Português

sábado, 8 de março de 2025

Na aula (LIII): o humano sem cromossomas

  • Contexto: análise do episódio das Despedidas em Belém (Os Lusíadas). A conversa resvala para a genética.
  • Professor: Todos temos cromossomas...
  • Voz do fundo da sala (como de costume): Não, eu não tenho nada disso.
  • Conclusão: isso explicaria «tudo».
Gonçalo M.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Análise da cantiga "Airas Moniz, o zevrom", de Lopo Lias

    Esta cantiga de escárnio e maldizer de refrão, constituída por três sétimas (um terceto seguido do refrão em forma de quadra) pertence ao ciclo de 12 composições poéticas que Lopo Lias dedicou aos quatro infanções de Lemos, a primeira das quais se intitula “Da esteira vermelha cantarei”.

    O poema identifica o alvo da sátira de forma “descoberta”, isto é, nomeando-o: “Airas Moniz”. Não obstante, trata-se de uma figura de difícil identificação, já que não se sabe nada dele e o nome era bastante comum na época. Uma hipótese levantada passa por considerar que se trata do trovador Airas Moniz de Asma, aparentemente contemporâneo de D. Lopo Lias, porém trata-se, de facto, de mera conjetura. Ainda no verso 11, o sujeito poético apelida-o de «zevrom» (de «zevro», cavalo selvagem), portanto caracteriza-o como um indivíduo bruto e selvagem. De facto, «zevrão» é o aumentativo disfémico cde «zevro», onagro, cavalo selvagem, conhecido pela sua grande velocidade. Em sentido figurado, significa “homem grosseiro, bruto, impetuoso, asselvajado”, tudo qualificativos que se aplicam na perfeição ao alvo do texto. Por outro lado, o indivíduo monta a cavalo e usa uma almofada (“selegom”) a servir de sela, e o trovador parece aconselhá-lo a abandonar esse “selegom” e a voltar a usar a albarda reles, ou seja, aconselha-o a passar de cavalo para burro. Dessa forma, ficará mais confortável.

    De seguida, aconselha também a que estique a correia que envolve o peito do animal (“Tolhede-lh’o peitoral” – v. 8) e aperte a correia que envolve as ancas do bicho, para segurar o aparelho. Por outro lado, Airas Moniz poderá praticar o bafordo, isto é, exercitar as suas armas, e o “tavlado”, ou seja, quebrar um alvo de madeira, a finalidade do jogo do “tavlado” ou “tavolado”.

    A cantiga, em suma, satiriza os adereços usados pelo infanção, nomeadamente a sua sela decrépita, sinal de pobreza ou avareza, bem como do seu caráter selvagem.

segunda-feira, 3 de março de 2025

sábado, 1 de março de 2025

Análise da cantiga "A dona fremosa do Soveral", de Lopo Lias

    Esta composição de maldizer é a segunda que o trovador Lopo Lias dedica à dona do Soveral. A rubrica que a antecede antecipa o seu conteúdo: o sujeito poético antecipou uma determinada quantia a uma dama, a qual não gozava de boa reputação, como contrapartida para um encontro na casa de D. Corral. No entanto, a mulher faltou ao prometido, pelo que o trovador lhe exigiu, maliciosamente, o pagamento a dobrar.
    O «eu» poético abre o poema identificando, através de uma expressão que não a nomeia, porém, e caracterizando a figura feminina que é visada: trata-se da “dona (…) do Soveral” (localidade galega, pertencente à freguesia de Mogor, concelho de Marim) e é «fremosa». O trovador deu-lhe antecipadamente dinheiro (“há de mim dinheiros”) como contrapartida de um acordo que fizeram (“per preit’atal”): encontrar-se com ele (“que veess’a mi”), a sós (“u nom houvesse al”), num dia combinado (“um dia talhado”), em casa de Dom Corral, um burguês galego (como é referido na outra cantiga dedicada a esta dona por Lopo Lias). No entanto, a mulher faltou ao prometido (“ca nom fez en nada”), por isso ele a qualifica como perjurada, isto é, mentirosa, falsa (= cometeu perjúrio). Todavia, a dona não vai sair incólume da situação, dado que a sua falha terá consequências: o pagamento a dobrar. Ou seja, por causa da sua “negada”, quer dizer, por não ter cumprido o acordo, ela “será penhorada”, isto é, terá de pagar a dobrar o que recebeu como sinal (“que dobr’o sinal”).
    Se a dona acreditar nele (“Se m’ela crever”), ele dar-lhe-á o melhor conselho que conhece: o agradecimento. Ou seja, se a mulher pagar em dobro, o que lhe deve, ele agradecer-lhe-á o gesto, contudo, caso não o faça, penhorá-la-á, repete, já que ela tem o seu dinheiro à força, fora dos seus bolsos (“ca mi o tem forçado, / do corpo alongado”). É possível que, nestes dois versos, exista um segundo sentido, de cariz sexual, erótico. E, em jeito de refrão, repete que, se a mulher não cumprir o seu dever, ele a obrigará a pagar-lhe dobrado o sinal que o trovador lhe deu, dado que não tolerará tal situação (“nom lho sofrerei”).
    Estamos, pois, perante uma mulher fisicamente bela que, moralmente, no entanto, é falsa, mentirosa, pois não cumpre o que promete, sendo assim de duvidosa reputação. Não custa imaginar que, astutamente, ela tenha usado a sua beleza para mais facilmente convencer o trovador a entregar-lhe antecipadamente o dinheiro, em troca de uma promessa que se revelará falsa.
    Por seu turno, o trovador, insatisfeito e desagradado com a atitude da mulher, ameaça-a na tentativa de reaver o seu dinheiro, já que ela não cumpriu o acordo. Porém, ele não deseja um simples ressarcimento; de facto, como vingança, despeitado, ameaça exigir-lhe o dobro do pagamento inicial.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Análise da cantiga "Aos mouros que aqui som", de Pero da Ponte

    A cantiga de escárnio e maldizer de mestria, da autoria de Pero da Ponte, tem como alvo um tal Dom Álvaro, uma figura de difícil identificação, desde logo por se desconhecer o seu apelido. Tratar-se-á talvez de D. Álvaro Perez de Castro, um rico homem de origem castelhana que teve um breve mas intenso período de desentendimento com D. Fernando III, entre 1234 e 1236, após a conquista da praça de Baeza. Outra hipótese aponta para estarmos a falar de D. Álvaro Nunes de Lara, o qual participou no conflito entre o infante herdeiro D. Sancho e D. Afonso X, tendo tomado o partido do primeiro, conflito esse que teve lugar durante a década de 70 do século XIII. O facto de a composição poética se referir a escravos mouros indicia que a mesma se situará no contexto das guerras da Reconquista, apontando, por isso, preferencialmente para a primeira hipótese.
    O referido D. Álvaro é, portanto, um rico-homem que possui escravos, aos quais nada concede, exceto uma ração de cachaça. Este termo - "cachaça" - significa cabeça de porco salgada, o que constituiria, pois, o único alimento que o protagonista dava aos seus serviçais mouros. No entanto, a expressão «dar cachaça» queria dizer também «dar tareia» (de cachaço, ou cachação). Seja como for, o rico-homem nada mais lhes dará para se alimentarem: «e dar-lhis [nom] há / do al que na cozinha houver» (vv. 4-5). O mouro que acreditar no sujeito poético evitará "filhar a cachaça". Convém recordar que os mouros não comem carne de porco (tal como os judeus) por ser considerada uma carne impura, pelo que o alimento disponibilizado por D. Álvaro constituiria uma ofensa para os escravos.
    Deste modo, podemos concluir, interpretando o nome «cachaça» como referência a uma cabeça de porco, que D. Álvaro é criticado por obrigar os seus servos mouros a subsistirem apenas à base deste alimento. Caso o interpretemos como referência possíveis agressões que perpetraria sobre os seus serviçais, a crítica mostra-se ainda mais aguda: ao invés de garantir a sua subsistência, o «dono» tratá-los-ia de forma violenta e cruel.
    Os versos iniciais da segunda estrofe dão conta da reação dos mouros se receberem a cabeça de porco: não a aceitarão e deitá-la-ão aos cães ("Mais, se lha derem, log'entom / aos cães a deitará"). Se optarmos pelo segundo significado possível de atribuir ao nome «cachaça», isto é, maus-tratos físicos, então o gesto dos escravos significaria a sua recusa das agressões a que o rico-homem os sujeita. Por que razão agirão os servos dessa forma ("e direi-vos por qual razom")? De acordo com o sujeito poético, por mais lenha que seja usada, a cachaça não cozerá ("ca nunca xe lhi cozerá"), pelo que o alimento será inútil ("e a cachaça nom há mester" - v. 12), daí que os mouros a deitem aos cães. De acordo com a outra perspetiva possível, o facto de o sujeito lírico considerar que a cachaça nunca cozerá, independentemente dos esforços que forem feitos, pode apontar para o facto de o termo estar associado não à alimentação dos servos, mas, sim, à violência física de que eram alvo.
    Na opinião do «eu» poético ("a meu cuidar" - v. 15), os mouros, assim que a virem, não quererão a cachaça ("poila virem, non'a querrám" - v. 16), todavia, se a aceitarem ("mais, se a quiserem filhar" - v. 17), terá de a pôr der molho ("i-la-am logo remolhar" - v. 19), visto que é assim que é habitual preparar este alimento, presumivelmente para tornar possível a sua cozedura ("ca assim soem adubar / a cachaça, quando lha dam" - vv. 20-21). Ou seja, pô-la de molho constituiria a única forma de os mouros tratarem a cabeça de porco que o rico-homem lhes dava. Por outro lado, se se optar por ler a cantiga como uma menção a agressões físicas, pôr de molho seria o único meio de os servos curarem o seu corpo das dores que castigos físicos lhes causavam.
    Em suma, esta cantiga de Pero da Ponte satiriza um rico-homem por ser pelintra ou, de acordo com a segunda possível leitura, os castigos físicos aplicados a mouros escravizados.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Questionário sobre o episódio de Inês de Castro


1. O episódio que vais estudar conta a história dos amores entre Pedro e Inês.

 

1.1. Atenta na etimologia dos seus nomes.

 

. Inês, f, Do gr. Hagnes (do adj. Hagne, “pura, santa, casta”, pelo latim agnes.

Agnés, f. […] Do fr. Agnès, este do gr. Agné, “puro, casto, santo, sagrado.” […] Este nome parece que foi entendido como derivado de agnus, o cordeiro simbólico.

 

. Pedro, m. Do lat. Petru-,este do gr. Pétros […], tradução aproximada de vocábulo aramaico, Cep(h)as, que significa “rochedo”; em gr. Pétros significa igualmente “rochedo”, petra em lat.

 

José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa

Vol. III, Livros Horizonte, 2003

 

1.2. A partir do significado dos seus nomes, podemos atribuir características a estas personagens. Identifica-as.

 

2. A que acontecimento da História de Portugal corresponderá o ano de 1355?

a. Nascimento de Inês de Castro.

b. Morte de Inês de Castro.

c. Nascimento de D. Dinis.

d. Ano da Peste Negra.

 

3. Identifica o narrador e o narratário deste episódio.

 

4. Indica o plano narrativo de Os Lusíadas em que se integra este episódio.

 

5. Na estância 118, o Poeta indica que irá ser narrado “o caso triste e dino de memória” daquela que “despois de ser morta foi Rainha”.

 

5.1. Identifica o tempo histórico em que tal aconteceu.

 

6. O narrador atribui a culpa dos acontecimentos trágicos a um ser abstrato (est. 119).

 

6.1. Identifica-o e caracteriza-o.

 

6.1.1. Poderemos afirmar que o narrador procede à personificação dessa entidade? Justifica a tua resposta.

 

7. Relê as estâncias 120 a 121.

 

7.1. Caracteriza o estado de espírito de Inês, explicitando a sua relação com a natureza.

 

7.2. Transcreve um excerto que apresente um indício trágico relacionado com este amor.

 

7.3. Refere um aspeto que comprove que o amor de Inês por D. Pedro era correspondido.

 

8. D. Afonso IV percebe que D. Pedro rejeita “belas senhoras e Princesas” (est. 122).

 

8.1. Que motivos levam o rei a ficar tão incomodado com tal atitude?

 

9. Identifica o recurso expressivo presente em “Tirar Inês ao mundo determino” (est. 123, v. 1), explicando o seu valor expressivo.

 

10. Completa o texto, selecionando a opção correta.

Na estância 123, através da interrogação, o narrador revela a. ……………….. [compreensão / indignação] face à decisão de D. Afonso. Na estância 124, este, ao ver Inês, sente-se b. ……………… [arrependido da / confiante com a] decisão tomada após ouvir os conselheiros.

 

11. Explica, por palavras tuas, a interrogação do narrador na estância 123.

 

12. Relê as estâncias 126 a129 e ordena os argumentos de Inês de Castro, de acordo com a ordem pela qual surgem no texto.

A. Apela à humanidade do rei para que a perdoe, pois não é humano mandar matar uma donzela frágil por estar apaixonada por quem a conquistou.

B. Apela à piedade do rei, referindo o exemplo de animais ferozes que demonstram piedade em relação a crianças.

C. Se, apesar da sua inocência, o rei a quiser castigar, sugere o desterro como alternativa à morte, para poder cuidar dos filhos, que tanto precisam dela.

D. Apela à piedade do rei, para que, tal como soube dar a morte aos mouros, saiba também dar a vida, poupando-a.

E. Apela à piedade e ao respeito pelos seus filhos, que são também netos do monarca.

 

13. Face aos argumentos de Inês, D. Afonso IV emociona-se (est. 130).

 

13.1. Considerando os factos históricos, por que motivo o rei não pode perdoar Inês, apesar de o desejar?

 

13.2. O narrador revela-se, uma vez mais, indignado com o sucedido.

 

13.1.1. De que recursos expressivos se serve para mostrar a sua revolta?

 

14. Relê, com atenção, as estâncias que concluem este episódio (est. 131-135) e completa o seguinte texto, no teu caderno.

 

                A morte de Inês é um acontecimento trágico, que parece suscitar a piedade da própria Natureza.

                Uma vez mais, a    a.    parece ser cúmplice de Inês, refletindo, neste momento, a tragédia que se abateu sobre ela: os    b.   deram eco às suas últimas palavras, a fidalga é comparada a uma bela e inocente    c.    que foi    d.   antes do tempo e as    e.    do    f.    choram copiosamente a sua morte, dando as suas lágrimas origem à    g.   .

 

15. Reconta, por palavras tuas, através de uma paráfrase, a lenda a que se faz alusão na estância 135.

 

16. Recorda a resposta que deste à pergunta 1.2..

 

16.1. Analisado o episódio de Inês de Castro, consideras que inferiste uma caracterização de Pedro e Inês plausível? Justifica a tua resposta.

 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Caracterização de Senhorinha

    Senhorinha é filha de Jerónimo e Piedade, tem nove anos e estuda num colégio interno, sendo muito querida pelos habitantes do cortiço, os responsáveis pelo epíteto "Senhorinha". As visitas à mãe ao domingo eram o único momento de felicidade da progenitora, após a fuga de Jerónimo com Rita Baiana.
    Durante a semana, é visitada no colégio pelo pai, que lhe deomonstra o seu afeto levando-lhe doces e frutas de presente e perguntando se necessita de roupa ou calçado. As visitas regulares passam a raras após um dia ter aparecidoo no colégio tão bêbedo que adiretora não o deixa entrar.A vergonha torna as visitas esporádicas.
    Acaba por ser protegida de Pombinha, que a vai preparando para ser uma futura prostituta, dado que, no fundo, não passava de uma "pobre menina", dilha de pai ausente e mãe bêbeda.

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Análise da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo

 I. Biografia de Aluísio de Azevedo


II. Obras de Aluísio de Azevedo


III. Período literário


IV. Ação

        . Resumo

        . Capítulos

            . Capítulo I

            . Capítulo II

            . Capítulo III

            . Capítulo IV

            . Capítulo V

            . Capítulo VI

            . Capítulo VII

            . Capítulo VIII

            . Capítulo IX

            . Capítulo X

            . Capítulo XI

            . Capítulo XII

            . Capítulo XIII

            . Capítulo XIV

            . Capítulo XV

            . Capítulo XVI

            . Capítulo XVII

            . Capítulo XVIII

            . Capítulo XIX

            . Capítulo XX

            . Capítulo XXI

            . Capítulo XXII

            . Capítulo XXIII


V. Personagens

    V.1. Caracterização

        1. João Romão

        2. Bertoleza

        3. Miranda

        4. Rita Baiana

        5. Estela

        6. Léonie

        7. Pombinha

        8. Jerónimo

        9. Piedade

        10. Leandra

        11. Ana das Dores

        12. Dona Isabel

        13. Leocádia

        14. Zulmirinha

        15. Augusta Carne-Mole

        16. Neném

        17. Velho Botelho

        18. Henrique

        19. Agostinho

        20. Alexandre

        21. Paula

        22. Albino

        23. Firmo

        24. Senhorinha

    V.2. O percurso existencial das personagens femininas



VI. Conclusões

        a) Forma

        b) Conteúdo


Caracterização de Firmo

    Firmo é o amante de Rita Baiana, um mulato capoeirista, magro e ágil como um cabrito, de cerca de "trinta e tantos anos", embora com a aparência de mais jovem ("... mas não parecia ter mais que vinte e poucos.").
    Firmo tomara conta de Rita após a morte da mãe desta, porém o seu relacionamento fora sempre inconstante, feito de idas e vindas, de ruturas e reconciliações. Uma das razões para essa inconstância era o facto de a mulher não querer casar, pois considerava que os maridos tratavam as esposas como escravas.
    Firmo é um dos grandes animadores das festas do cortiço com o seu violão. À medida que Jerónimo e Rita se vão aproximando, fica ciumento e os dois homens fazem crescer entre si uma forte oposição. Certa noite de festa, enfrentam-se e, apesar de Firmo ser magro, mais baixo do que o rival, ter perbas e braços finos, como era bem mais ágil e praticante de capoeira, acaba por atingir o português na barriga com uma navalhada. De seguida, foge e desaparece no capinzal.
    Quando é erguido na rua outro cortiço, o "Cabeça-de-Gato", Firmo passa aí os domingos de farra, na companhia do amigo Porfiro. Apesar de Rita não gostar desse facto, os dois continuam a encontrar-se em terreno neutro, isto é, num quartinho alugado noutra rua. No entanto, Firmo tem um bom motivo para permanecer no novo cortiço: sente-se aí protegido de qualquer perseguição e vingança pelo que fizera a jerónimo, dado que os residentes de ambos os cortiços eram inimigos entre si.
    Mais de três meses após o episódio da navalhada, um mulatinho do Cabeça-de-Gato conta-lhe que Jerónimo regressara ao cortiço, o que desperta em Firmo um ciúme doido. Embebeda-se e decide vingar-se, porém é atacado e morto à pancada por Jerónimo, Zé Carlos e Pataca. No cortiço Cabeça-de-Gato, a sua morte é atribuída aos carapicus, os moradores do cortiço rival, daí desencadear-se uma batalha generalizada entre os habitantes dos dois empreendimentos, a qual só termina quando é avistada uma labareda de fogo a sair de uma das casas. A Bruxa tinha conseguido, desta vez, incendiar o cortiço.

Benfica sagra-se Bicampeão Nacional de atletismo em pista curta

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