1. e – b – g
– a – d – h – c – f.
2.
a. V
b. V
c. F – O pai de Asclépio ocupava esse
cargo: “o Comandante Lupino decidiu-se, pois, em virtude do acidente acima
descrito, a ir morar com o irmão, à data Governador-Geral de Colónia”.
d. F – “Pio, como desde petiz era
conhecido entre familiares e amigos (…). Com os pais e as suas sete irmãs,
vivia”.
e. F – “O Doutor Lupino, tio de
Asclépio, morava também, havia meia-dúzia de anos, com a prestigiada família
Euclides Semedo e fora ele o «culpado» da verdadeira paixão do sobrinho pelas «coisas
da ciência»”.
f. V
g. F – “Estava-se em 1968, o país
travava-se de razões com o segundo grande eclipse solar do século”.
h. F – “quando chegou à idade
universitária, já em Coimbra”; “Terminado o curso, o então já Doutor
Asclépio percorreu o mundo”; “Em Moçambique, onde regressava
regularmente”.
i. V
j. V
k. V
l. V
3.
A – Primeiro parágrafo.
B – Desde o início do segundo
parágrafo até “o primeiro eclipse total do Sol em terras de Moçambique”.
C – Desde “O fenómeno dos eclipses”
até ao final do mesmo parágrafo.
D – Desde “Foi esse dia o
espoletar de uma paixão” até ao final do mesmo parágrafo.
E – Desde “Em Moçambique, onde regressava
regularmente” até ao final do mesmo parágrafo.
F – Desde “No dia do eclipse”
até ao final do mesmo parágrafo.
G – Último parágrafo.
4.1. Asclépio é «especialista em
eclipses”, divertido/bem-disposto (“O Doutor Euclides brinca.”) e
experiente (“a sua experiência na matéria”).
4.2. A ação decorre em 1968.
4.3. “Certo, muito certo, mas a
Dr.ª Catarata enganava-se”; “o professor Asclépio Euclides, mal-grado
toda a sua experiência na matéria, que inclusive lhe valera o cognome de ‘caçador
de eclipses’, teria ainda muito com que se espantar.”
5.1. A analepse consiste num recuo
temporal, marcado no texto pelas passagens “Pio, (…) começou a interessar-se
por acontecimentos raros, fenómenos científicos e afins, teria aí os seus
cinco, seis anos.” e sobretudo “vivia nesses tempos do princípio do
século”, entendidas como retrocessos temporais depois de se ter marcado o
início da ação, no parágrafo anterior, com a expressão “Estava-se em 1968”.
5.1.1. O recurso à analepse prende-se
com a necessidade de o narrador dar a conhecer mais profundamente, nas suas
características e fatores que as motivaram, a personagem principal, Asclépio,
mas também os acontecimentos anteriores ao presente da ação que contribuem para
o seu entendimento mais cabal.
5.2. As aspas aplicadas ao adjetivo
marcam não apenas a reprodução de uma palavra de Thomás Euclides Semedo, mas
assinalam um sentido suavizado do vocábulo. Embora surja habitualmente como
sinónimo de «criminoso», o adjetivo «culpado» realça, neste
contexto, apenas a conceção que a família, nomeadamente o pai de Asclépio,
tinha da influência de Lupino sobre a criança, vista como algo diferente e
inabitual para a sua idade.
5.3. As palavras do narrador na
última frase do segundo parágrafo indiciam o conhecimento de acontecimentos
futuros relativamente aos apresentados, que serão expostos num momento
posterior.
5.4.1. O uso do pretérito
mais-que-perfeito, simples e composto, do indicativo (“servira”, “tinha
envolvido”, “caíra”, “passara”) surge ao serviço do relato dos
acontecimentos da vida passada do Tio Lupino anteriores ao momento em que se
instalou em casa da família do irmão. Deste modo, confirma-se o valor
semântico-funcional do tempo verbal, destinado a relatar fatos passados
anteriores a outros também verificados em momentos precedentes ao presente da
narração.
5.5. A expressão é a seguinte: “a
prestigiada família Euclides Semedo”.
5.6.1. Após uma vida dedicada ao
serviço militar, o Comandante Lupino Euclides Semedo sofreu um acidente durante
uma operação de salvamento, o que lhe deixou mazelas ao nível da memória. Tal
facto determinou o seu afastamento quase compulsivo do exército, atenuado
apenas pela atribuição de um louvor em nome das altas patentes militares e da
própria rainha portuguesa D. Maria Pia. Não sendo casado, após o abandono da vida
de combatente resolveu passar a residir com o irmão e respetiva família.
5.7. Lupino Euclides Semedo é
apresentado como comandante pronto e “célere”, caracterizado pelos seus “brios
e valentia insuperáveis” e “louvável filantropia”.
5.8.1. Juntos, iam “inventariando
fauna e flora” e dedicavam-se “a catalogar os espécimes apanhados” e
a organizar uma coleção apelidada pela família de “Museu de História Natural”.
5.8.2. b
5.9.
1. d
2. f
3. a
4. e
5. b
6. c
5.10. A expressão é “na realidade”.
5.10.1. O mecanismo é a coesão
interfásica.
5.11. Para Asclépio, os eclipses
constituiriam verdadeiros “milagres” naturais, pelo que lhe despertavam
grande “ansiedade”. No dia do fenómeno, ele e o tio “deslumbravam-se”
com o acontecimento. Os restantes habitantes da região sentiam-se “desprevenidos
e temerosos” face à ocorrência.
5.12. Os dois vocábulos são “desatino”
e “pandemónio”.
5.13.1. Enquanto na segunda oração o
verbo é usado no seu sentido mais comum, o de ‘dizer orações, orar’, na
primeira ele surge com uma aceção menos vulgar, que remete para a ação de ‘narrar,
referir’.
5.14. A enumeração, entendia com um
sentido gradativo, especifica os sentimentos e as atitudes daqueles que,
receando o eclipse, começavam por se lamentar, passando, depois, a solicitar auxílio
num crescendo de intensidade que culmina no entendimento do fenómeno como um
castigo de que se procuram libertar, solicitando perdão pela razão que o possa
ter determinado.
5.15. Uma vez que o eclipse era
entendido pela população moçambicana em geral como manifestação de entidades
superiores (“deuses”), o narrador comenta, ironicamente, que seria
compreensível que todos os agentes dedicados às ciências ocultas se mantivessem
disponíveis para assistir as pessoas nos seus “medos e crendices”.
5.16. A ação decorre em plena época
de colonialismo português em Moçambique, pelo que a metrópole constituía o
recurso das famílias de estatuto social elevado para suprir a falta de meios
que se sentia na colónia.
5.17. A oração desempenha a função
sintática de complemento direto.
5.18. O processo morfológico é a
derivação por sufixação.
5.19.1. A sequência inicia-se com o
regresso ao momento do presente da ação, já apresentado no início do conto: “ano
de 1968”.
5.20.1. A frase é a seguinte: “As
pessoas saíram confiantes, gargalhando os medos e os temores.”
5.20.2. O gerúndio da forma “gargalhando”
coloca em destaque a duração da ação (aspeto lexical imperfetivo), dando a
entender que durante largos momentos e com persistência as pessoas, “confiantes”,
superaram os seus “medos” e “temores”.
5.21.1. Considerando o número da
perfeição, o três remete para a completude e a inteireza. Prepara-se o eclipse
para que se complete, no céu, a ordem, ao terceiro dia. O homem, Asclépio, será
o intermediário entre a terra e o céu, ligando-os. Note-se que o eclipse durou “três
minutos”, associando-se esta referência também à simbologia do número.
5.21.2. O conector transmite uma
ideia de conclusão relativamente à descrição das consequências do eclipse
anteriormente discutida.
5.22.1. A sequência descritiva inicia-se
no começo do parágrafo e prolonga-se até à primeira oração da frase “Aguardavam
expectantes, e quando o Sol começou a vestir-se de negro uma onda de suspiros
ressoou no silêncio instalado”. A segunda oração da mesma frase marca o
início da sequência narrativa.
5.22.2. Na descrição predominam as
formas verbais no pretérito imperfeito (“reinava”, “encontrava-se”, “sentiam”,
“Aguardavam”), enquanto na narração predomina o pretérito perfeito (“começou”,
“ressoou”, “foram”, “reparou”).
5.23.1. O verdadeiro prodígio do dia
foi o “desaparecer como se por magia” do Dr. Asclépio Euclides, depois
de ter sido envolvido por “uma densa sombra negra” e de se ter
incinerado. Deste modo, as aceções 3., 4. e 5. do verbete serão as mais adequadas,
remetendo para o obscurecimento e posterior desaparecimento da personagem.
5.23.2. O eclipse de Asclépio,
provocando inicialmente um enorme “espanto”, fez ressurgir o “corrupio”
da população.
5.24. c
5.24.1. À palavra solo, que
está na origem, foram acrescentados simultaneamente um prefixo e um sufixo,
fundamentais para a existência do vocábulo.
6.1.1. O sufixo diminutivo, usado com
valor depreciativo, retira valor à figura representada pela estátua e
ironicamente remete para o objetivo mesquinho da sua construção, destinada
essencialmente a atingir fins eleitoralistas.
6.1.2. O escultor conseguiu
reproduzir na própria estátua de Asclépio o fenómeno do eclipse que levara ao
seu desaparecimento, alternando fases de escuridão sob a luz solar e de
luminosidade à noite. Como se por magia, Asclépio eclipsara-se e, também com
alguma magia, se recordava a sua figura através desta estátua.
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