Baltasar conhecido como sete-sois, e
Blimunda conhecida como sete luas são duas metades de uma mesma alma divididas
em dois corpos, como tal complementam-se e amam-se incondicionalmente e acima
de qualquer padrão terreno ou social, sendo então um casal pleno e funcional ao
contrário dos regentes do país. Conheceram-se no auto-de-fé da mãe da nossa
heroína, em que a idosa lhes informa que serão companheiros para o resto da
vida, e quis o destino, a feitiçaria da velha ou o acaso que fosse verdade.
Blimundo sente uma conexão com Baltasar como nunca sentiu por ninguém, e
vice-versa. Os seus instintos são animalescos e a sua atração mútua é enorme e
muito poderosa, e mesmo nunca tendo um filho, são um casal que funciona como
qualquer família, muito embora estejam apenas unidos pelos laços do ritual de
sangue realizado pelos dois, nunca se unindo por matrimónio civil ou religioso.
A música retrata muito bem o papel de Blimunda na relação, visto que o seu amor
por Baltasar é incansável e ela é a sua companhia de todos os momentos e
segundos e o segue onde quer que ele vá, tal como diz a música “anjo, anjo, ou
algo assim, onde quer que tu vás, eu seguir-te-ei”, e ela ajuda Baltasar a
aliviar-se dos seus fardos e das inquietações da sua vida, também se pode
comparar este traço na música ao vermos a parte que diz: “E estarei sempre lá,
afastando as inquietações da tua cabeça”.
Rafael P.
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