▪ Psicologicamente, no início do
conto, apresenta-se como um indivíduo desmotivado, passivo, entediado,
preguiçoso, desinteressado e deprimido, traços sintetizados na expressão “[…] a
vida do Batola é uma sonolência pegada”.
▪ Por outro lado, é agressivo,
violento, pouco polido e fraco, como o demonstra o facto de se entregar ao
vício da bebida, de agredir a mulher e não conseguir superar a situação em que
se encontra, o que gera frustração.
▪ Face à vida que tem, sentindo-se só
(solidão essa que radica na ausência de convívio com os habitantes da aldeia) e
desesperado, evade-se através do álcool (passa os dias “a beber de manhã à
noite”) e da ausência (“para ali fica com um olhar mortiço”).
▪ O comportamento e a relação com a
mulher suscitam-lhe revolta, a entrega à bebida e, frequentemente, a agressão /
violência física: “Era o Batola, bêbedo, a espancar a mulher”. De facto, a
relação do casal é marcada pela agressividade e pela violência.
▪ A venda proporciona ao casal uma
vida económica desafogada, comparativamente ao resto da comunidade, o que,
todavia, não impede que se sinta só, frustrado e vazio interiormente.
▪ Depois da aquisição da telefonia, o
Batola sofre uma mudança de comportamento. Assim, torna-se um indivíduo
trabalhador, conversador e interessado no que se passa no mundo, adquirindo
gosto pela vida. O convívio com as outras pessoas, que passam a vir à venda
para ouvir rádio, quebra a sua monotonia, tristeza e solidão, e a sua
existência passa a ser preenchida com a música e a informação que lhe chegam
via aparelho.
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