica, a
transitoriedade da vida, “porque um dia se vê que as horas todas passam”. Como
tudo é passageiro, a felicidade também é transitória e passa, razão pela qual o
«eu» lírico se refere a “um tempo, despovoado e profundo, persiste”.
Esta
tristeza que brota após a passagem da felicidade não é individual; pelo
contrário, é expressa em nome dos homens que sofrem quando a perdem ou passam
por momentos de felicidade, facto que lhe ensina o valor do tempo e da sua
existência, bem como a importância do significado da felicidade, visto que o
sujeito poético é alguém que já experimentou o sabor da felicidade, pelo que
conhece o quão importante é e o que há a esperar dela.
segunda-feira, 1 de maio de 2023
domingo, 30 de abril de 2023
sexta-feira, 28 de abril de 2023
Deduções e inferências
Assim, deduzir
ou inferir é tirar conclusões, a partir do raciocínio que fazemos sobre
os factos e indícios que o texto nos apresenta.
Exemplos:
1. Miquelina, acende a
luz.
Podemos inferir que está escuro.
2. Os
cães são animais bonitos. Tenho um cão chamado Tim.
Podemos inferir que o Tim é
bonito.
Existem
dez tipos de inferências:
Deduções e inferências
Assim, deduzir
ou inferir é tirar conclusões, a partir do raciocínio que fazemos sobre
os factos e indícios que o texto nos apresenta.
Podemos inferir que o Tim é
bonito.
Sentido literal e sentido figurado
Intencionalidade comunicativa
Assim, um texto pode ter diferentes intenções comunicativas, como, por exemplo: narrar, descrever, expor/informar, explicar, persuadir, elogiar, criticar, expressar sentimentos, etc.
Informação
Tema e assunto
Expressões
textuais |
Temas
do texto |
• “Amor é um fogo que arde sem se
ver” • “o sentimento amoroso” • “Como pode o amor…” |
O amor |
• “fresca serra” • “verdes castanheiros” • “o rouco som do mar” |
A natureza |
• “Aquela cativa” • “Eu nunca vi rosa” • “mais formosa” |
A mulher / A beleza da mulher |
•
Assunto: é uma espécie de síntese, mínima, das ideias mais importantes
do texto. Formula-se numa ou duas frases. Ou seja, o assunto é constituído por aquilo
que o texto nos diz.
terça-feira, 25 de abril de 2023
Análise do poema "A porta", de Vinicius de Moraes
O poema, constituído por cinco estrofes de versos heptassílabos / em redondilha maior (o que o associa ao folclore popular brasileiro), coloca-nos face a um objeto inanimado que existe em quase todas as casas do mundo e que faz parte do dia a dia de qualquer um de nós.
De facto, a porta é feita de um
material sem vida e está imóvel, aparentando, à primeira vista, não ter grande
utilidade. No entanto, ela adquire vida pelo uso, pelo seu movimento e dinamismo
(abre e fecha) e pela serventia que tem, além de servir como proteção. De
facto, uma porta é uma passagem que permite a entrada e a saída de pessoas:
está em constante movimento e a própria porta favorece essa movimentação.
Note-se que, atentando no título, o
«eu» poético não se refere a uma qualquer porta, mas a “a porta”, como o
indicia a presença do determinante artigo definido a anteceder o nome. Ela
indica várias passagens, vários caminhos, e escolhe quem ou o que deixa passar:
o menininho, o namorado, a cozinheira e o capitão.
Porém, como se trata de uma porta
muito inteligente (a personificação do objeto estende-se por todo o poema), é
capaz de distinguir o bem do mal, por isso protege a casa, impede que o mal
entre nela: “Eu fecho a frente da casa / Fecho a frente do quartel / Fecho tudo
no mundo”.
O último verso do texto reafirma a
ideia da abertura da porta para o bem, para a liberdade: “Só vivo aberta no céu!”