Um pai e um filho aguardam, escondidos, a chegada de um veículo que transporta homens importantes, diferentes dos locais, para serem passados a salto para Espanha.
O trecho seguinte do texto - que oscila entre dois tempos, um passado e o presente - apresenta-nos o povo da localidade, envergando trajes de festa para receber uma ilustre personalidade que passará pela região.
O menino, curioso, observa as estrelas e conta paralelepípedos, até que acaba por adormecer. Ao ouvir um motor, o pai acorda-o, e ambos veem o táxi com os cinco passageiros, que descem e são rapidamente conduzidos para longe da estrada. O clima muda, anunciando uma tempestade que se aproxima, e todos se refugiam numa loja. Entre os recém-chegados conta-se um casal distinto. Durante a tempestade, o homem dialoga com a criança, explicando que se encontra em fuga, porque há pessoas que lhe querem mal por pensar diferente. Quando a chuva passa, o grupo parte, guiado pelo "passador", um contrabandista conhecedor das passagens fronteiriças e com contactos do outro lado da fronteira. O homem promete à criança regressar um dia para ajudar outras como ele e dá-lhe um lenço branco com duas letras encarnadas bordadas como lembrança.
O trecho final centra-se de novo no presente. Na estrada, a população aguarda, ansiosa, a comitiva. Quando finalmente chegam carros de luxo, um homem surge à janela de um deles e acena. Um jovem acerca-se dele e oferece-lhe um lenço branco com duas letras encarnadas bordadas, esclarecendo que o faz para que se lembrasse dele.
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