A partir de determinada altura, a guerra começa a esmorecer,
outros interesses renascem e no sul desponta um novo ideal amoroso. Uma elite
de nobres e clérigos procura nas letras outras distracções que tivessem mais a
ver com as suas almas sensíveis e líricas. E no século XI desperta o espírito
cortês, cria-se um universo novo de sonho e fantasia, que faz nascer uma
literatura popular, que se tornou artística e penetrou nas cortes senhoriais e
reais.
Como a canção do povo era cantada e
bailada, os trovadores distinguem-se não só pela arte de trovar, como de
"cantar e bailar a la provençalesca". E a poesia, cuja origem radica
no desafogo da vida burguesa durante a época das cruzadas, entre a primeira, em
1095, e a segunda, em 1268, entra, assim, nas cortes e é imitada por reis e
príncipes, mas nem por isso deixa de perder a sua origem plebeia. E não é só a
divulgação deste lirismo por toda a Europa: é o renascer destas canções nas
populações românicas.
O cavaleiro já não combate mais pelo
seu Deus nem pelo seu senhor, mas pela sua dama.
Nasce, então, a arte dos trovadores,
a arte do amor cortês, o amor puro que leva à virtude, à perfeição, à razão de
existir.
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