1. A
invocação: “Vós, Ninfas do Tejo e do
Mondego”;
2. Objetivo:
Continuação da análise: aqui.
1. A
invocação: “Vós, Ninfas do Tejo e do
Mondego”;
2. Objetivo:
Continuação da análise: aqui.
Com efeito, após a realização do
Consílio dos Deuses no Olimpo, onde se formaram duas correntes – uma de apoio à
empresa do Gama – liderada por Vénus – e outra de oposição – chefiada por Baco –
e onde Júpiter toma a decisão de auxiliar os Portugueses a chegarem à Índia,
Baco prepara-lhes várias ciladas em Quiloa – Moçambique – e Mombaça – atual Quénia
–, cujo rei tinha sido convencido por ele a aniquilar a frota lusitana.
A reflexão do Poeta nestas duas
estâncias é motivada por um acontecimento respeitante ao plano da Viagem: a
chegada da armada portuguesa a Mombaça, após várias peripécias ocorridas em
Moçambique e Quiloa, urdidas por Baco. Os primeiros quatro versos, por isso,
constituem a articulação da reflexão com o episódio anterior.
Note-se que não é por acaso que esta
reflexão está situada no final do canto I, quando o herói tem de enfrentar o
longo e penoso trajeto para atingir os seus objetivos, tendo de superar,
nomeadamente, inúmeros perigos e obstáculos que o querem impedir de prosseguir.
Contudo, o seu heroísmo leva-o a superar o seu estatuto de “bicho da terra tão
pequeno” e a sua coragem e ousadia vencem a fragilidade da sua condição, para
atingir o estatuto de herói.
«Não sei se já repararam nisso mas quando lemos - estou a falar para a ínfima minoria de espectadores que além de virem ao teatro ainda lêem... 2 ou 3 pessoas, hoje -, bom, mas quando lemos livros estrangeiros, raramente nos detemos nos nomes. Eu pelo menos faço isso. Mas eu tenho um desconto, que ainda por cima venho todos os dias ao teatro. É que um personagem dum romance russo, por exemplo, pode chamar-se Ievguénhi Ponomarev Tsugorski! E então estamos nós a ler: «O cavalo corria louco pela estepe, mas, de repente, estacou tão abruptamente que I-e-v-g aaa... Pino... Poni... Pinto... bom, Tsa... Tsu... chiça! foi cuspido violentamente e esmagou o crânio instantaneamente. Mas o bravo amigo... japonês... Os-ss-u-ga-ro- I-o-mi-akei, ok, Iomiakei Kawa-ka-ta-mi - fo-go! -, deitando-se sobre o corcel, consegue ainda apanhar o valioso documento que I... I-e-v-g-u pffff Pinto Tsar transportava tão ciosamente.. Osss.... u Io, io, io! Kawa... saki! Lançou-se a toda a brida.» Uff! «Mas o cruel mongol que os perseguia aproximava-se cada vez mais. Com efeito, Li-ao Tse Xi-ong» - e este é fácil! Eu já estou a simpatizar com o mau da fita... - «Liao Tse Xiong tinha prometido ao condutor de riquexó Sun Wang Ião (...) não só resgatar o valioso documento que tinha viajado pelo Japão e chegado à Sibéria trinta e seis anos depois» isto é fácil porque não está em numeração romana... «não só resgatar o trararara como também aniquilar... I-ev-g... Ivo Pinto Tsu e o nipónico Osso Io Kawasaki.»
Eu compreendo que se leia cada vez menos. Literatura estrangeira, pelo menos... para mim tem o problema dos nomes.»
Época
|
Data
|
Epopeia
|
Autor
|
|
Antiguidade
|
Civilização
grega
|
VIII
a.C.
|
Odisseia
|
Homero
(?)
|
VII
(?) a.C.
|
Ilíada
|
Homero
(?)
|
||
Civilização
romana
|
I
a.C.
|
Eneida
|
Virgílio
|
|
Idade
Média
|
XI
(?)
|
Cantar de Mio Cid
|
(?)
|
|
XI
(?)
|
Chanson de Roland
|
(?)
|
||
XIV
|
Divina Comédia
|
Dante
Alighieri
|
||
Renascimento
|
XVI
|
Orlando Enamorado
|
Mateo
Boiardo
|
|
XVI
|
Orlando Furioso
|
Ludovico
Ariosto
|
||
XVI
|
Jerusalém Libertada
|
Torquato
Tasso
|
||
XVI
(1572)
|
Os Lusíadas
|
Luís
de Camões
|
||
XVI
|
The Faerie Queen
|
Edmund
Spenser
|
||
Pós-Renascimento
|
XVII
|
Paraíso Perdido
|
John
Milton
|