Mercúcio é um parente do príncipe
e amigo íntimo de Romeu. Uma das personagens mais extraordinárias de todas as
peças de Shakespeare, Mercúcio transborda de imaginação, inteligência e, às
vezes, uma sátira estranha e cortante e fervorosa. Ele adora os jogos de
palavras, especialmente trocadilhos sexuais; pode tornar-se irascível e odeia
pessoas afetadas, pretensiosas ou obcecadas com as últimas modas; considera
cansativas as ideias romantizadas de Romeu sobre o amor e tenta convencê-lo a
ver esse sentimento como uma simples questão de apetite sexual.
Com uma inteligência rápida e uma
mente inteligente, Mercúcio é um ladrão de cenas e uma das personagens mais
memoráveis de todas as obras de Shakespeare. Embora constantemente zombe,
brinque e provoque – às vezes divertido, às vezes com amargura –, não é um mero
bobo da corte ou brincalhão. Com as suas palavras selvagens, Mercúcio perfura
os sentimentos românticos e o amor cego que existem dentro da peça. Ele zomba
da autoindulgência de Romeu, assim como ridiculariza Tebaldo e a adesão à moda.
O crítico Stephen Greenblatt descreve Mercúcio como uma força dentro da peça
que funciona para esvaziar a possibilidade do amor romântico e o poder do
destino trágico. Ao contrário das outras personagens que culpam o destino pela
sua morte, Mercúcio morre amaldiçoando todos os Montecchios e Capuletos, pois
acredita que pessoas específicas são responsáveis pela sua morte, e não alguma
força impessoal externa.
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