▪ Era amigo de Batola, mas contrastava
com ele: aquele vive conformado e apático; este saía frequentemente da aldeia e
percorria o Alentejo, embora o máximo onde tenha chegado tenha sido Beja. De
facto, a personagem vivia de esmolas que ia recebendo em várias terras.
▪ Rata é um mendigo e viajante, uma
espécie de mensageiro que traz novidades do que se passa para além dos limites
da aldeia. “Ao escutá-la durante «tardes inteiras» de forma entusiasmada,
também Batola parecia viajar por «todo aquele mundo». Esta hipérbole (o mais
longe que Rata viajara fora até Beja) elucida o impressionante isolamento dos
habitantes de Alcaria. Quando ficou impossibilitado de viajar «pelos longes»,
Rata suicidou-se.” (Violante Magalhães, in Conto Português [séculos XIX-XX]:
Antologia Crítica). Este suicídio agudiza a solidão do Batola.
▪ Constituía um agente de mudança,
pois trazia o mundo exterior até à aldeia, graças às suas saídas, combatendo o
isolamento de Alcaria e dos seus habitantes.
▪ Quando a miséria e a doença o
forçam a uma existência estagnada e repleta de privações, suicida-se. De facto,
o reumatismo tinha-o tornado incapaz de sair da aldeia. Quando se viu preso e
impedido de viajar, o Rata mata-se por não se conformar com o isolamento e a
solidão a que se viu remetido pela doença incapacitante.
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