Português

segunda-feira, 10 de junho de 2013

"Pastores da Boa Vontade"

            «Pastores de Nuvens» é o título do “cartoon” da autoria de Biratan Porto, “cartoonista” brasileiro. Nesta imagem, temos presentes quatro pastores, cada um com um cajado na mão que serve para guardar as nuvens e, não permitir que estas fujam para outro rebanho. São visíveis também umas grandes latas, que servem para armazenar a precipitação das nuvens.
O título «Pastores de Nuvens» apresenta uma actividade, um pouco estranha, que os pastores desenvolvem, juntam nuvens com os seus cajados como quem reúne as ovelhas de um certo rebanho, para que a chuva seja guardada nas latas. Este “cartoon” tem como objetivo a defesa do ambiente, criticando mais concretamente a falta de água e a desertificação do planeta.
Relacionando o “cartoon” com o poema IX de Alberto Caeiro verificamos que em ambas as obras há a referência a pastores/ ovelhas e a oposição da relação do Homem com a natureza, relação de destruição versus harmonia.

Em suma, tanto Biratan Porto como Alberto Caeiro, com as suas obras, pretendem alertar para a inconsciência da sociedade na utilização exagerada dos recursos, que provoca graves consequências que podem não ter solução se não houver uma rápida intervenção que permita o fim dessa inconsciência.

Inês

"As Meninas"


            A Família de Filipe IV, mais conhecida como As Meninas, é o nome deste famoso «quadro» pintado em 1656 pelo pintor espanhol Diego Velázquez. As dimensões deste quadro são 310 cm × 276 cm e a técnica utilizada é técnica de óleo sobre tela. É um retrato real/imperial, presentemente a obra esta no Museu do Prado. O autor desta obra  nasceu a 20 de junho de 1610  pintou esta obra aos 46 anos de idade e foi a sua mais famosa obra. Viveu em Madrid toda a sua vida e morreu a 25 de maio de 1680.
            Ao centro pode-se ver a infanta Margarida Teresa de Habsburgo, filha de Filipe IV, acompanhada de suas damas de companhia, de seus criados, de uma anã e uma criança que mexe num cão. Já no canto esquerdo, vê-se um autorretrato de Velázquez, em cuja veste percebemos que tem uma cruz da Ordem de Santiago, que foi incluída na tela somente após a sua morte. Os reflexos do rei e da rainha da Espanha surgem num espelho , atrás da infanta. Acima do retrato há dois quadros do acervo do palácio e, mais ao fundo, um homem a mexer na cortina, trazendo mais luminosidade à tela.
            Ao escolher este quadro ,verifiquei que se tratava de retratos imperiais e foi algo que me chamou à atenção e ,ao investigar ,vi que o autor estava retratado no quadro, isto é, é como se existisse um retrato explícito. Isto tudo levou-me à escolha deste quadro. Nomeada originalmente como A Família, a tela foi salva de um incêndio que atingiu o Palácio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e recebendo, posteriormente, o título de Las Meninas. Embora "menina" seja uma palavra da língua portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de "dama de companhia".
            É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central a infanta Margarida de Áustria, apesar de que a pintura apresente outras personagens, incluído o próprio Velázquez. O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspetiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.  
            Esta tela figurava nos inventários do Alcázar de Madrid com o título de O Quadro da Família.  Mais tarde, aparece catalogado no Museu do Prado em 1843 pelo seu diretor José de Madrazo com o nome de Las Meninas. Tal título foi imposto ao quadro como referência a duas personagens que aparecem nele e apoiando-se na descrição que faz da obra o pintor e escritor António Palomino de Velasco (1555-1626) na sua obra Museu pictórico. Os retratos reais são algo que me cativam a analisar e o facto de ser o melhor autorretrato de Diego Velázquez.
            Gostei deste quadro porque duas razões, em primeiro porque o quadro apresenta a história do autor, em segundo por causa da beleza da imagem.


Ana A.

Leitura de Imagem

                A imagem escolhida para a devida leitura é da autoria de Leonardo Da Vinci e é intitulada de “The Last Supper”. Esta imagem tem como espaço o refeitório do Convento de Santa Maria della Grazie, em Milan. Este quadro/ imagem retrata a última ceia de Jesus com os disciplos e foi pintada entre os anos 1495 e 1498, ou seja, tendo demorado assim 3 anos a ser pintada.
                Numa descrição do quadro, podemos observar no primeiro plano, Jesus ao centro de uma mesa comprida, acompanhado pelos seus disciplos. Observamos também que há pão e vinho na mesa, dois dos grandes simbolos na comunidade cristã depois da ultima ceia de jesus cristo com os disciplos. Todos os discilplos, assim como Jesus estão vestidos com roupas da época (mantos de tecido). Já num segundo plano observamos que estes se encontram num refeitório com três janelas ao fundo. Numa análise com base na simbologia dos objetos podemos dizer que os principais elementos no quadro para além de Jesus (figura ilustre e ideologica na comunidade cristã) e dos disciplos, observamos dois elementos importantissimos que são o pao e o vinho. Estes dois elementos são no dia a dia, devido á sua grande importancia, falados e utilizados nas missas cristãs simbolizando assim, o vinho o sangue da nova e eterna aliança e o pão o corpo de cristo. Nas missas ainda hoje podemos ouvir o Sr. Padre dizer: “Tomai todos e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por vós” referindo-se ao pão na ultima ceia; “ De igual modo, no fim da ceia, pegou o cálice, tomou e deu aos seus disciplos dizendo: isto é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por nós e por todos, para remissao dos pecados, fazendo isto em memória de mim”. Desta frase vemos que o sangue simboliza o sangue de cristo, sangue este que é tomado pelo padre em memoria de cristo e da eterna aliança presente na ultima ceia.
                Este quadro é uma obra de Leonardo Da Vinci conheçida por todo o mundo. Este quadro tem muito significado na vida cristã e na relação de cristo para com o seu povo, neste caso os disciplos, assim como os principios pelos quais se regia, ou seja, a partilha do pao e do vinho entre outros aspetos. Este quadro é sem dúvida um dos mais apreciados por todo o mundo, não pela sua beleza mas sim pela sua simbologia.

Hugo F.

'Sem título'


   O quadro que escolhi é de Henri Julien Félix Rousseau. Henri nasceu a 21 de Maio de 1844, no Laval e faleceu a 2 de Setembro de 1910 em Paris, era conhecido pelo público como o douanier  (aduaneiro) por ter trabalhado como inspetor de alfândega, foi um pintor francês inserido no movimento moderno do pós-impressionismo. A sua obra foi pouco apreciada pelo público geral e pelos críticos, tem um carácter autodidata, resultado da falta de formação académica no campo artístico. Rousseau afirmou só ter pegado num pincel pela primeira vez quando já tinha 40 anos. A reação à sua pintura é no início, maioritariamente negativa. No entanto algumas vozes começam-se a pronunciar positivamente, chegando mesmo a comparar Rousseau com os pintores do Porto-Renascimento em Itália onde as noções de perspetiva espacial ainda estão no seu estado inicial, mas que não deixam por isso de ter uma certa originalidade criativa. Esta naturalidade e aparente ingenuidade opõem-se, no entanto, à imagem de ambição que lhe é atribuída pelo público. Este seu carácter de personalidade ambígua espelha-se também na sua arte que, embora ingénua e infantil, retrata também por vezes uma certa malícia.       Pode-se talvez pensar que Rousseau tenha encerrado em si um complexo de inferioridade devido às suas origens humildes e pelo facto de não ter tido acesso às mesmas oportunidades de um pintor académico. Assim como ele se fecha em si próprio com o seu sofrimento interior, as suas pinturas são introvertidas e misteriosas. Na imagem podemos ver um solitário casal fantasiado que passeia num bosque. A luz da lua torna as figuras brilhantes. Uma noite do carnaval é o significado do título do quadro. Como se pode ver na imagem o homem tem vestido umas meias azuis nos pés elegantes por fora. Ela por outro lado é rosa dentro podemos vê-lo através de seu vestido, brilhante, Pinkly, debaixo do avental branco. Este casal comparado com as árvores altas e nuas ou despidas são minúsculos, eles parecem flutuar, atras deles está um edifício sem paredes e apenas um teto preto, liso. Por um lado esta imagem mostra duas pessoas em pé sob a lua de inverno. Eles são formais, mas familiares como se eles pudessem transportar-se de um sonho da terra através de um comportamento educado. Estas pessoas brilham como a lua talvez pelo facto de estarem de branco tanto a lua como o casal. Parece que estão a dançar, o chapéu está inclinado ou então talvez ele esteja só a perguntar-lhe se ela esta bem. Mas pelo que se pode constar é ele que não está bem, porque ele é ofuscado pelo céu, a madeira e as nuvens, e ele não pode protegê-la, ela inclina-se para ele sobre o seu braço. Durante o tempo que passeavam pela floresta andavam consoante o passo dela pois ela ia sobre ele. Parecem felizes não se preocupar com o futuro. Ele que está imobilizado, com as pernas abertas e cabeça baixa como se fosse um animal selvagem. Contudo o chapéu não está a pedir a ela para dançar ele está a apontar para a cabana sem paredes, ela parece espreitar pelo seu ombro. Ela sabe que é livre, flutua sob três pequenas. Ele quer fixar-se para o chão, tenta ignorar a beleza misteriosa que está por trás dele. Assim eles apegam-se um ao outro e ele pára depois ela afasta-se e pede para ele parar lento e pairam, brilhando como estrelas. Contudo isto posso ficar com uma outra imagem deste quadro pois á primeira vista não parece a descrever todas estas características mas depois de bem analisado vale a pena apreciar assim quadros como este pois tudo isto leva-nos a crer descobrir o mistério que esta por detrás da imagem neste caso de um simples casal na floresta.

Bibliografia:
http://annabelhoward.com/rousseau-a-carnival-evening-1886
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1024&bih=480&q=Rousseau%3A+Carnival+Evening&oq=Rousseau%3A+Carnival+Evening&gs_l=img.12...0.0.1.11833.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0...1ac..2.img.AzZhhJsrYRY

Daniela F.

domingo, 9 de junho de 2013

A Última Cigana


            “A cigana adormecida”, é uma pintura a óleo do famoso artista Henri Rousseau de 1897 e está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York. Rousseau foi um pintor francês conhecido pelo público como o aduaneiro, por ter trabalhado como inspetor de alfândega.
            No quadro pode observar-se a imagem de uma mulher de cor negra, com um vestuário colorido, dormindo na areia do deserto com um bandolim e um cântaro ao seu lado esquerdo e segura uma bengala na sua mão direita. Observa-se ainda um leão atrás da mulher e um cenário desértico com um céu bastante iluminado e uma lua cheia.
            O leão em pé que se situa atrás da mulher parece curioso, não querendo devorá-la, mas encantado com a sua presença, pois dá a impressão que está a cheirá-la. A posição do corpo da viajante implica cansaço e esta parece estar num sono profundo. Os contornos do cenário são marcantes e precisos com cores ilusórias e cristalinas, ou seja, um cenário de sonho. A lua azulada ilumina a pintura e traz uma sensação de paz e harmonia entre as duas criaturas – animal e humano. Rosseau toca delicadamente com a luz sobre o corpo do leão e veste a cigana com um traje oriental.
            A explicação para o título deste quadro é bastante óbvia, pois nele observa-se uma cigana no seu sono profundo, daí o nome “a cigana adormecida”.
            Em suma, é um quadro simples e ao mesmo tempo estranho. Este quadro vale a pena ser observado, porque nos transmite uma sensação de paz e de simplicidade no contexto de animal e humano.

Bibliografia:
          - http://www.sunrisemusics.com/rosseau.htm

Catarina G.

Uma Última Imagem

Campo de Trigo com Corvos, Van Gogh

“Campo de Trigo com Corvos” é o título de um quadro de 1890 do pintor Vicente Van Gogh (1853-1890), está exposto no Van Gogh Museum em Amesterdão, Holanda , e acredita-se que seja o ultimo quadro do pintor holandês que segundo uns foi pintado nas semanas anteriores á sua morte e segundo outros antes do seu suicídio e,assim , é considerado o seu testemunho pictural. Diversos historiadores dizem que a obra é uma representação do estado de espírito de Van Gogh na ocasião. 
O quadro retrata uma enseada de trigo a ser curvada pelo vento e sobrevoada por corvos , sob um céu negro e ameaçador. Tem também três caminhos diferentes , um pelo meio da enseada e os outros pelos lados , diferente do que acontece na grande parte da enseada , junto ao caminho há erva verde. Podemos então identificar diversos elementos , um deles é o campo de trigo que está dourado , pronto a ser colhido revelando em algumas presença de raios de sol que rompem pelas nuvens, as espigas de trigo estão inclinadas devido à acção do vento na enseada . Outro elemento são os caminhos que atravessam a enseada, estes são divergentes perdendo-se ao longo , o da esquerda é escarpado e representa um terreno íngreme , o do meio é sinuoso e perde-se no meio do trigo ,porém dá a sensação de levar a algum local situado do outro lado do trigal e o da direita não tem obstáculos e segue para fora do campo . O elemento que , possivelmente , tem maior significado é o bando de corvos que parece estar a fugir , estes são um símbolo de mau presságio e morte , são pretos , o que contrasta com o amarelo e com o azul e branco dando sinais de movimento .O último elemento é o céu , este está escuro e ameaçador , juntando com os corvos representa um ambiente negativo , este promove um efeito de profundidade , há também duas nuvens mais claras no céu , talvez encobrindo o céu e representando um clima tempestuoso.
Sendo um quadro do pós-impressionismo este necessita de uma boa leitura para ser interpretado , e é dos melhores quadros de um grande pintor da sua época, Van Gogh, devido, principalmente, aos caminhos é um quadro que revela curiosidade , porém outros elementos tiram a atenção deles. Este quadro deve ser observado pois é uma obra prima de um grande pintor e reflecte um mau momento da sua vida.

Marco M.

sábado, 8 de junho de 2013

Entrevista a D. João V

D. João V ,filho de D. Pedro II e D. Maria Sofia, governou Portugal de 1707 a 1750 e casou com D. Maria Ana de Áustria.
Na observação do vídeo, comparamos de imediato a personalidade do rei com a personalidade caracterizada por José Saramago no Memorial do Convento. O rei D. João V era caracterizado por ser uma pessoa atraente, de boa figura alto e de pele escura, porém contrariamente à sua figura apresentável estava um caráter ridículo, vaidoso, egocêntrico, infiel e adúltero, chegando a ser na obra de Saramago descrito como “o infatigável cobridor". Esta última característica é evidenciada na entrevista, quando o rei pega no braço da assistente e a senta no seu colo.
O rei é criticado também pelo seu problema de flatulência, chegando a ser ridículo ao ponto de durante toda a conversa demonstrar estes seus problemas devido ao seu gosto excessivo pela comida e por chegar a dizer que não consegue ter filhos devido a este seu problema durante as suas relações sexuais com D. Maria Ana.
No vídeo está representado o gosto do rei pelo luxo, sendo isto visível no seu próprio vestuário e na promessa que fez, na medida em que, este não se limitou a fazer um convento simples e humilde, mas fez sim um convento luxuoso, grandioso e para isto, não olhou a meios, gastando milhares trazidos em ouro do Brasil e sacrificando vidas a centenas de pessoas.
Concluindo, a época do reinado de D. João V é marcada por um período de ostentação e riqueza do reino, porém principalmente por um povo pobre, humilde e sem vontades e ambições sem ser a do rei, que era uma pessoa imponente mas ao mesmo tempo ridícula pela sua personalidade vaidosa e adúltera.


Filipa P.

Campo de Trigo com Corvos

Campo de Trigo com Corvos é uma obra do pintor holandês Vincent van Gogh concluída em julho de 1890.
Observa-se, em primeiro plano, um campo de trigo maduro e amarelado representando uma época de colheita e o de fim de vida. Estão também evidenciados no campo três caminhos, um à esquerda íngreme, outro ao centro e um à direita, que dá acesso à parte do solo que não tem trigo. Visualizam-se também, corvos negros que simbolizam morte.
Em segundo, observa-se um céu azul escuro, que pode simboliza negativismo tensão e tempos difíceis e duas nuvens que fazem contrastar o branco com o preto, logo, a felicidade com a tristeza ou a morte com a vida.
Este quadro, pintado na última semana de vida do autor, representa um conjunto de emoções negativas e de premonições de morte, estando isto simbolizado pelos corvos e pelo céu escuro.

Ana P.

Ovelhas ou nuvens

            A imagem da autoria “ Biratan Porto” tem o nome de “Pastores de Nuvens”, foi apresentado no “World Festival” no ano de 2003.
            No “cartoon” vemos vários homens com bengalas enormes a juntarem algumas nuvens, que estão escuras, mas delas cai pouca quantidade de água. Esta é aproveitada pelos homens, ilustrados no quadro, para uns bidões.
            Cada um tem umas nuvens em grupo, mas verificamos que ainda não estão todas, porque um dos homens ainda está a juntar uma nuvem pequena às restantes, já juntas.
            O solo está seco, sem vida, infértil, pois só vemos de onde em onde uma pedra. Não tem cor e é plano.
            Esta imagem demonstra uns homens que estão a juntar as nuvens com a intenção de originar chuva, com a finalidade de aproveitar todas as gotas.
            Dão a entender que a água é para ser utilizada no solo, pois é muito seco, sem vida e sem plantas, etc…
            A mensagem que o “cartoon” quer passar é a falta de água, pois é um bem essencial para haver Vida.
            O título “Pastores de Nuvens” foi escolhido porque dá ideia que os homens da imagem estão a guardar um rebanho, mas em vez de se tratar de um rebanho de “ovelhas” é um rebanho de “nuvens”.          
            A imagem está relacionada com o poema de Alberto, porque, tal como a imagem, ele pensa ser um pastor de um rebanho, mas não de ovelhas.
            Um “cartoon” que demonstra bem a sua mensagem, que é a importância da água para a vida.

            É um bom “cartoon” pois centra-se num grande tema, que preocupa muito a população na atualidade.

Ana A.

Entrevista Histórica a D. João V

O vídeo proposto para observação apresenta um retrato cómico do que outrora foi D. João V. Certos humorista agarraram nas características mais caricatas do rei, ampliaram-nas na forma mais ridícula possível e construindo este pequeno ato que de certa forma retrata a impressão que o povo possuía do seu monarca.
José Saramago descreve o rei D. João V como um homem vaidoso, absoluto, arbitrário e extravagante, pois gostava de implementar estrangeirismos em Portugal. Era conhecido por ser infiel à mulher por qual se casou por conveniência, era caracterizado pela sua flatulência e por ser nomeado como “irrifatigável cobridor”.
No vídeo humorístico apenas pegam nos traços que o próprio José Saramago redigiu e tentam retrata-los numa cena que começa com um apresentador que primeiramente apresenta o entrevistador como sendo D. João V, este último senta-se numa outra cadeira ao pé do apresentador mas antes de se sentar obriga o apresentante a beijar o chão que pisou, numa forma de mostrar a sua superioridade e a partir desse momento começa a “entrevista”. Essa “entrevista” começa logo com o rei a perguntar se havia algo para comer, de seguida o apresentador tenta perguntar algumas perguntas ao entrevistado e o rei o manda-o calar “Está calado” pois estava ocupado a tentar “seduzir” a servente que lhe trazia comida.
 “D. João” durante a entrevista responde o porquê da construção do convento de Mafra, fala sobre o voto que fez devido à sua doença fatal (“…a minha vida era flat, insiste, flat, insiste…”) que teve na época e a incapacidade da sua mulher gerar filhos (“Quando tava mesmo a conseguir…pausa…flat”). Na entrevista o “rei” passa metade do tempo a querer ir embora “Falta muito para isto acabar”, “És um bocado seca…”, demonstra que não queria estar ali, na outra parte do tempo a entrevista é interrompida pelos flates de sua majestade. O monarca faz piadas sobre a localização e como lançou a primeira pedra (“O arquiteto estava armado em mete nojo (…) agarrarei numa pedra e truz”), fala de uma maneira descuidada como se não importasse em ser bem ou não mal-educado. Disse que depois da construção do convento, que fora dedicado a Nossa Senhora e a St. António, a sua flatulência aumentou mas a sua mulher conseguiu finalmente conceber um filho, Maria Barbara e a seguir mais cinco outros e “depois o resto”, fala abertamente sobre a sua infidelidade (“A partir daí tive uma vida extra conjugal muito animada”) sentindo-se orgulhoso por isso.
Falam também sobre a introdução da ópera italiana em Portugal que se deveu a D. João e por fim conversam sobre a sua morte que foi considerada uma morte feliz que se deveu a uma congestão (“Eu comi muito ao pequeno-almoço (…) e nisto chega mais uma cantora italiana que eu queria induzir em Portugal (…) dá-se-me um flat maior que os outros (… daí dá-se o flat mestre (…) estando a italiana a “cantar”).
Podemos concluir que este vídeo goza com os modos de vida de D. João exercia, até mesmo os motivos e o momento da sua morre são ridicularizados na cena, o apresentador tenta manter-se apresentável durante toda a entrevista enquanto o humorista que representa o rei tenta demonstrar superioridade, alguma malicia, um pouco de extravagância e também autoridade, isto enquanto dá flates que estragam qualquer alusão a essa impressão, tornando assim alguém por qual deveríamos ter respeito e afeição, em uma pessoa “nojenta”, sem princípios e no mínimo ridícula.

Daniela E.

Torre de Babel


A imagem aqui presente é um quadro intitulado “Torre de Babel”, pintado em 1563 por Pieter Bruegel (1525-1569), pintor flamengo nascido em Bree, Ducado de Brabante (atual Bélgica), que faleceu em Bruxelas. Há três versões desta pintura: a original, uma de dimensões mais pequenas (ao lado) e uma em marfim; porém, esta última foi perdida já há muitos anos. A apresentada acima é uma das duas restantes, sendo a mais pequena destas pintada numa tela de 60 cm x 74.5 cm. Esta versão mais pequena está atualmente exposta no Museu Boijmans Van Beuningen, em Roterdão, Países-Baixos.
No quadro, podemos observar a suposta Torre de Babel, torre fictícia mencionada e descrita no Livro de Génesis. A torre aparenta ter uma altura enormíssima, ultrapassando até as nuvens do céu. A mesma tem uma forma cónica, com uma base larga e redonda, que vai ficando mais estreita à medida que a subimos, e com o topo ainda por acabar. Há várias janelas, portas e entradas com arco à volta da torre. No plano de fundo, podemos ver terra e árvores, assim como mar e barcos a atracar perto da torre. Analisando ao pormenor, podemos também observar pessoas perto da base e ao pé das entradas e portas. A torre faz parte da mitologia hebraica e foi construída por um suposto único povo unido, com uma só língua, com os mesmos valores e costumes. Para mostrar a sua grandiosidade, ele decidiu construir uma torre tão alta que chegasse aos céus; o edifício pode ser comparado à cidade de Roma, que foi governada pelos Césares com a intenção de ser uma cidade eterna. Ao mesmo tempo, a torre é também um símbolo de um orgulho castigado, e uma das principais intenções do pintor é mostrar e condenar o orgulho das pessoas, pois, segundo a lenda, Deus veio à Terra ver o que este povo fez e, descontente, espalhou-o por todos os cantos do mundo, confundindo as línguas destas novas populações, para que estas não se entendessem entre si, encerrando assim a construção da torre. O trabalho dos construtores e engenheiros (a estrutura apresenta uma forma irregular e mal construída) remete-nos para uma segunda moral, que é a futilidade de muito esforço humano.
No fundo, este quadro dá-nos uma lição, que é apenas não tentar algo de grandes proporções só pela questão de orgulho, pois, no fim, pode-se dar uma reviravolta e todo o nosso esforço é desperdiçado. A outra versão deste quadro dá-nos a mesma moral e não é muito diferente deste quadro: tem apenas umas ligeiras alterações e um maior detalhe. Os quadros de Bruegel representam frequentemente símbolos que nos dão uma lição de moral, e aconselho todos a experimentar analisar um quadro deste grande pintor, pois são quadros muito bem pintados e detalhados, e porque, no fim, podemos também todos aprender uma nova lição de vida.

Pedro M.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Requisição civil de professores

Requisição civil teria sempre eficácia nula

Análise de juristas e directores.
Professores vão mesmo avançar para a greve RUI GAUDÊNCIO
Processo legal de requisição obrigaria alunos a esperar horas pelos professores e poderia pôr em causa a coordenação que garante o sigilo do conteúdo das provas, alegam especialistas.
Mesmo aqueles que defendem a legalidade da requisição civil de docentes no dia de greve marcada para o arranque dos exames nacionais consideram que a sua eficácia seria nula, tendo em conta o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo que determina que aquela só pode ser decretada “depois de avaliada a dimensão da paralisação e se houver incumprimento dos serviços mínimos”.
“Que Governo arriscaria deixar 77 mil alunos à porta da sala, durante horas, à espera que existissem condições para a realização do exame? Nenhum”, comenta Luís Gonçalves da Silva, professor da Universidade de Lisboa.
Entre os especialistas em Direito do Trabalho não há unanimidade. Pelo contrário, pode mesmo dizer-se. Um exemplo: Garcia Pereira, advogado, defende que a requisição civil dos professores, no dia 17, “seria manifestamente ilegal e, como tal, ofensiva dos direitos, liberdades e garantias dos professores”, pelo que aqueles teriam até “o direito à resistência”, nos termos do artigo 21.º da Constituição da República. Luís Gonçalves da Silva, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, considera que a posição daquele advogado, que é assumidamente de esquerda, “não faz qualquer sentido”, e defende que a requisição civil dos professores é possível, desde que antes sejam fixados os serviços mínimos e se verifique, no decorrer da greve, que aqueles não estão a ser assegurados.
Ainda assim, ambos estão de acordo num aspecto. Se de forma legal (na perspectiva de Luís Gonçalves da Silva) ou ilegal (segundo Garcia Pereira) o Governo optasse por esta solução, que o ministro da Educação não rejeitou, os alunos teriam sempre de esperar, no mínimo, horas, pelo início do exame de Português, marcado para as 9h30 do dia 17.
“Dado o número de professores e alunos envolvidos, a dispersão das escolas, o tempo despendido nas notificações e nas deslocações e a necessidade de todos começarem a fazer a prova ao mesmo tempo, na prática a aplicação da requisição civil seria muitíssimo difícil, se não impossível”, afirma o professor da Universidade de Lisboa.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...