Português

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Car...alho da Silva abandona a CGTP



     Sexta-feira, 27 de janeiro, Jornal da Noite da SIC, RODAPÉ: um exemplo de profissionalismo, dedicação e bom jornalismo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Estrutura interna de Frei Luís de Sousa

     A peça Frei Luís de Sousa está estruturada nos três momentos tradicionais, tal como sucedia nas tragédias clássicas:



     Por outro lado, cada ato apresenta uma estruturação tripartida, equivalente à macro-estrutura:


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

H. I. 4. Competência discursiva e textual

1. Competência discursiva e textual.


2. Estratégia discursiva.


3. Adequação discursiva: oralidade e  escrita.


4. Registo formal e informal e formas de tratamento.


5. Marcadores e conetores discursivos.

Marcadores discursivos

  • Um texto / discurso não é uma soma arbitrária de palavras ou frases, mas um todo coeso, coerente e estruturado, isto é, um conjunto de elementos interligados de acordo com uma sequência e com as regras gramaticais da língua portuguesa.
  • Os marcadores discursivos contribuem para a coesão de um texto (oral ou escrito).
  • Englobam diversos elementos linguísticos.
  • Não desempenham qualquer função sintática na frase..
  • Permitem estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir um discurso coeso e coerente.
  • Fazem parte dos marcadores discursivos os conetores, que englobam elementos linguísticos pertencentes a diferentes classes de palavras (conjunções, advérbios ou interjeições).
  • Em síntese, são os seguintes os principais marcadores discursivos:

Marcadores discursivos

                Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que permitem estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir um discurso coeso e coerente.

Designação
Função
Marcadores discursivos
Estruturação da informação
ordenar a informação
por um lado, por outro lado, em primeiro lugar, após, antes, depois, em seguida, seguidamente, até que, por último, para concluir…
Reformuladores
reformular o discurso, explicando-o ou retificando-o
ou seja, isto é, quer dizer, por outras palavras, quer dizer, ou melhor, dizendo melhor, ou antes, como se pode ver, é o caso de, como vimos, quer isto dizer, significa isto que, não se pense que, pelo que referi anteriormente
Operadores discursivos
reforçar e concretizar ideias
de facto, na verdade, na realidade, com efeito, por exemplo, efetivamente, note-se que, atente-se em, repare-se, veja-se, mais concretamente, é evidente que, a meu ver, estou em crer que, em nosso entender, certamente, decerto, com toda a certeza, naturalmente, evidentemente, com isto (não), pretendemos, por outras palavras, ou melhor, ou seja, em resumo, em suma
Marcadores conversacionais ou fáticos
gerir a relação entre os interlocutores
ouve, olha, presta atenção




Conetores / Articuladores do discurso

                Os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos de palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos lógicos entre períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
                Os conectores podem ser classificados com funcionalidades lógicas distintas, de acordo com o contexto de uso.

Designação
Função
Articuladores / Conetores do discurso
Aditivos
agrupar, adicionar ideias, segmentos, sequências, informação
e, nem (negativa), bem como, não só… mas também, além disso, mais ainda, igualmente, ainda
Alternativos / Exclusão
apresentar opções, alternativas
ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, alternativamente, em alternativa, opcionalmente
Contrastivos
indicar uma oposição, um contraste
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, contrariamente, pelo contrário
Concessivos
negar o efeito, a conclusão
exprimir uma concessão
embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de, malgrado, não obstante, mesmo assim, ainda assim
Temporais
exprimir relações de tempo entre os segmentos do texto / discurso
quando, mal, assim que, logo que, enquanto, entretanto, depois que, desde que, antes de, mais tarde, ao mesmo tempo
Finais
traduzir o fim, a intenção, o objetivo
para (que), a fim de, a fim de que, de modo / forma a, com o objetivo de
Comparativos
exprimir uma comparação
como, tal como, assim como, bem como, também, mais / menos do que
Causais
exprimir a causa, a razão
porque, visto que, dado que, como, uma vez que, já que
Condicionais
introduzir hipóteses ou condições
se, caso, desde que, a não ser que, contanto que
Consecutivos
exprimir a ideia de consequência, resultado, efeito
por isso, daí que, de tal forma… que, tanto… que, tal… que, tão… que
Conclusivas
expressar uma conclusão, uma inferência (dedução lógica a partir do já exposto)
portanto, assim, logo, por conseguinte, concluindo, para concluir, em conclusão, em consequência, daí, então, deste modo, por isso, por este motivo
Completivos
completar o sentido do núcleo do grupo verbal
que, se, para
Confirmativos ou exemplificativos
documentar
exemplificar
por exemplo, a ilustrar, documentando, exemplificando


  • Outros valores são expressos, por exemplo, pelas conjunções (porque introduz um valor de causa, etc.).
  • Pelos exemplos apresentados no quadro acima, não só preposições, conjunções, advérbios e expressões que lhes sejam equivalentes desempenham a função de conetores do discurso. De facto, também os adjetivos numerais (primeiro, segundo, terceiro, etc.) e as formas verbais não finitas - gerundivas (sintetizando, prosseguindo, concluindo, recapitulando, etc.) ou infinitivas antecedidas de preposição (para começar, para concluir, a seguir, a encerrar, etc.) - podem funcionar como tal.

Processos fonológicos

     As modificações sofridas pelos fonemas em início, no meio ou no fim da palavra designam-se processos fonológicos e são as responsáveis pelas mudanças linguísticas, logo pela evolução da língua.

     Os processos fonológicos são de diversos tipos:

1. Processos fonológicos por inserção de segmentos: adição de um segmento a uma palavra.

          1.1. No início da palavra - prótese
                    . speculu > espelho
                    . mostrare > mostrar > amostrar

          1.2. No meio da palavra - epêntese
                    . humile > humilde
                    . umeru > umbro

          1.3. No final da palavra - paragoge
                    . ante > antes

2. Processos fonológicos por supressão de segmentos: supressão de um segmento na
    articulação de uma palavra

          2.1. No início da palavra - aférese
                    . atonitu > tonto
                    . inamorare > namorar

          2.2. No meio da palavra - síncope
                    . generu > genro
                    . veritate > verdade

          2.3. No final da palavra - apócope
                    . crudele > cruel
                    . cruce > cruz
     Na formação de novas palavras, pode ocorrer a supressão (haplologia) quando, da junção da forma de base e do sufixo, resultam duas sílabas contíguas, iguais ou similares:
          . bondad(e) + oso ® bondoso [em vez da forma bondadoso]
          . trágico + cómico ® tragicómico [em vez da forma tragicocómico]
     Ocorre também o processo de apócope quando existe truncação: cine por cinema; prof por professor.

3. Processos fonológicos por alteração de segmentos: é a mudança sofrida por alguns fonemas em resultado da influência de outros fonemas que lhe estão próximos.

     3.1. Assimilação: um som torna-se igual ou assemelha-se a outro que lhe é vizinho.
               . Assimilação total:
                    - nostru > nosso - o /s/ assimilou o /t/ [chama-se assimilação
                       progressiva porque ocorre da esquerda para a direita]
                    - ipse > esse [chama-se assimilação regressiva porque ocorre da direita para
                       a esquerda]
               . Assimilação parcial:
                    - chamam-lo > chamam-no - o /m/ tornou o /l/ também som nasal.

     3.2. Dissimilação: um som diferencia-se de outro igual ou com o qual se assemelha:
               . liliu > lírio
               . calamellu > caramelo

     3.3. Nasalização: uma vogal oral adquire nasalidade por influência de outro som nasal
            seu vizinho:
              . fine > fim
              . manu > mãnu > mão
              . lana > lãa > lã

     3.4. Desnasalização: um som vocálico nasal perde a sua nasalidade:
               . corona > corõa > coroa
               . bona > bõa > boa

     3.5. Vocalização: um som consonântico transforma-se num som vocal:
               . octo > oito
               . regnu > reino

     3.6. Consonantização: um som vocálico ou semi-vocálico transforma-se num som
            consonântico:
               . Iesus > Jesus
               . iam > já

     3.7. Ditongação: uma vogal ou um hiato originam um ditongo:
               . arena > area > areia
               . amant > amam

     3.8. Crase: contração ou fusão de duas vogais numa só:
               . legere > leger > leer > ler
               . a + a > à

     3.9. Sonorização: transformação de uma consoante surda em sonora:
               . secretu > segredo
               . maritu > marido

     3.10. Palatalização: transformação de um ou mais fonemas numa consoante
              palatal:
               . pl > ch: pluvia > chuva
               . fl > ch: inflare > inchar
               . li > lh: filiu > filho
               . di > j: hodie > hoje
               . ni > nh: ingeniu > engenho

     3.11. Metátese: permuta de um som ou sílaba no interior de uma palavra:
               . semper > sempre
               . merulu > melro
               . capiu > caibo

     3.12. Redução vocálica: enfraquecimento de uma vogal em posição átona:
               . bolo > bolinho
               . medo > medroso
               . mata > matagal
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