Lestat é um vampiro obcecado por Dora, a filha de um barão da droga que será a sua próxima vítima. Ao mesmo tempo, sente-se perseguido por um monstro gigantesco e horrendo. Depois de beber o sangue de Roger e, consequentemente, o matar, Lestat é surpreendido pelo seu fantasma, que lhe pede que proteja a filha. Os dois acabam a falar longamente sobre vários assuntos num bar, nomeadamente de Dora e de teologia, até que o ser que persegue o vampiro vem reclamar o fantasma de Roger. Esse ser é Memnoch, o Demónio, que o convida a acompanhá-lo ao Inferno e ao Céu e a ser o seu braço direito. Pelo meio, ocorre o encontro entre Lestat e Dora, por quem ele sente um misto de atração e ternura e a quem relata a morte do pai e a autoria da mesma. De notar o pormenor da menstruação da mulher e o desejo do vampiro de beber esse «sangue puro».
Memnoch leva primeiro Lestat ao Céu, onde fala com Deus, um lugar de luz e de almas e de risos (= alegria). Durante um passeio que dão por uma floresta, o Demónio explica ao vampiro as Treze Revelações de Deus: a primeira é a transformação das moléculas inorgânicas em orgânicas; a segunda é a transformação das moléculas em células, enzimas e genes (as algas e os fungos aquáticos, que depois se apropriavam também da terra sob a forma de lodo, mais tarde de fetos, coníferas e, por fim, se converteram naquelas dimensões massivas da floresta); a terceira corresponde ao ciclo da vida: nascimento, vida e morte dos seres vivos, o que revelou aos anjos de Deus as noções de medo, sofrimento, destruição, morte e castigo; a quarta equivale à Cor: a beleza e a profusão de cores das flores, o acasalamento entre os organismos; a quinta é a Encefalização: o desenvolvimento de cabeças (sistemas nervosos e esqueletos), centros da inteligência - entre os anjos de Deus nasce o receio por Ele permitir que a matéria pudesse aceder à inteligência, ao pensamento; a sexta é o nascimento do rosto nas criaturas - o pânico de Memnoch é diluído apenas por um diálogo com Deus, que o designa como o mais atento e sagaz, mas também como o único que não confia Nele; a sétima consiste na povoação da Terra pelos animais vindos do mar (répteis, animais monstruosos de quatro e duas patas, os insetos; as chacinas entre os animais; os nascimentos das crias a partir de ovos e de dentro das mães); a oitava concerne às aves de sangue quentes com asas emplumadas (como os anjos, que protestam em coro); a nona é o surgimento dos mamíferos; a décima, o caminhar ereto dos macacos (brutais, selvagens, batendo, mordendo, matando), criaturas criadas à imagem de Deus e dos anjos, a tentativa de fala, o início de padrões de comportamento - o enterro dos mortos, a proteção e solidariedade dos mais fortes para com os mais fracos, dos sãos para com os doentes ou incapacitados, o enterro com flores; a décima primeira diz respeito ao surgimento do Homem moderno (a afeição, o amor, a dor); a décima segunda refere-se à beleza e sedução da mulher - as semelhanças com os anjos e o próprio Deus; a décima terceira respeita ao acasalamento do homem e da mulher, do qual resulta a grande diversidade de formas, cores, raças... o homem e a mulher são, afinal, Deus dividido em dois (os anjos divididos em dois).
O orgulho leva Memnoch a questionar Deus sobre o sentido daquela evolução operada na Terra (em hebraico, Satanás significa «aquele que acusa»), mas Ele consegue aplacar sempre a sua ira: «Memnoch, se Eu não me sinto ridicularizado por este ser, se ele é criação Minha, como é que tu te podes sentir assim?»
Porém, um dia os anjos descobrem que os humanos também têm uma parte espiritual, uma alma. Um grupo de anjos desce, então, à Terra para observar a humanidade e encontra-a organizada e crente num Deus, fazendo-lhe oferendas e sacrifícios. Memnoch acaba sozinho e assume a forma humana. Três dias depois relaciona-se sexualmente com uma mulher. Como castigo, Deus expulsa-o do Céu. Junta-se aos homens e vive como eles, ensinando-lhes tudo o que sabe, insistindo frequentemente no retomar da fala com Deus, inutilmente porém.
Três meses depois Memnoch é convocado ao Céu por Deus, que lhe propõe a criação de um Inferno para os humanos que ele chefiasse. O Demónio, ainda anjo, pede-lhe que permita que as almas tenham oportunidade de irem para o Céu e a divindade diz-lhe que, se encontrar dez almas dignas de tal, o perdoará e assim fará. Memnoch encontra essas almas e é perdoado por Deus, mas o anjo deseja que todas elas tenham a mesma oportunidade e não apenas alguns deleites, por isso pede-lhe que se humanize, que assuma a forma humana, se misture entre os seres humanos, para os melhor compreender no seu sofrimento e no desejo de ascender à luz divina. Deste modo, Memnoch é expulso pela segunda vez do Céu.
Um dia, a entidade demoníaca encontra Deus no deserto. Ele fez-se nascer de uma mulher, trinta anos atrás, para melhor conhecer a vida, o sofrimento, a dor e os desejos humanos. Viverá mais três anos, durante os quais levará a Sua palavra e os seus ensinamentos aos homens. Destes, os que o escutarem terão como recompensa a glória divina. Seguidamente, deixar-se-á crucificar e ressuscitará três depois, para que os homens aprendam que Ele se sacrificou por amor a eles. Memnoch, no entanto, declara que esse gesto será um erro, pois «Porque é que o amor tem de exigir sacrifício?», o sofrimento e a morte são o mal do mundo, que têm de ser vencidos para chegar a Deus. Além disso, não foi o sofrimento que ensinou a humanidade a amar, mas, sim, a afeição e o carinho entre ela. Para que Deus compreenda tudo isto, é necessário que se torne humano totalmente, sem qualquer traço ou certeza de ser divindade; então, verá o horror do sofrimento humano.
Voltando ao presente, encontram Deus, que pede a Lestat que vá a Jerusalém com Memnoch no dia da Sua morte e assista à Sua paixão. Regressam então a um passado três anos posterior ao último diálogo travado entre Deus e o (ainda) anjo. Segue-se a descrição do trajeto de Cristo com a cruz e do encontro com Lestat e Memnoch. Deus desafia o vampiro a provar o seu sangue e, soluçando, Lestat fá-lo.
Segue-se o episódio da Verónica e do seu véu, que Deus entrega ao vampiro, que, seguidamente, experimenta os horrores da Quarta Cruzada -cristãos (romanos) contra cristãos (gregos) → a destruição, a morte, o horror, o sofrimento... em nome de Deus.
Lestat é, então, arrastado até a um novo confronto entre a divindade e Memnoch. Este questiona Deus sobre as almas perdidas, pedindo-lhe que, em vida, lhes mostre o caminho da luz. Este acaba por lhe atribuir o reino de Sheol, onde o demónio cuidará dessas almas perdidas, os seus seguidores, condenando-o a ser o seu adversário e a passar um terço da sua existência na Terra e outro no Sheol ou Inferno. Condena-o ainda a ser visto entre os humanos como o Demónio, a Besta, que desafiou Deus.
Na sequência, Lestat visita o Inferno, um local de dor, sofrimento e horror, por isso procura a fuga desse espaço, que Memnoch tenta evitar a todo o custo. E é cansado, sofrendo e sem um olho que o vampiro regressa à Terra, decidido a não optar nem por Deus nem pelo Demónio. Ele relata a Dora, Armand e David as suas andanças pelo Céu e pelo Inferno e mostra-lhes o véu de Verónica, que fica na posse de Dora. Esta vê ali uma prova da vitória de Deus e corre a anunciá-la. Armand deixa-se consumir pelo fogo / luz do Sol para provar aos homens o milagre apregoado pela mulher. Os sacrifícios sucedem-se diariamente, Dora entra numa nova fase da sua existência, divulgando a fé. O Véu opera curas milagrosas. Enquanto isso, Maharet, a «mãe» dos vampiros, entrega a Lestat um pergaminho que contém o olho que o Diabo, acidentalmente, lhe arrancara e um escrito de Memnoch: «Para o... 417».
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