Reagindo
ao período da Idade Média, os humanistas voltam-se para a Antiguidade clássica
greco-latina, centrando a sua atenção no Homem (antropocentrismo), em
substituição do teocentrismo tradicional.
De
facto, a ação dos humanistas, nome que designa os intelectuais deste período,
correspondeu a um desejo de abandono dos padrões medievais e à instauração de
uma mundividência nova.
O
homem medieval tinha uma visão pessimista da existência, encarando-a como uma
penosa passagem que encarava o encontro com Deus após a morte como a realização
única. Já o homem renascentista acredita em si mesmo e na sua realização
terrena, dado que se realiza na sua obra. Seguindo a máxima de Protágoras, os
humanistas defendiam que “o Homem é a medida de todas as coisa”.
Deste
modo, as qualidades mais valorizadas no ser humano deixam de ser apenas a
religiosidade, o heroísmo e a honra cavaleiresca, para passarem a ser a inteligência,
o saber e o mérito, veículos para a realização de obras para a posteridade.
Através delas, o artista liberta-se da “lei da morte”, tornando-se imortal. Em
simultâneo, imortaliza os seus mecenas, ou os heróis e os seus feitos da sua
pátria.
A
confiança nas capacidades humanas e a busca do saber e da cultura implicavam a
valorização da razão e da experiência. Ao espiritualismo medieval, o homem
renascentista prefere o racionalismo, à crença em verdades impostas, prefere a
certificação da verdade através da experimentação. Assim sendo, o saber resulta
do estudo conjugado com a experiência, configurando este dado as bases do
conhecimento científico.
Neste
contexto, os Descobrimentos portugueses desempenham um papel central no
Renascimento por causa de:
. descoberta de novas terras e povos
desconhecidos;
. descoberta de nova fauna e flora;
. inovações tecnológicas
exigidas pelas viagens marítimas (ex.: o astrolábio);
. conhecimento dos ventos
e das correntes marítimas;
. surgimento e adaptação
de embarcações;
. desenvolvimento da
cartografia;
. etc.
Fontes:
. Manual Plural 12;
. A. J. Saraiva, Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa
Sem comentários :
Enviar um comentário