* Coblas:
segundo a "Arte de Trovar", as estrofes tinham o nome de coblas ou
cobras e o seu número ficava ao sabor do trovador.
As estrofes podem classificar-se
como:
- uníssonas: têm a mesma
rima;
- singulares: apresentam
rimas diferentes;
- doblas ou pareadas:
cada grupo de duas coblas tem a mesma rima.
As cantigas galaico-portuguesas têm,
regra geral, três ou quatro coblas, com excepção das paralelísticas. Cada copla
pode apresentar número variável de versos. Em todas se encontra o
isossilabismo, o mesmo número de sílabas, reforçado pelo princípio da
isometria, a mesma medida, dentro de cada composição.
Pode ter um predomínio de quatro
versos na cantiga de refrão e de sete na cantiga de mestria.
O número máximo de versos numa copla
era de dez e o número mínimo de dois (paralelísticas).
* Refrão: é o estribilho, ao qual regressava o coro ou o solista
entre a execução de duas coplas. Podia estar ligado ao corpo da copla pelo
sentido, ou ser independente dela.
Surge nas paralelísticas e, em
geral, nas cantigas de amigo, mas não aparece nas de mestria.
* Finda: é uma copla de menor extensão, de um a quatro versos, que
encerra a cantiga em jeito de conclusão.
A "arte de Trovar"
define-a como "acabamento de rrazon", "versos-remate".
Nas cantigas de mestria, rima,
geralmente, com a segunda parte da última estrofe; nas de refrão, a rima
faz-se, regra geral, com o refrão.
Uma cantiga pode possuir mais do que
uma finda.
* Atafinda: é um processo de ligação de coplas, feita pela
continuação do último verso de uma estrofe na copla seguinte. Essa ligação
faz-se através de partículas como "e", "ca",
"pois", "quando", "pero", "que", etc.
Ocorre tanto nas cantigas de mestria
como nas de refrão.
* Verso / palavra perduda: verso/palavra sem correspondência temática/rimática
que aparece no meio, início ou fim da copla e deve repetir-se no mesmo lugar.
* Enjambement / transporte
/ encavalgamento: consiste em
completar o sentido de um verso no verso seguinte. D. Dinis chegou até a
dividir a palavra.
Este processo é uma constante na
poesia de todas as épocas.
* Dobre: repetição da mesma palavra de rima duas ou mais vezes em lugares
simétricos da estrofe, de preferência no primeiro e no último verso.
* Mordobre / mozdobre:
repetição da mesma palavra em lugares simétricos, porém jogando com as suas
várias flexões.
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