Resumo
Mais tarde naquela manhã, pouco
antes das nove, Mercúcio e Benvólio perguntam-se o que aconteceu com Romeu na
noite anterior. Benvólio soube por um servo de Montecchio que Romeu não voltou
para casa; Mercúcio profere algumas palavras cruéis sobre Rosalina. Benvólio também
conta que Tebaldo enviou uma carta a Romeu desafiando-o para um duelo. Mercúcio
responde que Romeu já está morto, atingido pela flecha de Cupido; ele pergunta-se
em voz alta se Romeu é homem o suficiente para derrotar Tebaldo. Quando Benvólio
vem em defesa de Romeu, Mercúcio lança uma descrição extensa de Tebaldo. Ele
descreve-o como um mestre espadachim, perfeitamente adequado e composto em
grande estilo. Segundo Mercúcio, no entanto, Tebaldo também é um “vendedor de
moda” vaidoso e afetado; ele despreza tudo o que Tebaldo representa.
Romeu chega. Mercúcio
imediatamente começa a ridicularizá-lo, alegando que Romeu foi enfraquecido
pelo amor. Como uma forma de zombar do que ele acredita ser o amor exagerado de
Romeu por Rosalina, Mercúcio encarna o papel daquele e compara Rosalina a todas
as belezas mais famosas da antiguidade, considerando-a muito superior. Mercúcio
acusa Romeu de abandonar os seus amigos na noite anterior. Romeu não nega a
acusação, mas afirma que a sua necessidade era grande e, portanto, a ofensa é
perdoável. Daqui resultam justas verbais intrincadas, espirituosas e
descontroladamente sexuais.
A enfermeira entra, seguida pelo criado
Pedro. Ela pergunta se algum dos três jovens conhece Romeu, e este identifica-se.
Mercúcio brinca com a enfermeira, insinuando que ela é uma prostituta,
enfurecendo-a. Benvólio e Mercúcio despedem-se para jantar na casa de Montecchio,
e Romeu diz que os seguirá em breve. A enfermeira avisa Romeu que é melhor ele
não tentar "lidar em dobro" com Julieta, e o jovem garante que não é.
Pede então à enfermeira que peça a Julieta que encontre uma maneira de assistir
à confissão na cela de Frei Lourenço naquela tarde; lá, eles casar-se-ão. A
enfermeira concorda em entregar a mensagem e também em montar uma escada de
pano para que Romeu possa subir ao quarto de Julieta na noite de núpcias.
Análise
A questão de Rosalina continua nesta
cena, quando Mercúcio começa a ridicularizar os modos apaixonados de Romeu, ao
compará-la de forma trocista a todas as belezas da antiguidade (é interessante
notar que uma dessas belezas, Tisbe, é encontrada num mito que se assemelha muito
à trama de Romeu e Julieta). Os eventos da peça provam o amor constante
de Romeu por Julieta, mas o amor imaturo de Romeu por Rosalina, o seu amor pelo
amor, nunca é completamente apagado. Ele continua muito rápido para seguir os
exemplos clássicos de amor, incluindo o seu suicídio.
Além de desenvolver o enredo pelo qual Romeu e Julieta
se casarão, esta cena oferece um vislumbre de Romeu entre os seus amigos. Ele
mostra-se tão habilidoso e punitivo quanto Mercúcio. Esse Romeu punidor é o que
Mercúcio acredita ser o "verdadeiro" Romeu, subitamente livre da
melancolia ridícula do amor. Noutra cena, Julieta tentou combater o mundo
social através do poder do seu amor particular; aqui Mercúcio tenta afirmar a
linguagem social da bravata e brincadeira sobre a introspeção privada do amor.
Curiosamente, Julieta e Mercúcio acham que conhecem o Romeo "real".
Um conflito emerge; até a amizade se opõe ao amor de Romeu, que deve manter-se
tanto o amante privado quanto o Montecchio público e amigo, e ele deve, de alguma
forma, encontrar uma maneira de navegar entre as diferentes reivindicações que os
seus dois papéis exigem dele.
Traduzido de SparkNotes