A personagem-narrador vai dar um
passeio noturno, vê o farol das bicicletas dos «camponeses-operários» e faz um
poema «poema-galáxia», associando o farol da bicicleta a um vaga-lume, a um pirilampo.
Esse poema visual, de inspiração dadaísta, afirma que os vaga-lumes veem sobre
a aldeia. Ora, o vaga-lume é como uma estrela que, ainda que produza pouca luz,
sempre constitui um obstáculo à escuridão. Note-se que o farol de uma bicicleta
pode também simbolizar uma espécie de guia, de sinal, ou seja, é simbólico.
Observe-se, neste contexto, que o
poema tem a forma de uma chave, como se indicasse que a solução para o fim do
regime vigente assentava no povo.
Tudo isto parece ser confirmado pelo
Padre Novo, que, quando conta ao Escritor que viu o Engenheiro no posto da
Shell, vai acendendo e desligando os faróis do seu carro com um ar distraído,
avisando os camponeses-operários que o inimigo foi avistando.
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